quarta-feira, 31 de maio de 2017

Capitalista sonhador e outro trovador

Consome-se em sonhos,
Os consome, na venda, nas cidades, em seus centros,
Em sorrisos, risonhos, em esperanças, em preços camaradas,  
Em doces, salgados, azedos,
Quando está em promoção,
Capitaliza-se tem oportunidade,
Seduz pela emoção, no calor da mocidade,
Moedas, cédulas, cifrões, não lhe bastam,
Precisa da essência, mais que o símbolo, 

Precisa do corpo, mais que o dígito,
Capitalista sonhador,
Consumista de esperanças, de alegrias, de sonhos, de amor

Resistir ou existir

Os dois por favor,
Resistindo ou existindo,
Resistindo ao tudo, se consumindo, te consumindo,
Indivíduo e só, em sua luta, 

Empurrando a maré, e ela, o engolindo aos poucos, e vencendo, 
E você, morrendo, por tanto viver, 
Resistindo à existência, 
Quer ser pra sempre, diz que terá paciência, que nunca enjoará de si mesmo, que nunca haverá nunca, será sempre, uma eternidade, 
Mesmo quando se esquecer, mesmo quando se lembrar, depois de tanto morrer, que será o infinito, 
Mas acorda e vê que apenas resiste, que é apenas um grito,
Que é a primeira resistência, que somos os primeiros rebeldes, de um mundo sem penitência, sem piedade, 
Re-existência, somos nós, pobres mortais,
Re-existimos, se somos mais que um, se existimos em dobro, se primeiro estamos, e depois somos,
Em sopros,
Em assombros,
Se a soma da vida sempre subtrai, 
De um todo só nosso, conquistado, 

Mentira, nunca o conquistamos, sequer o desejamos, 
Até ao zero consumado, até aos ossos revelados,
No ócio e mesmo assim resiste,
De tão frágil, de tão perturbado,
As mentiras até soam verdadeiras,
Quer esquecer que a vida não tem eira,
Que só vive quem resiste,
Quer apenas ser, mas ser, já é mais que um deslize...

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