sábado, 30 de setembro de 2017

Olhos de sábado

Deste único sábado,
E os seus olhos de chuva,
de culpa,
de luta,
Que a vida abusa,
E nos abandona à própria vida,
Nos engana, que a vida é a vida,
Que vive-la, não é o mesmo que senti-la, 
Olhos de desejo, 
Que a tristeza brinda, 
De ansiedade, esperando, o passar dos dias,
Sempre olhando, para o relógio da vida,
Os seus ponteiros imparáveis,
A sua pressa, de sempre correr, e sem ter uma chegada, e sem ter uma saída,
Contando os dias, de espera, de consumação, 
Persegue futuros, à espera de presentes,
Escravo dos desejos,
Do primeiro respirar ardente,
Da primeira e da última ilusão, 
Melancólico, alegre, sorridente, num frio de congelar, 
Pulsam os ritos, passam cada passar,
E de repente, só nos resta o esperar.

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