quarta-feira, 29 de julho de 2020

Gerúndio, e agora?

Gerúndio, e agora?

O que eu estou fazendo?

Pensando
Respirando
Me mantendo ereto
Eu estou sentindo, olhando, cheirando, tocando
Eu estou vivendo perto

O ciclo espiral da vida e da morte

A melancolia:
Em/frente/ao espelho
É/a/própria morte
Não é um pesadelo, exatamente
Se tem força
Simula, antecipa o último medo
Encara com os dentes,
Vive nele

O momento em que a vida
Fecha o seu ciclo,
Cai todo seu peso
É o suicídio
Em uma espiral descendente,
Encontra/com a morte
Um beijo, um precipício
Abre/aquela porta, pra sempre
A luz [nos] devora
Não há volta


Ignorância ciclo
Melancolia espiral


Espinhos, pedras e rosas,
os pés descendo os degraus
O sol da infância, cada vez mais distante
Os pântanos da morte, onde afunda a história
do/pobre/mortal


Nasce um fato
dono de tudo o que é seu
O macaco o levanta
Com/os/seus braços ao sol
Chama o leão de filho
Lhe diz o que prometeu
Mas é apenas um espaço,
uma luz de breu
um peixe de anzol

Então a escada escurece
No mesmo instante que o ritual
Nossos olhos em preces..
vêem de longe
um caminho sem final
Como um ciclo

Passamos diversas vezes perto da morte
Como um apocalipse de asteroide

Quem não nasceu protegido
Sorri pra sorte

É o melancólico
Jovem
E velho rio

A/riqueza
dos seus sonhos
A tristeza
do seu canto
bonito

O falso círculo
Nos ilude com sua repetição
Esquecemos do veneno
E continuamos,se subindo ou descendo
Acreditando/na/ilusão

Cada vela, uma data,
Apagando mais um degrau,
Vendo uma luz no fim do túnel
Se é esperança ou imortal
Se é uma ilusão que inunda.. até o mais soturno animal
A nossa prisão de luas,
manhãs
peles nuas
e aquele sentimento

A morte é o/caminho contrário
Que um dia encontra a vida
E/com uma navalha
Reduz sua batalha
em nada
Sua alegria
em despedida

sábado, 25 de julho de 2020

Lista de rapidinhas

Pensamentos e aforismos


- O melhor argumento (verdade) é o pior argumento para o idiota;

- Se "ser livre" fosse o mesmo que ''fazer o que quiser'', o estupro seria considerado um ato de liberdade;

- Saber escrever "corretamente' é estética. Compreender o significado e a função das palavras é a essência;

- O irracional não sabe onde que seu mundo de desejos, sentimentos e opiniões termina e o mundo lá fora começa;

- O mercado é o Estado para o capitalismo, assim como o partido é o Estado para o comunismo;

- Em uma verdadeira democracia, o povo é o próprio Estado,

Em uma intelectocracia, o Estado é a Inteligência humana ou razão, administrado pelos melhores representantes do povo,

A democracia é um sistema político baseado na idealização do povo. A intelectocracia é baseada em seu conhecimento;

- A personalidade é uma perspectiva de desejos.. A inteligência é a capacidade de realizá-los;

- O progressista típico é um tolo bem intencionado. E o conservador típico é um tolo mal intencionado,

O progressista típico relativiza a verdade em teoria, mas não na prática. O conservador típico absolutiza a verdade em teoria, mas não na prática,

O progressista típico endeusa "o pobre" e rebaixa a arte, mesmo entendendo mais sobre a sua essência. O conservador típico endeusa "o rico" e é capaz de valorizar a alta cultura, especialmente se for do tipo mais sofisticado. Mas, a compreende apenas superficialmente, como estética de consumo;

- Se povo não é sinônimo de maioria...

Então, o ideal é dizer, quando for se questionar: "O brasileiro MÉDIO é bom ou ruim??" do que "O POVO brasileiro é bom ou ruim??";

- A arte em sua base (autoexpressão), não é a arte em seu potencial máximo;

- O filósofo está verdadeiramente preocupado com a evolução ou destino da humanidade. Os outros têm a si mesmos e/ou espelhados em suas ideologias como finalidade ...;

- Toda ideologia não-filosófica combate sua própria autocrítica, a priori, em prol de sua coerência e, por fim, conformidade;

- O autoconhecimento é o conhecimento mais importante. É parte essencial da racionalidade. Aquele que melhor se conhece, super-aproveita seu potencial e tem suas fraquezas sob controle. Por isso, se torna muito inteligente, independente da envergadura de suas habilidades acadêmicas,

 Com o autoconhecimento aprofundado, o indivíduo compreende sua própria complexidade. Reconhece que pode ser egoísta e altruísta, bondoso e cruel, tolo e inteligente, ingênuo e esperto. Ao invés de continuar a viver impulsivamente, se torna vigilante do próprio comportamento;

