segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sintomas de uma síndrome da modernidade: QIismo

''O meu QI é maior que o seu, logo eu sou mais invencivelmente/totalmente inteligente''

''Aquela moça era tão eloquente... mas o seu QI é mediano''

''A relação entre QI [inteligência] e criatividade foi de...''

''Os povos de QI maior [mais inteligentes*] são menos propensos a...''

A tudo aquilo em que se deveria usar o termo inteligência, e com suas as consequências conceituais e práticas embutidas, passou-se a usar a sigla QI. Aos poucos o cérebro vai se desacostumando a falar em inteligência, substituindo-a por QI, como se os dois fossem exatamente a mesma coisa, espelhos mutuamente perfeitos.

Não está errado falar, usar o QI, o problema é passar com isso a desprezar a inteligência, de fato, e/ou tratando-a como se fosse QI, e como se o QI fosse inteligência. 


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