domingo, 13 de dezembro de 2020

Inteligência: Q.I (tamanho) ou eficiência??

 O mais inteligente...


mas relativo aos outros ou o mais inteligente que se pode ser??


A inteligência não é apenas a diferença de desempenho entre você e eu mas também como que nós a aproveitamos, se somos/temos sido capazes de usá-la com eficiência, maximizando os nossos potenciais.


Por isso que o "tamanho", estimado por testes de QI, não pode ser o único fator de relevância para analisar, comparar e julgar a inteligência humana.


 Como resultado, por essa perspectiva qualitativa, múltiplos tipos de "mais inteligentes" serão possíveis, mas, aqui, eu destacarei os três que considero os mais importantes: o astuto, o "sábio" e o criativo, por se referirem à ações fundamentais da inteligência: adaptação, compreensão e criatividade.


Vamos rapidamente a eles:


O astuto busca maximizar a eficiência de uso da sua inteligência pela adaptação.


- Das facetas da inteligência humana as mais usadas pelos astutos são a "interpessoal" e a "estratégica".


O "sábio" busca maximizar a eficiência de uso da sua inteligência pela compreensão.


- Das facetas da inteligência humana as mais usadas pelos "sábios" são a "Inteligência intrapessoal",  a "analítica" e a "moral/filosófica". A "inteligência intrapessoal"  é uma das mais importantes por ser basicamente o autoconhecimento, que nos ajuda a reconhecer nossos pontos fortes e fracos para, então, canalizarmos nossas energias no que temos mais potencial. Pelas facetas analítica e moral ou filosófica, podemos analisar, observar, comparar e julgar de maneira mais precisa ou justa, sempre em busca da verdade. Acho que não preciso salientar que esse tipo é fundamental para a evolução ideal da nossa espécie, por ser o mais sensato ou lúcido. E que também tem sido uns dos menos aproveitados pelas sociedades humanas até mesmo por causa do domínio dos mais astutos sobre as mesmas.


O criativo obviamente busca maximizar a eficiência de uso da sua inteligência pela criatividade.


- Até me atrevo a dizer que o criativo é aquele que a usa de maneira mais ativa sem ser ''apenas' para memorizar informações ou tarefas mas também para inovar ou descobrir.


Claro que ocorrem interseções entre esses tipos. Por  exemplo, de que "sábios" e astutos tendem a ser mais criativos que a média ou de que todo "sábio" precisa aprender a diferenciar  verdade de mentira e, portanto, precisa ser mais astuto que ingênuo, mas não a ponto de agir com frieza ou calculismo.

domingo, 6 de dezembro de 2020

Q.I ou múltiplas inteligências??

 Você usa a sua inteligência só para fazer contas matemáticas, resolver exercícios de geometria e escrever?? 


Não, né??


Você também usa a sua inteligência nas relações sociais/interpessoais, em relação a si mesmo (intrapessoal//autoconhecimento), em relação ao meio ambiente, de maneira criativa ou intuitiva, para fazer julgamentos morais... ou para a prática de esportes, né?? 


Mas, então, qual dos dois que está mais certo, Q.I ou múltiplas inteligências?? 


A teoria das múltiplas inteligências, por ser mais completa que o modelo proposto pelos defensores mais ortodoxos dos testes de QI, até mesmo porque as capacidades "estimadas" pelos mesmos já estão contidas nela. 


Se amarrar os cadarços e pensar sobre si mesmo são expressões igualmente válidas de inteligência tanto quanto escrever redações ou fazer cálculos matemáticos. 


No entanto, isso não significa que essa teoria não apresenta pontos passíveis de crítica. Aliás, o principal deles já se encontra em seu próprio nome, se não podemos considerar cada capacidade psico-cognitiva como um domínio próprio ou inteligência pois seria equivalente a considerar cada sistema do corpo humano como um organismo próprio ("múltiplos organismos"). 


Por isso que não podemos falar de múltiplas inteligências mas de múltiplas FACETAS da Inteligência.


Pronto. 


A inteligência humana é multifacetada ou complexa e não necessariamente múltipla.


Os testes cognitivos apresentam utilidade limitada porém, eficiente quanto àquilo em que se dispõem a "medir" ou estimar, e seria de bom tom se os seus maiores defensores fossem mais precisos e humildes no reconhecimento dos seus potenciais, pontos fortes mas, especialmente, de suas limitações. 


E o fator G?? 