- A metáfora é o meio mais objetivo e eficiente de explicar o que é complexo, profundo ou distante de uma perspectiva individual. A exemplificação é outra maneira de simplificar uma explicação sem que perca seu valor intrínseco;

- Compreender que apresenta contradições não é o mesmo que justificá-las, se o essencial sobre a inteligência é a precisão aos fatos ou realidade, e se a realidade, por ser lógica, é inerentemente coerente às suas leis;

- Quando os cientistas observam as habilidades adaptativas dos seres vivos não-humanos, eles descrevem suas realizações em seus cotidianos de sobrevivência. Quando os psicometristas observam as capacidades intelectuais de seres humanos, eles medem seus potenciais,

Tudo o que fazemos é uma realização. O mendigo que sobrevive por anos, apesar do abandono social e da fome, tem uma coleção de façanhas,

Para a filosofia, em sua essência, todo ato é moral, ainda que não seja político, se a política é sempre sobre o que é compartilhado ou vivenciado coletivamente e a moral é, em seu princípio, sobre compreensão e razão para os atos a partir da perspectiva individual;

- Sobre uma suposta neutralidade política da ciência:

É errado dizer que toda verdade é política. Mas, é correto concluir que tudo se torna político quando adentra à sociedade, se a política é o modo como é organizada. Portanto, quando o cientista descobre uma verdade, ela não é política. Mas, quando essa verdade se torna disponível dentro de uma sociedade, ela se torna política,

Os meios usados pela ciência, por exemplo, experimentos em seres vivos, também são políticos, porque são morais, mas não no sentido ético e sim por sua ausência;

- Odiar a humanidade quanto ao seu estado desprezível até os dias de hoje é o mesmo que amá-la profundamente,

O fanatismo não é o amor ao outro por ele mesmo, mas de si projetado no outro;

- O maior mito sobre a genialidade é a de que todo gênio é um polímata;

- Corrupção é a prática da mentira com finalidades malignas. Honestidade é a prática da verdade com finalidades benignas;


- Racionalidade (excelência ou ideal possível da inteligência humana),
Sabedoria (ideal inalcançável da inteligência humana);

- Complexidade versus profundidade

O profundo é o cerne de qualquer tópico. Mas, é comum de se acreditar que, para ser profundo, há de se ser complexo;

- Ética e etiqueta separadas é alienação.

Consciência moral dissociada de bons modos/delicadeza/respeito.

Unidas, é razão;

- Se você não é capaz de analisar corretamente a inteligência e o caráter das pessoas (e a si mesmo)...

.... quer dizer que tem algo de errado com a sua racionalidade (sanidade intelectual);

-A subjetividade adaptativa ou o conhecimento exclusivamente como um meio para um fim é a sanidade dos seres vivos de outras espécies mas, a racionalidade ou o conhecimento como meio e fim em si mesmo, é a sanidade ou ideal dos seres humanos;

- A maioria dos mais intuitivos está demasiado interessada em si mesma. Raro e especial quando se dedica à realidades além da sua;

- A criatividade é a disciplina da imaginação;

- Justiça social não é escolher grupo ou causa/pauta que lhe convém. Isso é conservadorismo. Justiça social é escolher por todas as causas/pautas-relevantes, por estarem essencialmente certas a partir da moralidade universal;

- O verdadeiro filósofo é principalmente aquele que diz o que os outros não querem ouvir, mas é verdadeiro e importante de ser ouvido e compreendido;

- O homófobo extremo, em contraste ao moderado, tende a ser o bissexual ou o gay enrustido, que investe pesado em sua performance de antipatia excessiva à diversidade não-heterossexual, para que os outros não duvidem de sua suposta heterossexualidade. O preconceito ou o ódio exacerbado, geralmente, esconde uma repressão intensa e interna de atração,

Algo bem parecido acontece com aqueles que se denominam "cidadãos de bem", pois demonizam a maldade, baseados em suas concepções morais pouco desenvolvidas, enquanto a praticam de muitas maneiras;

- Justiça/Harmonia social e ''Conservadorismo'' é uma falsa equivalência, apesar de ser praxe na política ocidental...

... pois é o mesmo que equivaler uma promessa de Paraíso com uma realidade de Purgatório [quando não desce para o nível de ''inferno''];

- Déficit de atenção e hiperatividade, na verdade, seria uma personalidade instintiva ou maior expressão de instintividade;

- A Inteligência é a capacidade de se adaptar.
A Inteligência humana é a capacidade consciente de se readaptar,

 A inteligência humana é produto do desaprendizado instintivo pelo potencial de aprendizado consciente;

- A verdadeira bondade não é o egoísmo de se sentir bem consigo mesmo, nem o narcisismo de se passar como moralmente superior perante os outros..

