sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Ao alcance das mãos. Na distância das mentes

Corpos são puro instinto,
Comunicam-se pelos sentidos,
Vem direto, de corações primitivos, 
Não obedecem a valores ou regras, 

Apenas o frescor da emoção,
Sem excessos, de julgamento ou análise, 

Nem de racionalismo ou álibi, 
Ainda uma falsa empatia, uma simpatia, 

Que apenas se projeta, sem conhecer, 
Que quer apenas espelhos, como companhia,
Mas muito mais sincera, por ser direta em seu ser,
Sem arrependimentos, aos passos do desejo, de uma ousadia,
Ao alcance das mãos, que tateiam, sentem e delineiam, 

Mãos que não mentem, que não fingem arrepios, que não fabricam elogios, que comunicam sem palavras, no calor dos dedos, dos seus dedos rijos, em jatos-gozos, tapas, e nunca em delírios,

Com a mente, as distâncias crescem,
Meros seres que vivem, não mais se querem, pelo simples olhar, tato ou amor de suas almas,
Se o desejo não veio antes, à pureza das mentes deseja, 

Ao toque das mãos, que evita, 
Quer o soar dos ventos  n'ouvido, e que assim seja, 
Quer ouvir o que mais quer, quer tudo homogêneo, que o satisfaça, Mesmo nas mentiras que embrenham, que povoam vida nossa, que a desgraça, 
Que nos arrasta em seu engenho, que nos esconde em sua fumaça,

Se é pelo calor do corpo que a alma, um paradoxo, mais se comunica, mais se mostra,

Vezes pura, como uma virgem, vezes fura, como uma lâmina grossa.

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