segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Novamente (ou não), o conceito de ''aprendizado'' e implicações para o teste de QI

A maioria daquilo que entendemos, erroneamente, como aprendizado, nada mais é do que ''decorar a matéria, a lição ou um conjunto de regras''. Isso se aplica à escola, à universidade e no trabalho. A maioria das profissões humanas são de/para mantenedores, e portanto de replicadoras de técnicas apreendidas.

Criatividade*

Muito pouca.

Sabedoria*

Menos.

Engraçado que especialmente em relação à primeira, à criatividade, toda profissão humana tende a encontrar-se totalmente salpicada pela mesma, só que já se encontra em um estado de ''não-novidade'', e portanto, a entendemos como ''inteligência''...

Tudo o que a maioria faz ou tende a fazer é:

- ''aprender'' a decorar a matéria na escola e replicá-la nas provas;

- ''aprender'' a decorar a matéria para o vestibular e replicá-la durante a prova;


Passou na faculdade, a mesma coisa hein*

- ''aprender'' a decorar a matéria na faculdade e replicá-la nas provas.

Conseguiu um emprego**

Então...

- ''aprender'' a decorar as instruções e replicá-las no trabalho.

Replicação é aquilo que o ser humano em média mais faz em seus ambientes de ''aprendizado''.

Replica ''insights criativos'' padronizados enquanto técnicas/tecnologias culturais.

E tudo isso se relaciona com QI!!!


Maior é o ''tamanho'' da sua inteligência, e direcionada para atender às necessidades do sistema, melhor.

No entanto, como eu já falei em textos e poesia anteriores, ''alto'' não é o mesmo que ''auto''. 

Não basta ser naturalmente bonito se não correr atrás para manter e até mesmo melhorar a sua beleza.

O mesmo pra inteligência,

Não basta ser/nascer naturalmente inteligente se não correr atrás para manter e até mesmo melhorar a sua inteligência.

E como eu já disse outras vezes eu não duvido se a verdadeira inteligência na verdade for mais aquilo que fazemos do que aquilo que somos, especialmente se for diretamente relacionado pra alguma das muitas facetas do mundo real em que se pode extrair resoluções concretamente inteligentes, e não apenas o ''ser'', ''provado'' por testes cognitivos. E novamente caímos no espectro-mor da inteligência, que se relaciona diretamente com as suas bases, o [estilo de] pensamento: sub-lógico, lógico, racional e sábio. 

Voltando ao primeiro pensamento.

Já compreendemos que boa parte daquilo que entendemos como inteligência, de uma maneira abusivamente conclusiva e unilateral, tem uma natureza consistentemente replicativa.

Na verdade, para quase todo comportamento inteligente existe a necessidade de se memorizar algo e de se replicá-lo corretamente. O diferencial  entre o fluido e o cristalizado é o tempo de memorização e replicação daquilo que foi memorizado em que no primeiro este hiato cronológico será mínimo e geralmente mais instintivo, e claro que eu falo desses termos de modo mais semanticamente literal do que ''psicométrico''. 

O diferencial entre todas as tarefas que acumulamos durante as diferentes etapas de nossas vidas e a simples porém básica e essencial tarefa de pensar é a objetividade filosófica ou vital/existencial/factual, advinda do nível de perceptividade/percepção, que por sua vez é anterior à própria inteligência.

O verdadeiro aprendizado, ainda que inevitavelmente replicativo e potencialmente repetitivo, nasce, novamente, da autenticidade, da verdadeira empatia, ou empatia total, de fato, entendermos o objeto de observação e escrutínio crítico-analítico, ao ponto de compreendermos os seus próprios padrões de funcionamento, tal como se nos colocássemos em seu ''corpo''. E a maioria das pessoas, dos seres humanos, parecem dar bem pouca importância a esta necessidade, resultando no show de horrores habitualmente característico de nossa mamada e cancerosa espécie. 

E as implicações para os testes de QI são, conclusivamente falando, que os mesmos se relacionam sim e até de maneira bem mais profunda com o aspecto replicativo da inteligência e não com o aspecto consideravelmente característico da mesma que se consiste justamente naquilo que denominei de ''verdadeiro aprendizado'', que não é apenas a memorização e replicação de técnicas, mas O SEU ENTENDIMENTO, representado por aquilo que tenho chamado de ''empatia total'' ou ''autenticidade'', o verdadeiro conhecer, transferindo-se para o ''corpo'' e ''mente'' dos ''outros sujeitos'', vivos, inanimados, fenomenológicos e/ou abstratos. 

Neste caso, reforço a minha ideia de que os testes de QI esbarrem, até mesmo por causa de sua natureza superficialmente holística, nas bases e na essência da inteligência... eu disse ''esbarram'', tal como quando atiramos no alvo com uma arma de paintball e além do alvo também mancha os arredores.

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