sexta-feira, 14 de julho de 2017

A sabedoria do "pavio curto", especificamente o racional

"Não levar desaforo pra casa"

Geralmente acreditamos e com toda a razão que ser pavio curto por qualquer coisa não é racional e que é sempre importante analisar situação por situação antes de agir com base no impulso. Claro que tendemos a entender os conceitos mas também patinamos na hora de aplica-los, e nesta parte, geralmente sem saber que cometemos esses erros. No mais também tendemos a esquecer que cada fenótipo comportamental tem uma história ou passado evolutivo por trás e que na totalidade das vezes as pessoas não agem de maneira inteiramente ilógica [e na verdade elas tendem a agir de maneira muito lógica, ao menos em relação às suas próprias características intrínsecas, mentais e corporais]. Muitos fenótipos comportamentais que ainda prevalecem nas populações humanas refletem outros tempos, de quando surgiram, e em que se tornaram de alguma maneira demograficamente importantes. Por exemplo a crença religiosa. Em outras épocas mas mesmo em algumas culturas antigas que ''ainda'' estão entre nós, especialmente as mais isoladas, a religião pode ser considerada como o suprassumo do conhecimento da tribo ou comunidade. No entanto em "nosso" contexto moderno apesar de ainda ter muita serventia especialmente a de natureza reprodutiva, a religião se tornou mais supérflua em termos culturais. 


Cultura não é apenas cultuar mas também acreditar e tende de maneira invariável porém constante a expressar o grau de qualidade intelectual de certa população ao menos em relação ao seu cidadão médio. 

Voltando ao fenótipo comportamental do "pavio curto", que ou aquele que tem pouca paciência ou tolerância com desaforos. Existem os "esquentados" ou "coléricos" generalizados que eu também gosto de chamar de "irracionais", ainda que fenotipicamente lógicos, e os coléricos racionais, que tem boas razões para ficarem assim. Especialmente entre os homens, é comum que os mais coléricos acabem cometendo crimes. Por exemplo, se um homem te "passa a perna" qual seria a sua reação?? Muitos homens/ou pessoas, as mulheres inclusas,  relevam ou acionam a justiça para tentar solucionar o caso, e que dependendo do país, será quase que "deixar passar". Outros homens preferem fazer justiça com as próprias mãos. O homem te enganou então você vai e o mata. Esse tipo de justiça mais se parece com a "Lei de Talião", olho por olho dente por dente. Se não fossem pelos excessos desse sistema de justiça e/ou se fosse muito mais detalhado e universalmente justo, via moralidade objetiva, seria o melhor de todos e não haveria a necessidade de algumas pessoas buscarem fazer justiça com as próprias mãos. 

Ser passivo ou tranquilo demais pode te fazer mais propenso a ser "feito de trouxa". O caso "recente" do povo brasileiro que finalmente começou a perceber o nível de podridão de seus políticos e como bom gado que são permanecem passivos mesmo que mais alterados do que antes, quando a roubalheira mal era noticiada. 

São nessas horas que ser pavio curto pode ter das suas vantagens.

Não permitir que se cometam injustiças mas antes procurar analisar a situação para depois de fato agir. Eis a sabedoria de não ser sempre tolerante. No entanto vivemos em sociedades em que o nível de tolerância para quase todas as injustiças é pra dizer a verdade muito alto, e aliás, esta tem sido a historinha humana.

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