terça-feira, 25 de outubro de 2022

A diferença entre um direito básico e uma demanda intrusiva: exemplos LGBTs

 Com dois pares de exemplos


I. O casamento LGBT e a adoção de uma linguagem neutra 

O casamento entre pessoas do mesmo sexo compete apenas ou especialmente aos membros das "comunidades de indivíduos LGBT" e é um direito básico ou fundamental, de paridade com heterosexuais. Já a demanda pela adoção impositiva de uma linguagem neutra pretende alterar a linguagem usada por todos sem se limitar aos espaços dedicados a essas "comunidades". No entanto, é preciso primeiro pensar se realmente precisamos que essa mudança seja literalmente imposta a todos ou se não seria mais ponderado se fosse limitada àqueles que querem adotá-la, cabendo aos outros aprender a usá-la nas interações com trans e não-binários e, diga-se, sem adotar todas as propostas de alteração que, na minha franca opinião, são bem feias esteticamente... 


II. O direito de não ser discriminado por sua orientação sexual e de usar banheiro público de acordo com a sua identidade sexual


O primeiro é mais um exemplo de direito básico de igualdade de tratamento e o segundo de demanda intrusiva que visa a inclusão forçada de uma minoria em espaços restritos a uma população majoritária, porém, específica. Então, apesar de, a priori, concordar que não haveria problema em garantir legalmente que pessoas trans usem o banheiro público de sua preferência, também acho que isso poderia ou tem gerado conflitos e riscos, tais como de homens heterossexuais desequilibrados, vestidos com roupas femininas e com acesso aos banheiros destinados às mulheres para praticar abusos sexuais. No entanto, também é muito constrangedor e até perigoso para pessoas trans usarem banheiros do seu sexo de nascimento, mas não de identificação. Pois na minha opinião, a melhor maneira de resolver esse dilema é pelo estabelecimento de um terceiro banheiro público, unissex e, assim, garantir que trans não sejam discriminados, pelo menos dentro desses espaços, e nem que predadores sexuais do sexo masculino se aproveitem para se disfarçar de trans e atacar mulheres em seus banheiros. 

O ativismo LGBT, em média, tem tido grande dificuldade em diferenciar, em sua luta, direitos básicos ao seu público-alvo, de demandas intrusivas ou polêmicas que não se limitam ao mesmo. Então, como resultado, muitos, geralmente por influência da (extrema) direita, também os têm considerado de maneira maliciosa ou ignorante como categoricamente equivalentes. Mas está claro que não são e que é necessário fazer essa diferença até para se fazer justiça. 

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