A verdadeira  bondade (pela filosofia) também é praticada pela prisão (castração e esterilização) ou mesmo assassinato de seres humanos de má índole, se já com histórico de crueldades mas, idealmente, antes de começar a cometê-las. A suposta bondade de quem "perdoa" a crueldade é o egoísmo de se sentir bem consigo mesmo e o narcisismo de se passar como moralmente superior aos outros.. "perdoa" para se sentir bem, enquanto eles se preparam para colecionar vítimas.. também é a irresponsabilidade de deixá-los soltos e a conivência com os seus crimes;

- Normal é o mesmo que comum, não que melhor;

- Por que fenótipos como a homossexualidade continuam existindo apesar de não estarem sob pressão seletiva??

Porque traços também emergem por combinação genética e não apenas ou exclusivamente por seleção positiva, ainda mais se já existe uma diversidade genotípica que os predispõem..

.. Sem falar que parece existir uma intersecção entre a diversidade psicológica e a sexual...

... Por exemplo, a existência de ''metrossexuais'' ou homens muito vaidosos e que não são homossexuais. Se eles procriam, pode ser que carreguem em seus genótipos uma maior chance de, em combinação, terem filhos não-heterossexuais.

Também existe a possibilidade de existirem indivíduos "seguramente" heterossexuais que conseguem apresentar, mesmo que, minimamente, atração pelo mesmo sexo, deduzindo que existe alguma inclinação genética ou biológica. E, justamente por ser uma atração perceptível porém branda ou controlável, não sentem qualquer necessidade de se engajar em relações românticas ou sexuais homo-afetivas ou de exporem essa faceta às outras pessoas.

sexta-feira, 24 de julho de 2020

A vida e outras

A vida

Só é curta
Quando é vista à distância
De perto
Sempre intensa
Não existe o tempo
Separado da sensação
Só existe o sentimento
De esperança
Se o fim dura um mês
Ou uma vertigem longa
A vida foi imensa
A pressão que é existir por dentro
E sentir o mundo todo de fora

Quando o começo começou

O tempo explodiu em si mesmo
Se chamando espaço
O nada negou a si mesmo
E viu o que já não era
Um vazio perfeito
O começo começou
Quando não havia começo
A existência sempre tem um preço
Nasceu da morte que não morreu
Do nada
Algo não concordou
Em suas entranhas
O absoluto errou o caminho
De não ter caminho
E quando caminhou
Viu sozinho
Um horizonte na sombra
Saindo de si mesmo
Penetrante olhar da escuridão
Primária dimensão
As cores ainda no berço
O som aprendendo a andar

Todo poeta é um aborto

Nasceu morto
E esqueceu o que é o morrer
E se vive
À espreita da morte
E na luz da vida
Caminho das duas
Mas não quer ninguém
Queria a alma
Mas na alma ele é ninguém
Queria respirar em silêncio
Mas seu olhar é sempre um verso

Um olhar da totalidade

No ínfimo
N'alma
Naufragamos na própria intimidade
No vício
Do infinito coração
O nada, e ao redor tudo o que é nosso
Entre a invencível condição de não ser
Queimando um fogo celestial
E a inescapável doença que é o viver
Até o final


Me acho tanto

Que me perdi
Na minha imensidão
Lentidão
Mansidão
Grito no meio do meu nada
Em minha alma
Como uma rua deserta
O meu eco volta
Como resposta
Sem eu mesmo me perceber
Na demora do meu longo ego
A frequência esquece de contrair
E é apenas reta
E uma placa diz
Seguir.

A sua alma

É onde você não existe,
Dentro de si,
É onde você não é um compromisso,
Não é um destino,
Um vazio todo seu,
Como um portal,
Um olhar,
Com as nuvens do céu azul,


Não há Combate Mortal,
Ou diálogo,
Uma despersonalização,
Um coágulo de eternidade,

Somos os únicos eucariotas de alma,
O Nada separado de Tudo o que somos,
Noutros seres:
A alma mistura com os instintos,
As cores não têm definição,
O nada espalhado em meio ao tudo,
Núcleo sem fronteiras,
Consciência sem auto,
Se chamando natureza,
Sem saber a realidade,
Do que é "ter" uma alma..

Eles

Eles

Estão se empurrando, ao meu redor,
Gritando, me chamando,
Querem entregar flores pra mim,
Eu nem sei quem sou,

Sou apenas os meus olhos
que olham
E vejo eles se empurrando,
e não mudam,
Eu grito, os empurro
Suas rosas de espinhos
O meu berro é apenas um sussurro

Essa maré insana,

Eles não mudam, eu mudo, fecho os meus olhos,

Mal os escuto, sua massa de som,
De vozes misturadas, que se anulam,

Como entrar no metrô de Tóquio,
Eu e os meus olhos, que toco,
Com as mãos que eu não vejo,
Apenas as suas,
Que querem me tocar, o coração,
Dentro do peito,
Do lado esquerdo,
Eu canhoto, no outro lado,
Sou o espelho virado que olha,
A manada vindo em minha direção

Pedindo ao céu
Que me dê as suas asas de vento
E eu sou este vento
Que tremula com o frio da realidade,
E eu nem sei quem sou

Eles também me empurram
Esses meus pensamentos
Me aprofundo
Em seus espinhos
Tomo o seu vinho com o meu sangue
e me embriago

Eles se embriagam comigo

O que são os meus olhos??

sábado, 18 de julho de 2020

A filosofia é monótona, porém de extrema importância...