Os testes cognitivos foram originalmente pensados para detectar deficiências cognitivas e não desempenho excepcional. Justamente por isso que "medem", estimam e comparam, geralmente, a partir de capacidades ou potenciais do que por habilidades, pela base do que pelo teto de performance. Os testes de QI não podem prever se um indivíduo com elevada pontuação nos testes verbais irá se tornar um escritor talentoso porque não basta ter um vocabulário aparentemente grande ou sofisticado para alcançar esse objetivo. Por isso que, apesar de seu ótimo poder correlativo (pessoas com as maiores pontuações nos testes tendem a ser mais inteligentes, especialmente nas facetas que eles avaliam), não parece ser possível estabelecer uma correspondência perfeita entre performance nos testes e no mundo real, por exemplo, quanto a um de seus maiores achados, o fator G. Pois se é verdade que a maioria das pessoas que têm os seus QI calculados apresenta baixa variação em suas pontuações nos sub-testes, isso não significa que expressarão a mesma homogeneidade de desempenho no mundo real, porque a inteligência humana está longe de ser apenas aquilo que os testes "mensuram", se a usamos a todo momento em que existimos. Por isso que o modelo de múltiplas inteligências, desprezando o seu problema semântico elementar, parece mais adequado para representá-la. 


Novamente, o que é inteligência? 


A priori, é todo ato de (saber) reconhecer o que é verdade ou fato, se para compreender, identificar ou prever elementos, eventos, fenômenos, consequências, de diferenciá-los por categoria e critérios coesos, na execução bem sucedida de ações previamente almejadas, de adaptação/ flexibilidade e de responder apropriada ou logicamente.  


Não se surpreenda com o que eu vou concluir aqui, mas a empatia também é inteligência se é o (re)conhecimento de estados emotivos e cognitivos/intencionais, alheios [verdades]. Exatamente como reconhecer (o que é) uma chuva, saber diferenciá-la de outros fenômenos e de reagir apropriadamente à ela, neste caso, podendo ser com o intuito de autoproteção. 


Pois se uma pessoa está chorando na sua frente, é inteligente você reconhecer a veracidade do seu estado emotivo, causa, motivo, razão ou circunstância, e [re]agir de maneira apropriada, que nessa situação seria com mais sensibilidade. E isso não é muito diferente do que sentir a mão queimando e tentar apagar o fogo, imediatamente. São reações lógicas a partir da percepção de fatos//padrões.


A inteligência não é exclusivamente intelectual nem exclusivamente reflexiva porque pode ser canalizada para uso físico ou corporal e também porque se manifesta a nível instintivo, especialmente nas outras espécies. Aliás, as bases da inteligência humana obviamente são instintivas. A destreza do pássaro em seu voo (e habilidades navegacionais) ou do gato em seus pulos e estripulias não são expressões meramente robóticas apesar de suas aparências muito intrínsecas. A principal diferença entre nós e essas espécies, nesse aspecto, talvez esteja na velocidade do raciocínio associado à tarefas físicas ou práticas, e por serem mais restritas em comparação à diversidade de tarefas que o ser humano pode aprender. Toda prática de esportes requer inteligência. Para memorizar os exercícios, para se concentrar durante a execução deles e para o raciocínio rápido ou de improviso no caso de imprevistos e que podem ser de extrema importância para proteger o atleta de injúrias.

Diferença[s] entre o intelectualmente inteligente e o cognitivamente inteligente

Com perdão pela redundância no segundo...

É a diferença entre aquele que analisa, sintetiza e julga melhor as informações que recebe, com honestidade e humildade intelectual, curiosidade, autoconhecimento, pensamento divergente e atenção aos detalhes e/ou padrões de natureza moral e emocional. E daquele que apresenta maior capacidade para aprender ou absorver informações e conseguir replicá-las com precisão. O cognitivamente inteligente tende a ser reconhecido, desde cedo, por professores e suas capacidades refletidas por testes de QI. Ele é o famoso "CDF". Já o intelectualmente inteligente é mais propenso a passar despercebido pelo sistema de ensino e sua performance nos testes não fazer jus à sua real inteligência até por ser mais divergente que convergente e, portanto, menos obediente ou mais curioso//desconfiado ao que lhe é passado. Este é o "intelectual".

Também é interessante observar que os testes cognitivos e os de escola parece que foram projetados por indivíduos do tipo ''mais cognitivamente inteligente'', daí por também se saírem melhor neles...

O intelectualmente inteligente é mais holístico e preciso ao emocional e ao essencial, existencial ou filosófico.

O cognitivamente inteligente é mais específico e preciso ao técnico e ao científico.

Claro que também existem tipos híbridos e desequilibrados.

Os tipos desequilibrados que, inclusive, parecem ser mais comuns, são aqueles indivíduos que excedem em um desses dois estilos. Daí, a existência do cientificista e, talvez, também, do filosofista. O primeiro tipo é fanático pela ciência e preconceituoso principalmente em relação à filosofia. E o segundo, o oposto.

O primeiro abusa de falácias de natureza cientificista, por exemplo, o ingênuo (ou mal intencionado) "a ciência é unicamente sobre a busca pela "verdade' ", desprezando que cientistas não vivem isolados da sociedade e que suas descobertas, invenções e ideias podem e são usadas para todos os fins, inclusive para o maligno, especialmente para sofisticar meios de exploração, alienação, opressão e desarmonia...

