terça-feira, 6 de dezembro de 2016

É culturral...

É culto, 
Não por saber muito, mas por querer muitos mitos,
É culto,
É no curral,
Entre raposas e aflitos,
Entre as ovelhas mansas de Deus,
Louva e na louça, a roupa pra passar,
É culturral,
É a fazenda humana,
Brincando com as palavras, quando ainda é criança,
E as usando como birra, quando adultos,
E fazendo as mesmas lambanças, mas adulto,
''maduro'', explosivo em seu brio,
Criado, como cobra ou coelho,
No grito ou embalado,
Ainda assim,
De joelhos, mal criado, 
No curral,
Na cultura,
E o mais submerso, à ''lama dos porcos'',
Mais currado, mais cultural,
Mais iludido e bem comportado*
Marcado como gado
Seu micro-chip não precisa de high-tech
Se já é a sua própria prisão,
Nobre e estranho chimpanzé,
Eis o humano,
Eis o curral,
Eis a cidade,
Nu, carnaval,
Ruas tortas, em anestesias,
Na catarse das massas,
Ri de tanta euforia,
Mas ainda é cativo, em sua alforria,
Sua mente aprisiona,
E o poder capitaliza,
Torna sua estupidez, em mercadoria...



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