A filosofia é monótona, porém de extrema importância...

A ciência é extremamente interessante, mas, se comparada com a filosofia, frívola.

Nessa comparação, a filosofia equivale à realidade, em sua essência, o tempo, e a ciência à sua distração, o espaço.

A arte é a distração pela fantasia.
A ciência é a distração pela precisão.
A filosofia é a máxima lucidez.

A realidade é lógica

A realidade é lógica

(Alerta de pedantismo crônico)

A Lógica*, essencialmente, é uma relação básica de coerência, que sempre se constitui por leis ou padrões.

Por isso que a realidade e, evidentemente a vida, são lógicas, pois se não fossem, haveria uma grande e constante aleatoriedade de padrões, de, por exemplo, um ser humano adquirir asas e habilidade para voar e sem ter nenhum processo gradual ou lógico, anterior, que pudesse justificar essa mudança.

* Novo conceito (?)

Eu tenho destacado duas leis como demonstração da natureza essencialmente lógica da realidade: a impossibilidade que dois corpos ocupem o mesmo espaço e a gradualidade do tempo, de todo fluxo de ciclos e transformações. E até defini essa segunda lei como a mais básica/fundamental de todas.


Então, a realidade (também) é matemática?

Não, necessariamente. A matemática é parte importante da linguagem que o ser humano inventou para organizar sua compreensão da realidade. Assim como não existem palavras, na hiperrealidade, também não existem números, pois as quantificações que fazemos são arbitrárias, por exemplo, de contar e comparar o número de maçãs em duas cestas. Sem nosso pensamento abstrato, as coisas existem sem serem categoricamente organizadas ainda que se diversifiquem por diferenças de constituição.

Intelectocracia

Intelectocracia

Muitos acreditam que a democracia é o melhor sistema político já inventado pelo ser humano, e eu não discordo totalmente. Mas, todo regime democrático parte da ideia de que a "opinião da maioria" deve prevalecer, mesmo quando se sobrepõe ao bom senso.

Por isso, decidi pensar em um sistema político que supere as falhas desse sistema.

Para começar, faço uma pergunta fundamental e básica:

O que seria ideal para o governo de qualquer país?

Resposta: que os mais capacitados ou inteligentes o governassem, ou uma Intelectocracia, em que os escolhidos para pertencer à classe política, precisam apresentar qualidades intelectuais e morais (por vocação e não necessariamente por vontade), independente de classe social e raça, mas, não tanto em relação à crença religiosa, se a mesma indica uma tendência para menor capacidade racional. Crentes excepcionalmente ponderados poderiam ser tolerados, levando-se em conta sua predominância demográfica até à atualidade. De qualquer maneira, em uma sociedade intelectocrática, mitologias jamais terão o mesmo espaço de poder e influência que ocupam nos sistemas políticos vigentes.

  Ah, e nada de "ditadura do MENSA", se a inteligência não é apenas aquilo que os testes de QI vagamente mensuram, se para a excelência na governança, há de se estar provido de racionalidade, que é o ideal de qualidade da inteligência humana.

 A intelectocracia ainda seria uma forma de democracia ou mesmo, talvez, a sua expressão mais ideal, porque seria governada pelos melhores representantes do povo e não como tradicionalmente acontece, pela (suposta) escolha direta (e aleatória em qualidade) por parte dos eleitores. Isso não significa que o povo não participaria das decisões, só que, não teria tanto poder em momentos decisivos, partindo do fato que, nas democracias representativas no mundo ocidental, são as oligarquias empoderadas pelo dinheiro que dominam a política, cabendo ao povo, participação pontual, breve e manipulada, justamente por essas forças dominantes; esboço ou teatro de governo popular.

Fim das desigualdades sociais absurdas e de uma sociedade pautada no lucro (fim da idiocracia)

Ao invés de se centralizar no lucro de uma minoria de parasitas, uma sociedade intelectocrática se comprometeria com o que, de fato, importa à nossa espécie: nossa adaptação maximizada, marcada pela harmonia social (redução significativa de conflitos/sofrimentos humanos) e também em sua interação com o meio ambiente/com as outras espécies; sua evolução cultural e biológica, em ritmo ponderado porém, constante.

A existência de indivíduos de má índole e seu caráter predominantemente intrínseco, sem sombra de dúvidas que é uma, se não a principal fonte de discórdia e de sofrimento entre nós, especialmente quando este tipo abunda ou mesmo caracteriza as elites, isto é, quem manda ou governa nações e decide seus destinos. Criar mecanismos que os impeça de ocupar qualquer cargo de poder bem como pensar seriamente em isolá-los do convívio social (e até mesmo de eliminar suas linhagens polimórficas), seriam uma das medidas mais importantes para transformar a idiocracia em que vivemos em uma intelectocracia, em uma sociedade decididamente regida pela inteligência.