O segundo costuma cair no erro mais básico que todo aquele com inclinação para a filosofia jamais deveria cometer, no de considerar as palavras [sua estética] como mais importantes que os conteúdos concretos e abstratos que visam simbolizar. Como consequência, ao invés do legítimo abraço à sabedoria, acabam se tornando agentes ativos ou silenciosos de ideologias que a negam em prol de suas perspectivas existencial e essencialmente desequilibradas/ excessivas.

Novamente e finalizando...

Ao ser exposto à uma tarefa de natureza mais cognitiva, o cognitivamente inteligente apresentará facilidade de aprendizado e absorção, tal como uma esponja em relação à água.


Já o intelectualmente inteligente, se capaz ou não de realizar a mesma tarefa, apresenta o ímpeto primário de analisá-la, criticá-la, compará-la, de vê-la por mais de um ângulo ou perspectiva. Ele tem o talento para detectar excessos, frivolidades, injustiças de julgamento ou falácias, etc...

Um busca por detalhes.

O outro pela "imagem maior" ("big picture").


sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Ética ou "perfeição"??


Eles querem 

que fiquemos mais bonitos 

Ou menos feios


Mais altos 

Ou menos baixos


Mais magros 

Ou menos gordos 


Mais saudáveis 

Ou mais alienados


Mais inteligentes 

Ou menos errados 


Mais longevos 

Ou menos rápidos


Mas pra quê??

Até quando??

Até onde??


A ética equilibra o passo

Mas querem a purificação 

Querem se livrar do "degenerado"

Os degenerados que eles também são,

Por que não se olham no espelho??

Mas eles querem a perfeição

Que não existe

Querem negar que o templo é o mesmo

Que o tempo é o espaço 

De um mesmo fim


Querem resistir

Com estilo, 

pompa e circunstância

Com carros voadores 

e uma civilização interplanetária 

Querem continuar na infância, 

brincando de se esconder da realidade que assombra

Com a sua face pálida,

Como se tudo não fosse nada

Apenas uma miragem humana 

de concreto e aço

De cetro e bomba

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Por que as elites neoliberais ADORAM as pautas identitárias??


A partir do momento em que as pautas identitárias largamente substituíram as pautas trabalhistas na luta por justiça social, a luta de classes deu lugar à de identidades. Em outras palavras, o importante  debate sobre as desigualdades sociais a partir de uma perspectiva de classe, passou a ser eclipsado por uma frágil coalizão de frentes alienadas entre si, a feminista, a Lgbt, a antirracista, a ambientalista.. então, invés de irem agregando mais lutas e mantendo em destaque a principal delas, os progressistas têm trocado umas por outras. Ao invés de uma narrativa unificada, coerente e forte, várias pequenas narrativas autocentradas que lutam sozinhas e que, com frequência, se excedem, normalizando equívocos e contradições.

 

Como consequência, a culpa pela desigualdade social, bem como de outras mazelas, saiu das costas das "elites" política e econômica, especialmente das "conservadoras", e foi parar principalmente nas costas dos "brancos", que foram transformados nos "maiores vilões da história da humanidade".

 

Mas, quais brancos??


Segundo muitos ativistas antirracistas, todos!! Porque todos os brancos supostamente se beneficiariam de um privilégio branco... se desprezam o fato de que, apesar de injustiças históricas massivas (escravidão) e isoladas (discriminação racial legítima), privilégios de raça estão intrinsecamente associados à classe social, do contrário, brancos pobres e de classe média não seriam explorados por "suas elites".


E para piorar mais um pouco, as pautas identitárias também passaram a ser cooptadas pelas elites neoliberais, porque têm sido úteis no fomento de desunião, animosidade e alienação entre as pessoas comuns, ao invés de uni-las em prol da justiça social.


É aquele rico que diz que a culpa da desigualdade é do branco e não do rico. E ainda posa de ''bonzinho'' na frente das câmeras.

 

Com a ausência de uma perspectiva dominante de classe, pautas identitárias, como o antirracismo, passam a focar em excesso em suas próprias áreas, resultando em abordagens e medidas que geralmente culpam os sujeitos errados, visando combater injustiças, mas substituindo-as por outras.


Por exemplo, de se separar até 30% de vagas de emprego público para negros e pardos, deixando brancos, sem privilégio branco, em clara desvantagem, com perdão do trocadilho.


O verdadeiro problema não é um suposto complô que favoreceria massivamente brancos sobre negros e pardos no mercado de trabalho, especialmente para os cargos públicos, se os seus processos seletivos se baseiam na aplicação de provas de admissão, que são meios predominantemente justos, porque não discriminam por raça, gênero ou orientação sexual.


