terça-feira, 14 de março de 2017

Pensamentos sobre racionalidade e pequena criatividade [ little-c]


Apenas os valores quantitativos que podem ser hierarquizados*

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Racionalidade ou criatividade* Qual é a característica que é mais relacionada com a inteligência* Digo, de maneira predominante ou constante*

Você é criativo todo dia e toda hora*



Acessamos OU precisamos mais da racionalidade do que da criatividade para viver. Fazer julgamentos corretos é mais importante, ou deveria ser mais importante, no cotidiano, do que sempre ter ideias novas e potencialmente úteis, apesar de ser evidente que a criatividade também seja de extrema importância, mas não ''toda hora'' em nosso cotidiano, especialmente a ''grande criatividade'' ou ''BIG-C''. A ''pequena criatividade'' ou ''little-c'', que alguns poderiam chamar de criatividade paliativamente prática, também é de grande valia em nosso dia a dia. Eu acredito que a relação entre ambas, isto é, entre a pequena criatividade e a racionalidade, será significativa, complementar, porque na maioria das vezes nos depararemos com novos porém discretos desafios em nossos cotidianos e portanto também precisaremos da ''criatividade paliativamente prática'' para entender e possivelmente superar esses desafios.

 Precisamos recobrar o conhecimento cristalizado (experiência) para solucionar problemas que são familiares, buscar compreender o mundo de maneira precisa, factual e julgá-lo de maneira equilibrada, mas também ter flexibilidade ou criatividade prática para entender e se possível solucionar problemas que não são familiares a nós.

Eu já comentei que a racionalidade mais parece se consistir na manifestação real da inteligência, ao invés de ser como um potencial sem contexto representado por um símbolo quantitativo, como os testes cognitivos o fazem. Aquilo que esses testes prevem, a racionalidade comprova... ou não, no mundo real, de maneira generalizada, quando o sujeito é predominantemente racional, ou particular, quando se manifesta em ações isoladas ou dispersas ao invés de uma homogeneidade qualitativa de ações advindas de uma constância intrínseca em deliberações mais racionais.

Bom senso

Eu já separei este termo de seu pseudo-gêmeo senso comum. O bom senso é tudo aquilo que a partir de uma ótica ideal está certo ou errado e definitivamente, que é baseado em uma ênfase mais equilibrada de julgamento. O senso comum é tudo aquilo que se torna oficial, tido como o correto do momento. Um exemplo singelo, o estilo de cabelo. Nos anos 80 as mulheres abusavam de laquês e de métodos para deixarem os seus cabelos mais cheios. Uma década depois a moda capilar feminina mudou totalmente e passou a valorizar o cabelo liso ou alisado. O senso comum neste caso mudou diametralmente de um extremo para o outro. O bom senso por outro lado, neste exemplo, nos aconselha a personalizar o estilo, isto é, para algumas mulheres [ou homens) o cabelo cheio e encaracolado pode valorizar mais as suas características faciais enquanto que para outras o cabelo alisado pode ser mais interessante. Eu poderia aprofundar ainda mais no bom senso, mais radical, mas baseado em um ponto de vista balanceado, e concluir que as mulheres não deveriam se prestar a tantos artifícios tecnológicos como pranchas de alisamento e aceitarem melhor os seus tipos de cabelos tal como eles são, de maneira mais natural, tendo até mesmo reverberações ecologicamente corretas, porque imaginemos a quantidade de produtos de beleza que são fabricados e descartados todos os anos* Sem falar que muitos deles são escrotamente testados em animais não-humanos para que depois possam ser comercializados, o cúmulo da vilania. 

Eu já usei o exemplo da política ou do espectro político e ideológico para mostrar aquilo que é o mais racional de ser feito neste caso. Os mais unilateralmente afoitos por um dos lados do espectro ideológico/político serão os menos racionais, por desprezarem ou tentarem justificar os erros e falhas dos seus partidos ou ideologias preferidos e por desprezarem os acertos do grupo concorrente. É idealmente racional analisar de maneira distante, neutra, as falhas e os erros que já foram e que continuam a ser cometidos em cada sistema ideológico e prover-lhes a sentença mais justa, ao invés de cair de amores por uma ideologia, tal como uma adolescente que cai de amores por um novo galã de novelinha. Evidente que ser um ou uma gruppie de ideologia não é o mais racional [[[inteligente]]] a ser feito.

A realidade é uma só, e o sistema político perfeito ou perfeccionista também. O resto se consiste em incompletudes tomadas como absolutas ou universalmente certas. 

Na maioria das vezes as pessoas se apaixonam pelas plataformas políticas e/ou ideológicas que melhor refletem as suas necessidades existenciais ao invés de também analisarem as suas falhas buscando com isso completar a sua compreensão factual ou conhecimento sobre as mesmas. A famosa ''esperança'' de se achar que com o tempo o sistema preferido irá se consertar sozinho, se esquecendo, é claro, que ao longo deste caminho de suposto aprendizado, indivíduos inocentes serão sacrificados.

Portanto em uma hipotética hierarquia qualitativa de inteligência o espectro da racionalidade e da sabedoria aparecerá como o parâmetro mais adequado de se ser usado, ainda que no final do dia, por ser um sistema com várias ramificações, outras hierarquias também deverão ser pensadas, por exemplo, em relação à própria criatividade. Elementar no entanto que a racionalidade/ e a sabedoria mostram-se mais importantes do que a ''inteligência'', tal como a temos entendido, ''a sua aplicação em tarefas predominantemente técnicas'', e a criatividade, justamente por ser[em] requisitada[s] a todo momento, desde as tarefas mais triviais, por exemplo, escolher entre cochilar de tarde ou não, até às tarefas mais importantes, porque como eu disse, e já faz um tempo, racionalidade/ à sabedoria são onipresentes em cada ação, e eu ainda poderia concluir que a ''pequena ou prática criatividade'' também está onipresente ao nosso comportamento se a todo momento precisamos ser, para mais ou para menos, de criativos paliativamente práticos, por exemplo, ''jogando conversa fiada'' com outra pessoa, em que podemos ou precisamos ser efemeramente criativos (bem humorados, sempre compilando frases novas, buscando diversificar a gama de assuntos, etc...).

O julgamento correto visa espelhar a natureza real das coisas, por exemplo, se é um defeito, de se chamá-lo assim, sem tentar justificar ou ''racionalizar'', a priore, é claro... essa tentativa de espelhamento e julgamento perfeitos se consiste no núcleo essencial da inteligência.


No entanto é sempre recomendado não agir pelos fatos (lógica) mas a partir deles (racionalidade, criatividade, sabedoria).

Por exemplo, se existe a pobreza, e as pessoas pobres sejam em média responsáveis por seus próprios destinos, aceitar este fato, se consistirá em um pensamento lógico, pragmático e frio. 

Por outro lado, a partir do momento em que aceitamos as duas primeiras variáveis, que existe a pobreza e que as pessoas pobres são em média e parcialmente falando responsáveis por suas condições, então é moral e inteligentemente recomendável agir de maneira criativa e prática, buscando por novos meios de se reduzir a pobreza e de preferência de maneira significativa, e racional, usando o bom senso que na verdade  começa a ser usado a partir do momento em que não se aceita o fatalismo lógico.




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