sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Se analisarmos a inteligência das pessoas...

... por meio de seu conceito-raiz: capacidade de interligar os pontos...

 ... então não restam dúvidas de que estaremos falando tanto de talento fluido mais do que o cristalizado (ainda que este também seja obviamente muito importante) e de criatividade prática e a maioria das pessoas aparecerão como perifericamente inteligentes, capazes de aprender ou mesmo como autodidatas a ligarem os pontos em suas áreas de trabalho mas de maneira não tão [subjetivamente] perfeccionista em relação a si mesmas bem como ao ambiente em que estão que se consiste em sabedoria, no conhecimento mais primordial, basal e importante, a espinha dorsal ou estrutura da (macro) realidade

De fato estamos todos savant/trabalhadores e muito menos de "verdadeiros savant [em francês] /sábios"/pensadores

A seleção cultural tem dado preferência para o trabalhador/ mal-criadamente chamado de serviçal, ao invés do pensador e a partir disso temos tratado a inteligência como tudo aquilo que o trabalhador é capaz de fazer desde o nível mais basal até ao seu nível mais excepcional porque temos este sociotipo em abundância como referência, mesmo para comparações com grande amostra e também porque foram os próprios trabalhadores (sociotipo) que inventaram os testes cognitivos e os tem usado para comprovar o que é e como que se manifesta a inteligência, sorrateiramente desprezando o aspecto em que estão mais medíocres, no psicológico, e que é fundamental para "interligar os pontos" de maneira racional à sábia [completude]. 

Ao contrário da ideia popular de que os tipos psico-cognitivos menos especializados se consistam na maioria, porque os testes de QI sequer mensuram o todo da inteligência (interação mínima e diversamente coerente entre o cognitivo e o psicológico) ainda que o faça muito bem em relação à sua área de abrangência, na verdade ao observarmos as outras pessoas e a nós mesmos percebe-se que estamos designados à especialização e o que nos diferencia é a que grau de especialização estamos, bem como também a conjugação motivação intrínseca + talento ou facilidade natural bem direcionados porque é possível acontecer de se ter um talento natural para certa área mas não ter motivação intrínseca necessária para alimentar este potencial e o oposto também, de se ter muita motivação mas pouco talento que geralmente resulta em uma das características manifestações da quase universal síndrome de Dunning-Kruger, ou déficit no autoconhecimento, especialmente em relação à própria inteligência. 

A macro realidade é a espinha dorsal ou estrutura da realidade que principia-se como eu tenho falado por nós mesmos, por nossos autoconhecimentos e coesamente se propaga como ondas em relação à sua zona de epicentro ou impacto isto é por meio de nós mesmos e por nossas compreensões factuais que desenvolvemos sobre os ambientes em que estamos e dos elementos que os compõem.


A espinha dorsal da realidade tende a ser omnisciente se não em sua compreensão factual ao menos em sua visualização, constância de interação e imprescindibilidade. Nós somos imprescindíveis pra nós mesmos, o conhecimento sobre o ambiente em que estamos é imprescindível pra nós, os elementos que compõem o ambiente em que estamos é imprescindível pra nós. E deveria ser imprescindível ''começar do começo'', por nós mesmos e em interação e possível entendimento em relação ao ambiente em que estamos e os seus elementos (outras pessoas, outros seres vivos, conhecimento geográfico...).

As ''humanidades'' são as bases da espinha dorsal da realidade ou macro-realidade. 

Como conclusão deste texto, nota-se que o conceito primitivo, de raiz ou primordial e aplicação do termo inteligência, tem sido sequestrado por indivíduos que são predominantemente do sociotipo do trabalhador e a partir daí direcionado a sua aplicação apenas para as atividades do mesmo, isto é, ''a capacidade de ligar os pontos, só que especialmente os que estão atrelados ou que são exigidos na escola e nos ambientes de trabalho''. A capacidade de ligar os pontos de maneira coesa ou factualmente correta, também em relação aos ambientes sociais, familiares, e mesmo apenas pelo simples ato de ''ligar os pontos'' a fim de completar o quebra-cabeças de uma certa particularidade, buscando por sua compreensão ou reflectância perfeita, não está sendo ''mensurada'' pela psicometria.

A prática ou mesmo o conceito-prática ou conceito-efeito, deveria ser a prática do conceito-descrição e muitas vezes, se não na maioria delas, a partir do conceito-primitivo ou de raiz, que representa a sua espinha dorsal, a sua estrutura omnisciente a qualquer de suas ações mais características, e no caso da inteligência, estamos a falar de ''ligar os pontos de maneira coerente'', que eu já havia denominado como ''fazer julgamentos perfeitos'', e mais como um conceito-prática ou conceito-efeito.

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