quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Ode à humanidade

À sua infinita crueldade,
À sua loucura, à sua enfermidade, 


Ode à humanidade,
Faiscante, borbulhante, cintilante,


Ódio ao seu estado febril, doentio,
À sua quimera entropia,


À sua metástase, que ao solo contamina, 
Que pulveriza a beleza, que retorce o aço,

Que alucina,
Que canibaliza a tudo, em busca de lucro,

Mas que cansaço!! Que sina!!

Que envolveu tudo em sua doença,
Em sua feiura, em sua descrença, 

Eu sua alegria catártica, e sem freios, 
Em sua tristeza antártica, em sua tontura, em seus rodeios,

Em seus pesadelos,

Em seu desespero, em seu mais profundo desespero,


A tudo, consumindo, destruindo, se enganando, 


A tudo, parindo, continuando, a sangrar em cada parto, 

A sangrar em cada carro, 
em cada ideologia assassina, 
em cada exploração descabida, 
em cada santa chacina,

Em cada cada, 
em cada passo, 
em cada ciência, 
em cada descompasso, 

A toda tortura, 

Ao estupro de quem lhe deu vida, 
Pois mata a mãe Terra, 
Oh imbecil, oh demência, oh perdida!!

Na espera, pensou em sabedoria,
E na realidade, sente por ela, fadiga, apatia...

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