sexta-feira, 23 de junho de 2017

O lado excepcionalmente benigno do "geneticismo" ou ''hereditarianismo'': Políticos corruptos

Pode um político corrupto aprender a lição??

Provavelmente não... 

Desde a tenra idade já começamos a mostrar parte a grande parte de nossas personalidades e temperamentos, dentre elas o caráter. Cedo ou tarde vamos mostrando quem nós somos e o que podemos ser capazes de fazer para o bem ou para o mal. No entanto apesar de (todos nós) percebermos os efeitos ou os nossos comportamentos desde cedo e o quão regulares eles costumam ser, autoridades/elites intelectuais, culturais/políticas e mesmo as científicas, tem negado essa realidade especialmente com a recente hegemonia do (((pós modernismo))) no ocidente. Parece que essa tendência de interpretação behaviorista do comportamento não é um produto unicamente original do pós modernismo porque tem se consistido em uma narrativa corriqueira, justamente por ser logicamente primária, tão fácil de ser identificada. 

"A pobreza causa violência"

"O poder corrompe"


É uma relação direta de causa e efeito.... no entanto nos esquecemos que a reação também depende das características intrínsecas do indivíduo, de maneira que, nem sempre ou mesmo na maioria das vezes a pobreza não irá causar a violência, de imediato. Na maioria das vezes ''o poder'' não irá corromper as pessoas. Eu acho que já falei sobre isso, sobre esse tipo de narrativa ''mágica'', em que as abstrações são colocadas como as causadoras de comportamentos ou situações reais, concretas, basicamente colocar a carroça na frente dos bois ... e tirar as nossas responsabilidades por nossas ações. A última decisão, super-autoconscientes ou não, é sempre nossa. 

Se podemos prever comportamentos, então poderíamos também ou especialmente prever comportamentos ruins, desde ou a partir da primeira infância. O ''hereditarianismo'' ou ''geneticismo'', como tem sido denominado, pode vir a se consistir em um excesso de incumbência direta à genética para explicar a biologia e a sua expressão ou comportamento. Por exemplo, dizer que apenas os genes, de maneira direta, foram os responsáveis pelo aumento epidêmico da obesidade no mundo industrializado, me parece ser equivocado, porque o sedentarismo e a má alimentação também tem tido papel importante, sem falar em possíveis mutações que podem ser indiretamente transferidas de uma ''geração para outra'', acaso o mesmo comportamento for mantido e aumentando a expressão das mesmas [o Lamarckismo parece ser parcialmente possível, mas no sentido negativo ou ''degenerativo'' da coisa]. No entanto, parece fato ao menos pra mim que o papel dos ''genes'' ou da biologia é mais importante que o papel do ambiente, especialmente quando não temos ambientes super-problemáticos, e na verdade, para sermos sinceros, tais cenários não costumam ser a regra, mas a exceção. O papel dos genes não é apenas importante para o comportamento mas em relação a tudo, mesmo quando nós temos influências ambientais mais intensas. Mesmo em ambientes desoladores e a longo prazo, os genes continuarão tendo papel, diga-se, essencial/decisivo, e a seleção natural atuará de maneira a selecionar os mais resilientes pra esse tipo de ambiente. O exemplo da obesidade mostra o quão onipresente está a influência genética porque não é todo mundo que tem engordado por causa de hábitos não-saudáveis. E mesmo quando nós temos ''efeitos ou resultados negativos'' ou ''considerados como tal'', os genes continuarão, evidentemente, tendo papel fundamental, se não na promoção de uma melhoria, então o fará na promoção de uma ''degeneração'. Não existe essa de mesma proporção para os genes e para o ambiente, se são os primeiros que terão a ''palavra final'', que serão decisivos, porque ''eles'' nos representam nessa dinâmica. Se quiséssemos, nós poderíamos trocar o termo ''genética'' por ''nós'', que não faria diferença, e na verdade, até poderia soar mais verdadeiro, mais objetivo, e menos abstrato. Essa dinâmica entre os ambientes e NÓS, está diretamente, intimamente relacionada a nós mesmos, e me parece que também precisamos entrar nessa ''jogada'', como agentes ou elementos fundamentais, centrais nessa relação, e não apenas como ''observadores neutros da interação 'genes' x 'ambiente' ''. 

