terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Você filtra mais (introversão) ou menos (criatividade) as informações do ambiente*

Um paradoxo [ ou pseudo-paradoxo ]

1- O cérebro dos mais criativos, supostamente, teriam menor inibição latente, isto é, filtram menos as informações que capturam, resultando em informações extras.

presume-se que seja um cérebro sensorialmente passivo que, por não ter uma boa capacidade de ''filtragem'' encontrar-se-á à mercê da densidade de informações/padrões ou estímulos do ambiente.


2- O cérebro dos mais introvertidos, supostamente (e o mais provável, ou não), filtram mais [as] informações resultando em uma sobre-carga sensorial/introversão.

presume-se que seja um cérebro sensorialmente ativo porque ele atrai as informações pra si, filtrando mais delas.

Tipo:

o planeta Terra e sua camada protetora que o impede de ser bombardeado por meteoros, asteroides, etc... assim como também em relação aos raios solares, de maneira direta.

versus

um planeta que não tem qualquer camada protetora.


A Terra ''filtra'' mais, é mais ativa. Já o planeta X sem a mesma sorte, não filtra, portanto é passivo. 



Mas será*


Qual que seria a diferença entre filtrar muito (introvertido) e filtrar pouco (criativo), se no final o resultado será/for o mesmo*

= informações extras

E mais, será então que o cérebro criativo é menos propenso a ficar sobrecarregado de informações, se ele ''filtra'' menos, ao contrário do cérebro introvertido*


Os criativos filtram, capturam & internalizam menos as informações**

Filtrar é o mesmo que capturar que é o mesmo que internalizar*


Eu acho que quem filtra menos informações são os extrovertidos porque são mais impulsivos, menos [criticamente] introspectivos, pensam menos em suas ações e por isso agem mais. Se filtram menos, então terão menos informações que foram filtradas para pensar.

Outra questão é a própria palavra/verbo: FILTRAR.

Quando filtramos a água lhe tiramos toda a sua ''sujeira'', para que possa se tornar potável para o consumo. Será que quem filtra demais as suas informações também não acabará purificando-as ao seu bem querer** lhes tirando as suas formas originais*

Vamos então começar a falar um ''português mais claro'' ou a evitar essas abstrações típicas de ''psycho-bubbles'' e literalizar mais, tornar concreto. 

Primeiro, eu acredito que sim, que existe inibição latente e um espectro de intensidade/eficácia que lhe é correspondente. Acho que ao contrário da ideia até então construída e popularizada dentro da psicologia, os mais criativos, parece que, não filtram menos as informações, pelo contrário, mas TALVEZ eu não devesse usar unilateralmente o verbo/ação ''filtrar'', mas também os verbos capturar e internalizar.

Eles capturam e internalizam mais as informações, e sim, talvez filtrem menos as mesmas, tendo como resultado uma maior diversidade delas = matéria prima para a criatividade. Mas isso deve ser especificado, como estou tentando fazer, isto é, diferenciar esses verbos e buscar estruturar de maneira mais coerente este processo.

Então, primeiro, temos a captura, depois o filtro e por último a internalização/cristalização das informações/padrões do ambiente, e não apenas o filtro.

Sem falar na meta-cognição quando tentamos fazer uma limpeza em nossos pensamentos.

Os introvertidos capturam mais informações do ambiente se tornando sobre-carregados, em comparação possivelmente contrastante com os extrovertidos. Como que eles irão filtrá-las e depois internalizá-las, é outro papo. 

Os tipos mais dogmáticos e muitos que geralmente serão de extrovertidos são mais propensos a filtrarem mais as suas informações, porque costumam ter maior auto-estima e menor tendência a se criticarem e também pura e simplesmente por... terem nascido assim, com esta ''fiação''. No entanto eles também são mais propensos a capturarem menos informações, resultando em um pensamento mais simplório, mais binário e potencialmente equivocado, seja em sua raiz (imagem maior) seja em relação à sua periferia ou desenvolvimento (detalhes).

Os mais criativos assim como os mais introvertidos tendem a capturar mais informações, se tornando sobre-carregados [introvertidos] e no caso dos mais criativos esta sobre-carga também será fértil na produção de insights, como o que tive agora neste texto, até mesmo porque esta sobre-carga será mais diversificada em relação à natureza das informações. Ou mesmo, os criativos também poderão ser mais tolerantes com a sobre-carga do que os introvertidos.

Interagimos, capturamos, filtramos e internalizamos/cristalizamos as informações ou padrões (e reagimos às interações com os padrões/ com a realidade, por meio das emoções). 

