domingo, 27 de novembro de 2016

Conceito e desenvolvimento do termo "prole"

Prole como o quintessencial anti filosófico

Menor percepção moral

Que não liga para idealidades 
Liberdade, respeito, bondade, conhecimento 

Nos últimos anos, dentro da comunidade hbd, ocorreu a popularização do termo "prole", baseado no "romance" 1984 de George Orwell. 

No entanto o conceito usado por muitos membros e aficionados da ''comunidade'' HBD e arredores me parece diferente daquele que foi pensado por Orwell em seu livro. Segundo eles um prole seria uma pessoa de classe humilde, sem pedigree social, sem ''nome''. Em partes isso também é verdade porque o termo deriva de proletariado/proletários e porque 
o jeito prole de ser (comum, vulgar, de mente pequena, sem maiores ambições materiais e também sem maior consciência estética/filosófica) e classe social "baixa" tendem a se correlacionar de maneira considerável.

No entanto para quem leu o livro ou viu um dos filmes já produzidos sobre o romance sabe que prole não se refere apenas ou especialmente à classe social mas à classe perceptiva. Os proles de 1984 estão natural e forçosamente alienados em relação ao totalitarismo das sociedades em que vivem, porque primeiro, são facilmente distraídos com a produção cultural de baixa qualidade, bebidas, jogos... Segundo porque como são anti-idealistas, anti-filosóficos, apresentam pouca a inexistente consciência estética/de beleza, moral, e portanto pouco importa se Oceania é uma ditadura, uma democracia, uma aristocracia ou qualquer outro sistema.

 
Os proles são orientados para atividades mundanas do cotidiano, tendo pouca necessidade intrínseca para o pensar e o agir filosófico. 

Todo aquele que renega os valores morais mais arraigados um prole será, também poderíamos denominá-los de anti-vitalistas


Todo nerd que posta em redes sociais sobre as suas paixões particulares por ''bacon'', todos aqueles que se deixam embalar e sem grande resistência pelas frivolidades da vida humana que são todas falsas por natureza, proles serão. 

Prole é mais um estado de hipo-percepção moral/filosófica do que uma classe social específica e portanto é muito comum os encontrarmos nas classes médias e altas. A diferença é que os proles das classes mais abastadas tendem a ser mais misturados com o seu extremo, o filósofo, e portanto muitos apresentarão feições mais abrandadas da vulgaridade característica que define o prole mais puro. Mas este apaziguamento não será suficiente para torna-los mais próximos dos proles originais do que de seu pólo oposto, o filósofo. 


Por ser o menos idealista o prole geralmente não ligará para a usual infinidade de torpezas e ignorâncias invariavelmente macabras que abundam nas sociedades humanas.

Ainda com George Orwell um exemplo simpático, dramático porém moralmente discutível de prole, pode ser visto através da personagem Cavalo de "A revolução dos bichos", cuja força bruta a muito supera a sua humilde força intelectual. Nem todo prole se parecerá com o estereótipo maledicente porém realista do "pobre" como alguém sem modos, vulgar, de mente simples, sexualmente constante, pouco profundo, egoísta e facilmente distraído com coisas mundanas. Muitos proles serão de grande qualidade, geralmente pontuais, isto é que não são generalizadas em seu caráter. E ainda podemos encontrar tipos excepcionais, eu não diria de proles, mas de pessoas com muitas de suas características e no entanto com uma profundeza de alma, um quê de beleza filosófica, que ao invés de unir-se à arrogância intelectualmente elitista que mesmo se apresenta no sábio mais modesto, se combinará com simplicidade e bondade genuinamente características. 


Eu mesmo conheço duas rainhas filosóficas, negras e já com certa idade, de beleza e simplicidade/elegância de alma que é difícil de encontrar.


Bom gosto para frivolidades artificiais das elites se consiste na manifestação parcial e diga-se estéril da consciência estética...

Este seria o lado negro da mesma, se manifestando parcialmente, como é o hábito acontecer, isto é, o mal sempre se manifestando como uma versão incompleta e portanto potencialmente conflituosa do bem.

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