No mais, se é possível prever tendências de comportamentos a longo prazo ou mesmo invariavelmente vitalícios/recobráveis, então é possível prever se um indivíduo nasceu com uma disposição arraigada para ser honesto, se o será com grande frequência e em especial quando o fizer de modo autoconsciente, tendo plena consciência dos atos. E é possível bloquear a entrada desse indivíduo na política, acaso for confirmado o contrário, que apresenta um caráter fraco, antes que sequer pense em uma carreira neste ramo. Se a psicologia e de maneira sábia fosse aplicada desde sempre, simplesmente não teríamos mais políticos corruptos

Para começo de conversa. 

O behaviorista acha que se todos fossem bem cuidados desde os primeiros anos de vida, e em todos os aspectos, não haveria criminalidade e nem corrupção na política. No entanto, por ser bonzinho com ''todos'', ele acaba deixando lobos e raposas passarem por esse crivo, e no final estes sempre acabarão sendo responsáveis por tragédias individuais, familiares ou mesmo coletivas, quando temos por exemplo um doente como aquele ditador norte-coreano mandando, desmandando e matando adoidado. 

Muitos desses behavioristas [muitos que são até espontaneamente behavioristas] são de ''presas' naturais, por acreditarem que ''todo ser humano, quiçá todo ser vivo, só precisa de compreensão e amor para poderem se tornar racionais e benignos''. São ou muitas vezes, se acham tão bonzinhos [altruísmo patológico a narcisista] que são incapazes de discriminar as pessoas [e mesmo os seres] com o rigor que elas merecem [mas... me parece que muitos adoram exorcizar as ''bruxas da atualidade'', por exemplo, ''o homem branco'']. O resultado deste ''pulso [extremamente] fraco'' não poderia ser outro, se não o oportunismo e subsequente parasitismo ou predação de ''raposas'' e ''lobos'' não apenas contra esses mártires naturais, mas também contra quem não tem nada a ver com essa história, você e eu. 

Se a psicologia [evolutiva] fosse sabiamente aplicada, não teríamos ''Temer'', ''Dilma'', ''Lula'', ''Aécio'', ''Obama'', ''Trudeau'' ou ''Trump'' no poder. Em outras palavras, se passássemos a reconhecer o papel fundamental dos ''genes'' [nossos instintos, nossas intrinsecabilidades] no comportamento, seríamos capazes de reduzir dramaticamente a frequência de conflitos e tragédias desnecessárias. 

Um ponto interessante que vou falar rapidamente é sobre os tipos ''irracionalmente imprevisíveis'' de indivíduos, muitos que são provavelmente os mais difíceis de serem identificados, ou de prever os seus comportamentos e tendências responsivas. Não é tão incomum termos casos de perfeitos pais de família que enlouquecem sem ter qualquer razão racional aparente, matam a sua família e depois tiram a própria vida. Eu não duvido que muitos criminosos, já foram crianças adoráveis, e que a maneira como que interpretaram escaladas de acontecimentos problemáticos em suas vidas OU mesmo sem ter qualquer razão remota, acabaram adentrando no mundo do crime. 

Mais do que os ''previsivelmente malignos, por estupidez ou por malignidade'', os ''imprevisivelmente malignos'' parece que são os [obviamente] mais difíceis de serem identificados em termos de tendências comportamentais. Mesmo em relação a eles, eu não duvido que uma sociedade impregnada por esses métodos propostos, de introduzir a psicologia e de maneira sábia para organizá-la, ainda seria capaz de identificar esses indivíduos e de, em um futuro próximo, conseguir extinguir essas tendências de selvageria imprevisível, pelo que parece, super-localizadas em termos de frequência ... esses rompimentos de monstruosidade irracional. 

Do ''darwinismo social'', que também é possível de ser usado, diga-se, de maneira não-sábia, até ao completo oposto, a superação quase-absoluta de muitos se não da maioria dos problemas humanos, especialmente os mais desnecessários. 

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