O modo como escrevemos é uma convenção subjetiva porém socialmente reforçada. Aqueles que escrevem ''errado' com frequência e sem consciência são geralmente penitenciados por suas negligências involuntárias quanto à norma culta. Sendo uma convenção ou algo que é definido como socialmente e tecnicamente correto, e dependendo da "gravidade" do erro, o que mais importa não é como escrevemos as palavras mas a sua função essencial que é a comunicação e a transferência de ordens/comandos ou conhecimentos.
As palavras são meios para se alcançar à uma finalidade.
Pra mim a robustez e o tamanho do vocabulário e claro a partir da norma culta consistem em manifestações de comandos que algumas pessoas são melhores para memorizar, diga-se, tendenciosamente de modo subconsciente, do que em legítimo conhecimento. Não estou dizendo que o conhecimento da palavra e do seu conceito não se consistam em um conhecimento legítimo mas que a norma culta por ser uma convenção não é de fato aquilo que poderíamos categoricamente atribuir o valor de conhecimento mas de comando ou ordem. A norma culta pode até apelar para um possível valor estético mas talvez a impressão que temos, que uma forma de escrever seja pior do que a outra, nada mais seria do que a reflexão de nossos próprios comandos internalizados, mais um fato subjetivo do que um fato, de fato. Até mesmo a matemática, tida com frequência como mais importante, na verdade também consistiria em uma manifestação da domesticação cultural e intelectual humana que a priore não tem nada de errado.
Portanto ao invés de atribuirmos ao tamanho e qualidade do vocabulário um valor exclusivamente intelectual [assim como também todos os outros acessórios/ingredientes culturais como os símbolos numéricos] tal como pura manifestação de inteligência, talvez devêssemos vê-los como expressões psico cognitivas de processos seletivos para a "auto"-domesticação humana...
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