domingo, 23 de outubro de 2016

O desfecho da vida ou morte tal como um final triste e confuso/não-concluído de filme

Quando for o fim, será mesmo o fim*
A vida acaba,
clara e entendida,
ou morre, sombria, 
nublada, sem nitidez,
quando o ciclo fecha, é por que se destruiu*
A vida é a prisão de um canto*
de um pássaro ou rouxinol*
que canta alegrias ou tristezas,
prazeres ou dores,
do universo em cápsulas*
da existência, presa em espelhos*
tornar o infinito em finito*
tornar o indissolúvel em solúvel*
tornar o mistério em certeza*
tornar a enormidade, em pequena e pulsante energia*
e nos viciar em suas mentiras,
e na tristeza, acordar pra grande trama,
vivemos e quanto mais distante de nós,
menos sabemos o que é, 
continuamos formigas,
 bactérias,
conhecemos pouco sobre nosso redor,
pouco, sobre nós mesmos,
não sabemos pra que existimos,
vivemos nosso drama particular,
minúsculo, encardido, perdido, 
em algum recanto do existir,
não temos apenas essas poucas certezas,
nos deixamos levar pela loucura-ilusão, 
e nos perdemos,
mesmo naquilo que deveríamos ter em mãos,
de saber, de estar no sangue,
trocamos areia de verdade por uma miragem,
o viver humano é o viver iludido,
e os fatos de cada respirar passam aflitos,
enquanto deixamos de estar,
para depois, nunca saber,
não com esta consciência,
não nesta prisão,
ou segurança,
como em um final triste
ou confuso,
nossa película para,
e paramos de andar com o tempo e o espaço,
de desdobrá-los, inconscientes de nossos papeis tão humildes,
deixamos de ser uma distorção da existência,
e da vida, nos levamos, para quem sabe onde,
o céu parece tão perto, mas está tão longe,
a Lua cabe na minha mão, mas é gigante,
e eu, um anão,
e o desfecho da vida, 
será mais uma ilusão*
ou a verdade, quem sabe um dia,
revelará inteira pra mim**
a vida é uma armação* uma brincadeira*
o que somos sem ela, sem nossa prisão*
o que é o núcleo sem o seu corpo*
o que é o ser, sem suas fronteiras*
somos especialmente memórias*
somos especialmente sensações, sentidos* 
somos abstrações concretas*
somos a matéria que baila, que não se prende a espaços,
somos vento cósmico* 
por enquanto eu só sei aquilo que somos,
perguntas e lamentos,
alegrias de momento,
fechamos a pálpebra,
como lótus, se fecha à vida,
e dormimos
ou sonhamos,
a existência é assim*
feita de sonhos,
de vozes,
de olhares,
de sentidos,
de vibrações,
de gotejares...









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