O verdadeiro problema é sempre ideológico, sendo que a raça tem sido usada como um de seus maiores símbolos. Porque o que está subjacente é o autoritarismo/ o abuso de poder, a opressão, a exploração, enfim, a perpetuação desta "mentalidade de cadeias alimentares" que, apesar do desproporcional protagonismo histórico de europeus e descendentes nessa "modalidade", não tem preferência identitária. O problema não é uma pessoa ser branca mas usar a sua raça como símbolo estético de opressão prática. Por isso que a melhor maneira de combater as desigualdades raciais é combatendo as sociais, até para não cairmos na falácia da "proporção perfeita", de que a maioria se não todas as profissões/ocupações precisam apresentar uma composição étnica ou de gênero proporcional ao peso demográfico de cada população, desprezando diferenças de proclividades potencialmente mais intrínsecas entre os diferentes grupos humanos.

 

Aqui, enumero alguns dos problemas que considero como os maiores responsáveis pela precarização do padrão e da qualidade de vida das classes média e trabalhadora, especialmente no Brasil (claro, provocados por essas ideologias "conservadoras"):


- a quantidade insuficiente de vagas para uma demanda maior que, junto com a progressiva mecanização de diversos setores, inevitavelmente resulta no aumento do desemprego;


- a valoração extremamente desigual dos salários,

- a carga tributária injusta que pesa mais sobre quem tem menos,

- o aumento do custo de vida;


- a instabilidade do emprego,

- a normalização do abuso nas relações entre patrão e empregado


e a ineficiência programada, associada ao enxugamento do Estado na assistência à população, em prol da expansão do setor privado, sempre visando o bem ($$) de todos, é claro...


As desigualdades raciais e de gênero apenas seguem essa mesma tendência.


Portanto, o problema não é que, supostamente "brancos" estão ocupando lugares que deveriam ser de negros e pardos, graças a um "racismo estrutural' intacto, resultando nas desigualdades salariais, por exemplo. Mas que faltam vagas de emprego para todos ou ao menos para um número potencialmente maior de candidatos. O mesmo para as universidades. Que as diferenças salariais entre classes sociais sejam tão grandes. Que a carga tributária penalize mais "remediados" e "pobres". Que o custo de vida tenha aumentado tanto por causa da explosão criativa no setor empresarial e consequente crescimento do preço dos produtos, diga-se, uma explosão sem controle. Que a oferta de empregos seja menor que a procura...


E também é interessante observar que, diferente da percepção popular sobre o tamanho do Estado brasileiro, na realidade ele é muito menor se comparado com alguns dos países que apresentam os melhores indicadores sociais, tal como os nórdicos.


Um Estado menor emprega menos e fiscaliza menos. O problema do Estado não é o tamanho mas a ineficiência provocada por tipos corruptos que dominam a sua hierarquia de funcionários. Bastaria acabar com a mamata especialmente no topo e colocar gente de caráter e inteligência que o Estado deixaria de ser sinônimo absoluto de ineficácia e corrupção.Eu já comentei que o Estado é o equivalente ao esqueleto do corpo humano, por ser a estrutura que mantém o organismo social. 


 

As causas para as desigualdades raciais são muito parecidas com as das desigualdades sociais; são multifatoriais e não serão resolvidas com maior representatividade de "minorias' nos centros de poder ou cotas em empregos públicos, se o que mais importa é a capacidade específica, a vontade e a idoneidade do sujeito para o cargo que almeja ocupar e não raça, gênero ou orientação sexual. Rever os métodos usados para a disputa de vagas também deveria estar em debate, como eu já comentei, de se buscar por critérios mais objetivos como no caso do processo seletivo para exercer a profissão de advogado... se a capacidade de memorização de leis é realmente o critério mais importante para quem pretende julgar e aplicar a justiça (de preferência, com justiça) ou se também não seria melhor que fossem avaliados os níveis de racionalidade e caráter dos candidatos...


É perfeitamente válido e necessário combater o racismo, a lgbtfobia, a misoginia, o especismo dentre tantas outras mazelas, mas com leituras ou análises precisas para construirmos abordagens realmente eficientes que não busquem substituir uma injustiça por outra ou que apenas atenuem os sintomas se esquecendo da doença. É evidente que não existe uma real dicotomia entre pautas identitárias e trabalhistas se são complementares. Mas, a partir da hegemonia das pautas identitárias e consequentes excessos, tem-se fabricada uma dicotomia artificial entre elas e resultando na rejeição de uma importante parcela da população quanto às esquerdas, abrindo caminho, tanto para a contínua e perversa hegemonia da "centro-direita" no poder quanto para o avanço da ultradireita nos espaços políticos, que só têm se fortalecido graças aos erros das esquerdas e sua capacidade subdesenvolvida de autocrítica.