Evidente que também não perderia de vista a estupidez humana, expressada fundamentalmente por graus variados de irracionalidade (que se consiste na deturpação da percepção do que é fato objetivo e do que é subjetivo). O trabalho de nos livrar do empoderamento histórico e constante de torpes e idiotas seria ou será árduo, já que labirintos de fantasias e engôdos de alienação e divisionismos estão muito enraizados, se remontam desde os primórdios das sociedades complexas.

Imaginem um mundo em que populistas/fascistas de direita e estalinistas/ de esquerda jamais pudessem exercer qualquer cargo político por básica falta de capacidade intelectual e moral??

Esses seres inferiores que, atualmente, desgovernam países, como os EUA (trump), Hungria (orban), Brasil (bozo), Venezuela (Maduro).., não teriam qualquer chance de sequer se aproximar da política (isso, na primeira etapa de um regime intelectocrático...).

domingo, 12 de julho de 2020

Níveis de territorialidade. Da masculinidade tóxica pra feminilidade tóxica, e o ideal


Somos territoriais. Uns mais que outros. Pessoas com baixa autoestima tendem a ser menos que as de alto autoestima. Mulheres são menos que homens. Homossexuais são menos que heterossexuais. Altruístas são menos que egoístas. Tudo é uma questão de território do indivíduo, do seu alcance e consequências, dentro de sua dinâmica de interações sociais. Os indivíduos menos territoriais são, portanto, mais propensos a serem mais amigáveis, afetivamente empáticos, sensíveis..
 Porém, também, ingênuos e impressionáveis. É mais comum de serem mulheres. Aspectos positivos da feminilidade normativa ou da heteronormatividade, de acordo com o dimorfismo (diferenciação biológica e cultural) sexual prevalente, são exacerbados,  como o altruísmo e a empatia afetiva, que é a capacidade do indivíduo de sentir os sentimentos das outras pessoas e seres como se fossem os seus. Outra fraqueza da feminilidade tóxica é a frivolidade de prestar maior atenção ao jogo social do que às suas estruturas, isto é, mais de performa-lo do que de critica-lo, de buscar entendê-lo.

Do outro lado, temos a masculinidade tóxica, onde o oposto acontece. Também em contraste à feminilidade tóxica, as virtudes tipicamente masculinas não se manifestam com mais vigor ou excesso que as suas fraquezas. Covardia e insegurança abundam entre homens héteros que precisam se reafirmar como tal a todo momento. De maneira geral, este tipo se caracteriza pela expressão de autoconfiança e orgulho exagerados, associados à uma concepção pobre de masculinidade. Como resultado, eles se sentem melhores do que realmente são e usam sua prepotência de maneira predatória para com os outros tipos humanos (e não humanos) de seu convívio direto ou não, sendo que as mulheres são o alvo preferencial, pois as concebem como propriedades masculinas e não como seres humanos essencialmente iguais. No mais, a insegurança é sinal de defesa, de medo. Quem precisa ofender o outro e sem ter uma razão racional pra isso, como correção de comportamentos equivocados, o faz no sentido de autoprojeção, para se sentir bem ou superior enquanto que um indivíduo plenamente seguro de si não precisa projetar opiniões e sentimentos nos outros para se sentir melhor consigo mesmo. 

A masculinidade tóxica não se limita às relações com mulheres pois também precisa vampirizar outros grupos e um dos alvos preferenciais são os homossexuais, e de maneira geral, qualquer grupo que possa ser usado para se apoiarem, para se sentirem superiores. É quase sempre assim, não é?? O garoto gay que não faz mal a ninguém (não são todos que são assim, claro, só um exemplo) e que passa a sofrer bullying pelos idiotinhas da escola. Freud explica... toda ofensa irracional é uma maneira do indivíduo de lutar contra as próprias inseguranças projetando sentimentos sádicos em outras pessoas, para reafirmar ''superioridades'' em cima delas, que é o mesmo que usá-las para se sentir melhor.  Também é  comum os mais inteligentes sofrerem preconceito na escola e na sociedade. Não são apenas traços polêmicos [ou polemizados] e vistos como indesejáveis que entram nessa berlinda de idiotas. Quer seja no sentido de inveja, de alguma questão pessoal mal resolvida ou pela vontade de reafirmação constante, casos psiquiátricos, tratados como "comportamento saudável" no sentido de "normal", passam longe de consultórios de psicólogos e psiquiatras e são abundantemente encontrados em lugares de poder. São as vítimas desses seres perturbados que geralmente procuram ajuda e no processo acabam sendo patologizadas, quase que culpabilizadas porque tem gente problemática que a sociedade hipócrita aceita e celebra, vide o aprendiz de ser humano que neste momento [2019 D.C] desgoverna a República das bananeiras e dos laranjais.

