domingo, 12 de junho de 2022

Sobre consanguíneos e agregados ideológicos // idealistas e partidários

 Existem indivíduos que aderem a grupos ou ideologias principalmente por identificação pessoal. Eles podem ser chamados de "consanguíneos" a esses grupos ou ideologias aos quais se associam. Por exemplo, os que têm um transtorno de personalidade anti social e que aderiram ao bolsonarismo desde a sua meteórica ascensão nas eleições de 2018.


Existem também aqueles que aderem, temporária ou superficialmente, ignorantes do quê ou de quem estão apoiando, geralmente para apoiar os que se colocam como oponentes ao partido ou ideologia que desgostam. Por exemplo, as massas de brasileiros que votaram no Bolsonaro nas eleições de 2018 para presidente por terem desenvolvido uma animosidade extrema ao PT e que, depois, com o transcorrer do seu mandato, foram abrindo os olhos para o que parecia óbvio, incompetência e falta de caráter do sujeito e de seus capangas. Estas eu chamo de "agregados", equivalentes aos que se casam com os nossos parentes de sangue e se tornam os nossos por razões civis. 

Eu destaquei o caso da extrema direita por ser o mais problemático já que consiste em uma explícita instrumentalização política de práticas de crueldade e que tem sido relativamente bem sucedida em se popularizar principalmente ao enfatizar os equívocos (crassos) e incoerências dos seus oponentes. 

Portanto, novamente, tem aqueles que são como se fossem "da família" e tem aqueles que são agregados. 

Os consanguíneos se identificam conscientemente com certo grupo, a nível cognitivo, sabendo no que se consiste e/ou porque se identificam com os seus valores. Já aqueles que se encontram na condição de agregados se associam a um grupo a nível emotivo, mais ignorantes sobre o que isso se consiste ou o que/quem estão defendendo, em que o pensamento crítico sobre os mesmos é suspenso por tempo indeterminado, resultando em uma espécie de delírio, que pode acabar rápido, demorar bastante ou mesmo nunca cessar.

Idealistas e partidários 

Também existem outros dois tipos, que podem ser mais para agregados ou consanguíneos, dentro desta dinâmica de atração ou repulsa a grupos e ideologias: os idealistas e os partidários. 

Os partidários são aqueles que se vinculam a partidos políticos ou organizações similares, mais por razões pragmáticas, geralmente em busca de vantagens pessoais, mas que também podem fazê-lo por acreditar mais no partido (em sua eficiência ou força) do que nas ideologias que o mesmo se baseia. Já os idealistas são aqueles que se associam a grupos por razões mais puramente ideológicas, por identificação com seus valores. Eles sempre se identificam prioritariamente com a ideologia, sem precisar prestar lealdade ao partido, tal como o partidário faz. 

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