Aquilo que já falei, memorizamos não tudo aquilo que queremos mas especialmente aquilo que nos marca, cronologicamente falando... O meu exemplo, memorizei as melodias de músicas do famigerado É O Tchan, por causa de trechos de minha infância, que por alguma razão que desconheço, me marcaram, mas não consigo memorizar as músicas do Harold Budd. Este parece ser um exemplo de descompasso entre o autobiográfico e o cronológico.
Toda memória semântica é autobiográfica porque a nossa cognição encontra-se inseparável de nossa psicologia, ainda que possam apresentar pseudo-discrepâncias, por exemplo, uma maior capacidade cognitiva do tipo ''masculina' [habilidades espaciais] combinada com uma personalidade//''capacidade psicológica'' mais ''feminina' [gosto cultural mais enviesado para estes aspectos]. Até poderia ser mais atrevido ao sugerir que: a cognição É MAIS autobiográfica, isto é, a memória semântica [cognição cristalizada] do que a própria ''memória autobiográfica'', que parece ser mais ''cronológica''.
Neste sentido até poderia novamente, continuando no meu estado de loucura inversamente vegetativa, de sugerir que, poderíamos pensar na memória semântica, que também é MAIS autobiográfica [e até mais que aquela que nos acostumamos a chamar assim] como ''memória espacial'', em que espaço é equivalente ao corpo ou ao sistema ''corpo-mente'', enquanto que a memória ''autobiográfica' seria, tal como eu sugeri acima, em uma espécie de ''memória temporal'' ou cronológica, evidentemente tendo o ''tempo'' como variável descritivamente encapsuladora.
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