Portanto, a feminilidade tóxica é uma falta de territorialidade, e a masculinidade tóxica é um excesso, que transborda e afeta outros indivíduos e grupos. O ideal, claro, sempre está localizado no meio de extremos, de não ser nem muito desprotegido nem excessivamente beligerante. A natureza feminina, mais agregadora, de acordo com a conjuntura cultural e bio-seletiva humana, em excesso, resulta na baixa autoestima, na vontade excessiva de querer agradar, enquanto a natureza masculina, de proteção ou cuidado, em excesso, resulta no despotismo de pequenos ditadores que não conseguem respeitar territórios individuais alheios, tratando os mais próximos como satélites de vossas majestades, ou mesmo, em um sentido mais ecológico, como presas. É importante ter sua própria territorialidade, reconhecer-se indivíduo, vida, projetar-se assim aos outros, reconhecendo seus territórios e buscando pela diplomacia, pelo diálogo, pela demarcação de fronteiras, para que não abuse do outro nem que ele o faça contigo. Mas é difícil pensar este idealismo predominante em um mundo cheio de tipos tóxicos.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

A doutrinação é ideológica, a educação é filosófica

Exemplo: questões raciais

Tem umas ideologias de esquerda que querem doutrinar as pessoas com uma série de factoides, fatos parciais e falácias sobre as raças humanas, e claro, junto a fatos históricos e legítimos, para dar credibilidade. Primeiro, que não existem raças humanas. Segundo, que suas diferenças [das populações humanas] são mínimas a inexistentes e, portanto,  que seus comportamentos médios são facilmente mutáveis. Terceiro, que o racismo só existe se for de branco contra negro, que não existe racismo contra branco, que eles chamam de "racismo inverso". Que está acontecendo um genocídio de jovens negros e pardos no Brasil, nos EUA, etc, perpetrado por policiais, escondendo que a maioria dos crimes contra negros [e pardos] são praticados por outros negros [e pardos], e o mesmo padrão para os outros grupos raciais. Que a principal razão para a criminalidade é circunstancial, de nascer pobre, por exemplo, desprezando que a maioria dos ''pobres'' ou precarizados não são violentos, isto é, confundindo correlação com causalidade. Que brancos, especialmente, não podem criticar negros, nem com educação e conhecimento, se não é racismo. Querem impor tudo isso, sem diálogo, sem reconsideração, generalizando e exacerbando as divisões desses grupos, enfim, inculcando uma narrativa simplória, mas superficialmente sofisticada, vezes com palavras difíceis, gramática impecável e discursos bonitos.

Mas isso só tem atiçado o verdadeiro racismo, por ser impositivo, injusto e recheado de meias verdades, inclusive perigosas [desprezando a existência de ''marginais congênitos'' e chamando de ''punitivismo'' o modelo de justiça mais racional, que é o ''proporcional''].

O efeito é o oposto do desejado, de educar para a compreensão, para a diminuição de fanatismos e preconceitos e busca por medidas que realmente combatam as desigualdades sociais e raciais.

A doutrinação é o forçar a uma perspectiva, negando a possibilidade de escolha. Também é a negação de uma diversidade de fatos que, naturalmente, reduz a pureza e a intensidade de convicções individuais subjetivas e leva à conclusões mais ponderadas.

O cenário piora porque a maioria das pessoas são de pensadores passivos ou de consumidores intelectuais, que esperam que a montanha vá até eles. São do tipo que compra linhas de pensamento como se fossem produtos de supermercado, por exemplo, os conceitos prontos de comunismo e capitalismo, e, não tenta pensar, analisar, investigá-los por si mesmo, buscando pela justiça dos seus fatos. Não são apenas os direitistas que, em sua maioria, agem desse jeito, excessivamente enviesados, tratando a arte do pensamento como se fosse competição entre times de esportes coletivos..

Pense, metaforicamente, que você está numa floresta com um incêndio acontecendo e você tenta apagar o fogo. Só que, com esse tipo de ideologia, que esquerdas obscurantistas têm tentado impor a todos, é como se, ao invés de usar a água ou fatos, usasse álcool pensando ser água, para aplacar o incêndio. O resultado você já sabe qual é. A intenção pode ser a melhor possível mas, para estar precisamente bem informado, até para a verdadeira justiça social, primeiro, é preciso se ater a fatos. Primeiro, os fatos. Depois, as considerações morais. Primeiro, analisar à distância. Depois, se colocar, se contextualizar no cenário de análise. É assim que se pensa com sabedoria. Não é dessa maneira que muitos teóricos, historiadores, pensadores esquerdistas ou progressistas tendem a fazer. Pelo contrário, pois eles impõem considerações morais antes de buscarem por TODOS os fatos, inclusive os que consideram insensíveis.

Tentar ensinar sobre racismo aplicando mais racismo e divisionismo entre as pessoas de diferentes raças só pode resultar em mais racismo, especialmente entre os mais inflamáveis.

