quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Drama e comédia, solidão e popularidade

Drama, a alma anda sozinha,
à procura de sombra,
a lamentar por seu único espinho,
em sua última redoma,

Comédia, a alma chama, ri,
sê popular, sê leve,
ignorante, pequena, 
O drama da verdade insossa,

Verdade demais,
quando não temos mais ninguém,
poucos se acostumam,
ouvir o próprio sussurro,
A reação é a empatia,
ou a força,

À vida cômica, falsa, de burburinhos,
de amigos que não são amigos,
de admiradores que são meio loucos,
meio atores,
de se apegar à coisas mundanas, 
por demasia,
e generalizar toda vida,
tudo é engraçado, tudo é leve,
mas não é...

Drama de ser sozinho,
Comédia de ser popular,

No calor do vazio,
Ou no vazio do calor,

Junto à multidão de estranhos,
Só, junto ao único humano que realmente conhece,

Drama de começar pelo princípio, e agir
Comédia de cair no próprio feitiço, e sumir

Drama, que é o indivíduo, consigo mesmo,
Pensando sem freio, sobre ser o objeto, e nunca o objetivo,

Comédia, que é a multidão, se esquecendo da própria essência,
Sendo levada, apagada, e brincando que tudo faz sentido, que já sabe de tudo, e que isso lhe basta,

Quem tem pouco a cuidar, é levado pelo vento, por sorrisos, por mimos, por trocadilhos,

Quem tem muito, quem tem raiz, o vento não leva, cria seu próprio ambiente, sua própria morada, não se convence pela superfície, se está preso no fundo da terra...









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