Criativos capturam mais [+], filtram menos[-} e internalizam/cristalizam mais/ou menos {+] informações.

Talvez os introvertidos menos-criativos, capturem mais, filtrem mais/ou menos e internalizem mais/menos informações.

Já os extrovertidos não-criativos devem capturar menos, filtrar menos/ou mais e internalizar mais/menos. 

O ponto principal de diferenciação entre os três tipos é:

que os criativos capturam mais e definitivamente filtram menos,

que os introvertidos 'não-criativos' capturam mais e geralmente filtram mais

e que os extrovertidos 'não-criativos' capturam menos.


Mas partindo do pressuposto que tanto os introvertidos quanto os extrovertidos que não são mais criativos tendam a ser mais vulneráveis ao pensamento binário, negativamente dogmático, então é provável que isso se dê por tenderem a filtrar mais as informações, que capturam mais, no caso do introvertido, ou menos, no caso do extrovertido.

No entanto também temos a qualidade do filtro [que falo um pouco mais no final deste texto] e pelo que parece os ''mais criativos'' estarão mais vulneráveis à apofenia, isto é, tendo um filtro mais relaxado e apto para produzir ideias e pensamentos criativos/ originais e úteis, mas também mais fraco, que o torna mais vulnerável tanto para a apofenia/ apreensão de padrões factualmente equivocados ou factoides, quanto para o pensamento binário.


Filtro ou preconceito cognitivo


Novamente, se filtra então seleciona, purifica mais, reduz a ''poluição'' de informações, a quantidade /e muitas vezes também a qualidade dos seus elementos, as formata [filtra] e as internaliza. 

Se filtra menos então poderá, conjecturalmente especulando, internalizar (subconscientemente) as informações tal como elas vieram, tal como foram capturadas, exatamente como um filtro de água que não funciona muito bem e que acaba deixando passar detritos que estão presentes na água tal como ela foi capturada ou coletada, mais suja. As informações originais acabam sendo substituídas ou formatadas por ''informações de referência'', que já foram internalizadas, o filtro, que vai se tornando progressivamente cristalizado [instinto/ preconceito cognitivo verbalizado]. Então ao invés de analisar os padrões que estão sendo observados, passa-se a criticá-los com base nas ''informações referenciais'' [crítica da própria crítica e não da análise] que são os principais elementos dos nossos arcabouços, ou informações cristalizadas. 

Treinamos os nossos pensamentos e deixamos de apenas analisar os padrões, porque como eu já disse antes em outro texto, acreditamos que estaremos voltando à estaca zero se nos pusermos a analisar os padrões, até mesmo porque com isso facilitamos o pensamento, deixando-o mais rápido e necessariamente não há nada de muito errado nisso, isto é, em confiar em nosso ''conhecimento' cristalizado, o problema é confiar cegamente, e nunca voltar atrás, nunca analisar cruamente os padrões, possíveis fatos, quando for o caso, SABER quando for necessário fazê-lo/''voltar atrás''. 

Novamente, analise os padrões antes de criticar, que tenderá a se fazer com base nas ''informações internalizadas de referência'' e também com emoção, especialmente, porque ao associarmos o símbolo ou palavra com certa ''coisa'', este processo tende a nos invocar emoções correspondentes, e isso não se limita apenas à palavras abstratas ou concretas simples como cobra ou dor, mas também à ideias, teorias, fatos mais complexos [advindos de teorias e hipóteses] etc...

Mas não vamos ser tão maldosos assim com o ''filtro'' porque é durante esta fase que iremos organizar, para o nosso bem ou para o nosso mal, as informações que estão sendo internalizadas, tomadas como fatos, como verdades, por tempo limitado ou por longo prazo.

O filtro pode purificar um conjunto de informações, separando as mais factuais [espectralmente factuais] das menos, isto é, de se consistir em um filtro mais inteligente.

E pode ser menos caprichoso em sua tarefa, como é o costume.

Como sempre, palavras abstratas, e no caso do filtro, especificamente para este caso, visto que é uma palavra originalmente concreta, mas que pode ser usada para representações abstratas, percebe-se que apenas ''filtrar'', não tem que ser algo decididamente ruim. 

Portanto como conclusão deste texto, quando estivermos falando de interação, sensação, filtro e internalização de padrões ou estímulos sensoriais presentes no ambiente [inibição latente] por nossas mentes, devemos entender que não estamos falando apenas de ''filtrar menos ou mais'' as informações ambientais, mas também de capturar, filtrar--sentir e internalizar.




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