É o que eu sempre penso. As ''esquerdas'' perdem muito quando agem de maneira igual às ''direitas'', se essas sempre manipularam e doutrinaram. As ou certas esquerdas,  quando decidem copiá-las, estão fadadas a se igualarem a elas em nível de compreensão limitada da realidade humana e universal. Mas, parece que é isso que querem, de serem antíteses pensando que são sínteses. A síntese é a sabedoria, a filosofia materializada, enraizada na cultura, substituindo, por fim, a ideologia, sem mais lados, o todo, pela essência.

Uma educação filosófica, ainda que também seja inevitavelmente impositiva, se faz com base no diálogo intermediado pela simples exposição de todos fatos, ou verdades, e buscando agir a partir deles.

Raças humanas existem. Diferenças e semelhanças entre elas existem. Todo mundo é capaz de perceber isso. Também existem policiais desequilibrados, sociopatas, não são poucos, mas, a maioria dos crimes contra jovens negros e pardos, é cometida por outros jovens negros e pardos e não, no imaginário progressista atual, por policiais brancos ou ainda mais abstrato, ''pelo estado''. Isso não significa que todo negro seja propenso à violência; também não significa que cenários reais de genocídio não possam ser deflagrados em hipotéticos horizontes sombrios nem que os casos graves de violência policial devam ser tratados com menor importância. Apontar esses fatos não é racismo. Racismo é dizer que todo negro ou  que todo pardo é violento ou que todo branco é racista ou que não pode sofrer racismo [que isso não existe].

A educação, de fato, filosófica, visa ''apenas'' uma melhor compreensão da realidade que, inevitavelmente, resulta numa diminuição de intensidades instintivas ou subjetivas, isto é, de preconceitos e fanatismos. E, não busca ''agradar'' lados.

Direita, volver

Também existem ideologias conservadoras relacionados à questão racial ,hoje, chamadas de ''racismo científico'', e que, pra variar, são distorções, essencialmente iguais às progressistas. A diferença é justamente essa, a ênfase exagerada nas diferenças entre os grupos humanos, algo comum, padrão, entre os conservadores, de categorizar as pessoas dentro das identidades que estão mais latentes nelas, distanciando-as em relação às identidades mais universais [somos todos vida; indivíduos], que as unem. No caso das raças humanas, os conservadores, especialmente os de extrema-direita, ''de raiz'', exacerbam as diferenças entre elas, com o intuito de se estabelecer hierarquias de supremacia, desprezando uma série de fatos, tal como a cadeia de eventos únicos que resultaram nessas diferenças, e que não podem ser definidas como ''demonstrações do talento ou da supremacia de um grupo racial'' e mais como uma questão de ''sorte'', e, novamente, a existência das identidades universais, comportamentos e médias que diluem de sobremaneira essas diferenças particulares entre as raças e que também valem para outras categorias [classe social; identidade/inclinação sexual..].


Como sempre, pela ideologia, puxa-se muito para um lado ou perspectiva, criando uma espécie de purificação ou filtro da diversidade ou da complexidade de fatos, tal como nesses dois casos de doutrinação em que, se tenta anular as diferenças ou então exaltá-las [anulando, então, as igualdades e/ou semelhanças].

Se já sabemos o que de monstruoso as ideologias conservadoras podem fazer em termos de racismo e preconceitos, também temos que ficar atentos aos problemas graves que podem resultar de ideologias obscurantistas, de natureza progressista, justamente por, falaciosamente, decretarem como intratavelmente errado, tudo o que ''o outro lado'' pensa [assim como o lado conservador sempre fez].

Um adendo interessante é que, enquanto o progressismo prega a igualdade absoluta entre os grupos e as diferenças absolutas entre os indivíduos, o conservadorismo vai pelo caminho oposto, exacerbando as diferenças de grupo e tentando combater a livre expressão de individualidade [de personalidade]. 

sábado, 4 de julho de 2020

Realismo, surrealismo e hiperrealismo



REALISMO

"Sigo apenas os meus instintos. Não distingo o que percebo do que sinto. Mal sei sobre o meu passado e o meu futuro. Vivo o presente, mas o chamo apenas de tempo. O espaço domina minha consciência.. sobrevivência é o que mais sei da realidade"

Nível instintivo de consciência.

São todos os seres vivos não-humanos mas nenhum humano, totalmente.

SURREALISMO

"Sinto mais o tempo do que o espaço. Por isso que eu fujo dele. Me refugio em um mundo de fantasia. Acredito que palavras valem mais que fatos. Eu acredito, e isso me define. Se em deus(eus), eternidade ou ideais máximos. Porque eu entendo menos o que sinto. Eu sei do meu passado, do meu futuro, que morrerei. E a certeza que viverei pra sempre. Eu posso pensar que o dinheiro vale mais que a vida. Ou que a minha classe social define a minha essência. Eu sempre interpreto o mundo por minha ideologia."

Nível idealista/ideológico.

A maioria dos seres humanos.

