sábado, 30 de dezembro de 2017

Estilo e projeção: biologia//mente//ênfase adaptativa ou evolutiva e construção individual do comportamento//ambiente flutuante

Por que muitas das pessoas mais [cognitivamente, intelectualmente (especialmente) ou psicologicamente] inteligentes não conseguem ser mais sociáveis*

Temos estilo e o projetamos. Nossos estilos representam aquilo com o qual nascemos, nossos projetos e/ou manuais subjacentes de sobrevivência, adaptação e/ou evolução [no caso dos mais criativos e também dos mais sábios], nossos meios mais profundamente intrínsecos de nos agarrarmos à vida. Somos nós que construímos os nossos [próprios] ambientes particulares ou pessoais, de maneira bem mais dependente enquanto crianças, ainda que já demonstrando motivação intrínseca para perseguir por essa construção auto-biográfica, ao menos em relação ao nosso espaço existencial mais íntimo. 

Via ''forma/estilo e expressão/projeção'', projetamos os nossos estilos, resultando no estabelecimento de um ''ambiente'' pessoal flutuante, ou ''cultura individual'', primeiro os aspectos mais hardware ou ''corpo'', e depois, como processo subsequente, sendo simbolizado com a arte//cultura [existencial e técnica] ou ''roupa''.  A partir daí haverá o processo ou tentativa de encaixar o nosso ''milieu'' pessoal com o local, e em tempos de domínio do ''estado-nação'', com o nacional. Quando o molde não é capaz de se adequar à cultura coletiva [da maioria] então ocorre um processo potencialmente permanente de atomização ''mútua'' de ambas as partes, do coletivo em relação ao indivíduo, e do indivíduo em relação ao coletivo, porque a sua perspectiva existencial será demasiadamente única ou rara para caber em moldes que foram projetados para encaixar medianidades genéricas.

Eu disse que a cultura se divide em 3 setores fundamentais: o técnico/científico, o intelectual/filosófico e o artístico ou existencial. Pois bem, agora penso que, a maioria das pessoas tendem a sobre-enfatizar pelo técnico [científico/replicação da ciência produzida//deveres] e pelo existencial [artístico//entretenimento existencial/ parte dos direitos individuais] e a negligenciar pelo intelectual por razões não-intencionais, visto que é justamente aí que o uso independente das faculdades mentais para o raciocínio se torna mais importante, visto que no técnico, a capacidade de memorização e replicação das atividades que se consistem em sua definição, enquanto que o aspecto mais artístico ou cultural, é aquele que justifica e distrai os estilos [e projeções] individuais [distrai do tempo], especialmente em tempos de florescimento de sub-culturas ''urbanas'.

Quando o ambiente/projeção que criamos para nós não é minimamente equivalente ao ambiente maior ou coletivo, que representa, de maneira invariável, ''as massas'', então é muito provável que além de um constante atrito, como dito acima, também haverá um processo de associalização por parte do indivíduo, e/ou em relação à coletivização constante que basicamente se consiste a socialização. Ele não consegue se socializar porque construiu e/ou projeta um ambiente, derivado de seu estilo, que está muito discrepante da regra ou norma. Por exemplo, ele projeta um gosto cultural incomum a muito sofisticado enquanto que a maioria se conforma com um gosto comum e/ou trivial, resultando a priore em uma fricção de prioridades/ênfases e expectativas, e podendo a partir daí resultar no processo de atomização por parte deste indivíduo, dependendo do seu grau de tolerância com a projeção coletiva do ambiente em que vive.

Maior é o grau de profundidade quanto à vivência do ambiente pessoal, por lógica, maior será o grau de intolerância em relação àquilo que, lhe for diferente ou mesmo que lhe for antagonista. E grau de profundidade também pode se relacionar com: nível de criatividade, de talento [sabedoria hiper-localizada], que eu denominei de ''intelectualmente obsessivo''. 

Portanto, partindo de minha triarquia dos tipos de inteligências [ainda não oficializada, creio eu]: cognitiva, intelectual e psicológica, parece lógico de se pensar que, os mais intelectualmente inteligentes, especialmente a partir de uma abordagem filosófica central, nuclear ou em prol da sabedoria, mas também independente de se estar neste nível agudo de clareza intelectual, serão os mais propensos, juntamente com os ''mais cognitivamente inteligentes'', a se assocializarem, ainda que, estes últimos possam encontrar meios para superar este desafio dentro dos seus ambientes de trabalho, ainda que parece ser regra geral que, mais intensamente distante das medianidades, mais difícil será para ''voltar''/regredir às médias ou tolerá-las.

Serão por 3 vias que, os mais inteligentes, e também qualquer outro grupo, acabarão se assocializando:

- hipo-capacidades interpessoais = característicos daqueles que são desequilibradamente inteligentes no aspecto cognitivo;

- excesso [ou não tão ''excesso''] de complexidade OU de idealidade [espectro da sabedoria] = intelectualmente inteligentes [em intensidade ou qualidade]

- hiper-capacidades interpessoais universais [diferente do tipo contextual/adaptativo, que seriam as mais adaptativas, por lógica] = de acordo com a minha ideia de que, a inteligência é, em seu conceito mais primordial, a busca pelo equilíbrio, e o mesmo no caso da inteligência emocional [ou deste tipo de inteligência emocional], e que todos os fatos são por si mesmos equilibrados ou manifestações do equilíbrio.

No mais é isso, nascemos com estilos, os projetamos, construindo os nossos ''milieu pessoais'' e a todo momento os comparamos com as culturas coletivas, e aqueles com os maiores problemas para se encaixarem ao ''mainstream'' serão os mais propensos à associalização, ou o ato de não-socializar.

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