domingo, 9 de outubro de 2022

Novamente sobre padrões de votos no Brasil e uma pergunta: será que, em média, brancos não sabem votar??

 Não apenas aqui...


Se não fosse pelos votos do Nordeste, a maioria dos eleitores das regiões mais desenvolvidas e com melhor nível educacional do Brasil, Sul, Sudeste e Centro-oeste, teriam praticamente reeleito no primeiro turno um dos piores presidentes da história quase democrática de nosso país, Jair Bolsonaro, nessas eleições de 2 de outubro de 2022, mesmo depois de quatro anos de um mandato pífio e asqueroso. E esse show [de horrores] da democracia brasileira não parou por aí, porque a extrema direita avançou muito no senado, com vários de seus candidatos sendo eleitos, diga-se, em sua maioria de sujeitos com propostas quase sempre estúpidas ou cruéis e que só pensam em poder e/ou dinheiro, claro, graças a muitos eleitores dessas mesmas regiões.

Então, você já imagina o perfil deles, né?? 

Brancos, cristãos, conservadores, de classe média e alta e sim, com bom nível de escolaridade (não, não estou desprezando os eleitores evangélicos, só enfatizando o outro tipo de bolsonarista). 

Bem, aí cabe perguntar o que está acontecendo, se esse perfil, de brancos de classe média e alta, tem a média de QI mais alta*, não era lógico de se esperar que, maior a média de QI, maior a capacidade cognitiva e, também, racional?? 

* Segundo alguns poucos estudos sobre QI realizados no país e, também, com base no que tem sido encontrado lá fora, de correlação do mesmo com: desempenho escolar e acadêmico, raça, classe social...

Primeiro que, a maioria dos bolsonaristas mais escolarizados não tem formação nas ciências humanas, se são desproporcionalmente de médicos, advogados, dentistas, engenheiros...

Isso implica que, não adianta apenas ter um bom nível educacional se também é preciso saber em qual área que se especializou. Pois em termos de conhecimento político, nenhuma outra área é mais relevante que as ciências humanas.

Segundo que, sim, há décadas que as esquerdas têm demonizado brancos, cristãos e de classe média em seus discursos e práticas. Portanto, uma boa parte dessa culpa é delas mesmas. 

Terceiro e o mais importante que, apesar das esquerdas terem contribuído para fomentar uma grande animosidade neste grupo, a priori, é perfeitamente possível analisar candidatos ou políticos de maneira imparcial e objetiva. Mas desde que o indivíduo esteja suficientemente sensato para votar com consciência, e é aí que podemos perceber uma desproporção de brancos, especialmente os que também são cristãos, conservadores e de classe média e alta, apresentando um nível sofrível de capacidade racional, votando com base em suas preferências político-ideológicas do que analisando o histórico e a qualidade das propostas dos candidatos...

Pois está parecendo que uma larga fração de autodeclarados brancos, descendentes de europeus, simplesmente não têm um nível suficiente de capacidade racional para analisar a política, isto é, as sociedades dos países em que vivem, de maneira imparcial, objetiva ou justa, de se aterem primeiramente aos fatos antes de se posicionarem política e ideologicamente. 

Não que os outros grupos raciais sejam muito melhores nesse quesito, apenas que, o mito de que "a raça branca é a mais racional" não se sustenta com base nessas evidências de comportamento irracional coletivo. E, não. Brancos, nem mesmo os de classe média alta, se beneficiam mais com a maioria das políticas defendidas e/ou impostas pela extrema direita, especialmente no Brasil. Por exemplo, a liberalização do porte de armas que, muito improvavelmente, irá diminuir os índices de criminalidade, que pode até aumentá-los, forçando-os a gastar mais dinheiro com segurança pessoal.

Portanto, a lição que podemos tirar, não apenas dos padrões de votos nas eleições brasileiras, é a de nunca julgar a capacidade racional de uma pessoa com base em: raça, classe social e até nível de escolaridade, mas sempre por suas crenças e comportamentos.

Parafraseando a mãe do Forrest Gump:

"Stupid, stupid does" 

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