HIPERREALISMO

"O tempo domina minha consciência. Sou como um relógio, sempre atento à sua rápida passagem. Minhas lembranças são tão fortes quanto o meu presente, assim como a minha ansiedade sobre o futuro. Eu vivo no agora, e sei o que é. Sou melancólico, pois sei que tudo é efêmero, que somos todos iguais, em essência, que não há vida após a morte. Que nos resta viver em busca do amor, do prazer/da felicidade, de aproveitar ao máximo esse sopro de existência. A verdade tem um valor absoluto pra mim.  E o oposto para a mentira."

Nível filosófico.

Predomínio em poucos seres humanos.

* Sempre importante destacar que todos nós expressamos os três níveis. A diferença está em como que se distribuem ou predominam individualmente. Os comparo às diferenças entre tempo e clima. O clima é a sucessão de diferentes estados do tempo que se repetem e se sucedem na atmosfera ao longo do ano em determinada região, enquanto que o tempo é a variação do seu humor a todo momento. Um indivíduo hipotético que é mais surrealista, pode apresentar momentos de maior hiperrealismo ou realismo. Por exemplo, quando é guiado apenas por seus instintos, está expressando um nível comparativamente mais baixo de consciência. Sempre quando pensa sobre verdades "absolutas", que eu prefiro chamar de existenciais, está expressando um nível hiperrealista de consciência. Eu, por ter alcançado ao nível hiperrealista, o tenho como minha normalidade cotidiana.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

A irracionalidade humana e a lógica das espécies não-humanas...

Seres vivos não-humanos, em estado saudável em suas faculdades adaptativas, não distorcem (não podem distorcer) a realidade (verdades) que conseguem construir visando a sobrevivência. Por isso que acredito, por agora, que não devam ser considerados como irracionais.Eles estão apenas coerentes com suas perspectivas de adaptação. Seria o mesmo se os seres humanos fossem absolutamente  comparados com seres vivos que voam e, então, denominados como "aladamente deficientes".

A irracionalidade é basicamente uma forma de alucinação, só que extra-sensorial ou intelectual, em que o indivíduo (humano) distorce sua compreensão precisa ou objetiva da realidade, especialmente quando confunde suas opiniões derivadas de suas sensações, isto é, que resultam em suas verdades subjetivas, com o que percebem ou deveriam estar percebendo de factual da realidade. Fanatismo e preconceito são as faces mais importantes da irracionalidade, unicamente humana, se, para ser irracional é preciso ter potencial para ser [variavelmente] racional... O mesmo para o exemplo da capacidade de voar se, para ser "aladamente deficiente", há de se apresentar potencial natural, de espécie, para o voo, que não é o caso do ser humano.

Covid, avião e a irracionalidade humana



Dizem que viajar de avião ou de helicóptero é muito mais seguro do que de carro (ônibus, moto). Ok. O problema é que essa comparação não está completa, porque faltam as estatísticas de sobrevivência pós-acidente, sem falar quanto às diferenças de uso, já que andamos muito mais em veículos terrestres. Outra diferença é o nível de fator humano envolvido já que muitos dos acidentes de veículos terrestres acontecem por pura negligência ou falta de atenção do motorista. Bem, os números nos mostram que as taxas de sobrevivência são logicamente maiores, mesmo no caso de acidentes sérios de carro, moto, etc, e o oposto para os de avião, helicóptero.. Mas, a maioria, muitas vezes por necessidade ou conveniência, se conforma com a metade desta história de riscos e nível de segurança. E isso é irracional, claro.

Muita gente também tem tratado a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, em curso pandêmico neste ano de 2020 "dc", como menos perigosa do que pode ser, com base em ignorância ou deturpação de fatos.

Do tipo: se a maioria que pega apresenta quadro assintomático ou sintomas leves, sendo potencialmente mais grave no caso de pessoas com comorbidades e idade avançada, eu tenho certeza que não terei complicações...

Mas, enquanto não existirem testes que detectam, com alguma precisão, risco do seu sistema imunológico apresentar resposta exagerada, principal fator de morte da covid, então, não tem como dizer que, se pegar, não acabará numa cama de hospital ou mesmo de chegar a óbito. Eu não tenho bola de  cristal e se quero preservar minha vida, eu preciso seguir a razão e não a intuição de me achar invencível sem ter qualquer prova concreta disso. Na maioria dos casos não ocorrem complicações, mas você só terá certeza do que pode te acontecer se pegar a doença. Sem falar sobre as pessoas, cônjuge, amigos, parentes, desconhecidos que poderiam se contaminar por sua causa e ficarem em estado grave ou mesmo de não chegarem resistir à infecção.

A ilusão ou alucinação intelectual que faz com que as pessoas exagerem sobre a segurança de viajar de avião é a mesma que faz com que subestimem a periculosidade da covid-19.

Na maioria das vezes em que andamos de avião, é seguro. Mas na má sorte de sofrer um acidente, as chances de morrer são muito altas.

Na maioria das vezes, a covid-19 não é letal. Mas, isso não significa que exista 100% de certeza de, se você pegar, seguirá a tendência desta maioria. Nem que o mesmo acontecerá com as pessoas ao seu redor, caso se contaminar e se tornar um vetor.