quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Metáforas a ''mil''...

Metáfora do ''somos todos de indianos paupérrimos esperando pelos poderes mágicos de Madre Teresa e suas irmãs de compaixão''....

O certo/ o ideal/ o exato existe, mesmo em relação ao comportamento, mas continuamos sendo ludibriados para esperar por milagres automáticos que resolverão todos os nossos problemas do que apontar o dedo afiado bem no meio de nossas faces incrédulas ou mesmo dissimuladas e buscarmos por uma verdadeira independência ou emancipação intelectual. Continuamos sangrando, sofrendo, jogados nos corredores daqueles hospitais superlotados de Calcutá das décadas de 60,70, no purgatório em vida, esperando por qualquer redenção, nem que tenha o mesmo efeito que cócegas nas plantas dos pés e este leve desespero corrói a todos sem cerimônia ou distinção. E apenas uma minoria que o sente a ponto de expandir a única e verdadeira percepção, a filosófica ou existencial, isto é, depois de toda a ''presepada'' humana e suas múltiplas invenções (ou sem elas, como os velhos humanos faziam), chegaremos finalmente à filosófica melancolia nos esperando no portal da morte, esta, que geralmente será desprezada pela maioria, que preferirá, no início da vida, pela cândida, efusiva e superficial ignorância.

E esses seres ''caridosos''* que compraram lotes imensos no céu que vigiam nosso sofrimento enquanto se confraternizam por suas purificações em pleno andamento...

*ainda que não duvide que a maioria das irmãs de caridade que passam a seguir os preceitos de Madre Teresa não o façam por razões medonhamente mesquinhas mas de puro coração... não sei se posso dizer o mesmo de sua líder, que descanse em... paz*

Esses corredores de sofrimento e sacrifício desnecessários parecem representar com exatidão a condição existencial humana, se a maioria dos demais seres vivos encontram-se ocupados demais com as suas atomizações naturais por não estarem no mesmo nível de autoconsciência que nós. Neste meio caminho entre a salvação verdadeira, que na verdade só pode ser plenamente conquistada ou embalada pelo próprio ser, a doença da estupidez que nos irrita e nos faz acreditar que estamos caminhando com passos realmente firmes, assentados em solo resistente, enfim, que mesmo ao abraço mais cego e autoconfiante a qualquer uma das esquizofrenias extrínsecas (culturas, ideologias, religiões) que o ser humano já foi capaz de criar, ainda se manterá o fogo da incerteza, de que pode ser possível pensar que não se está de fato se iluminando por luzes e nuances verdadeiras mas por distorções produzidas pela própria mente, e a implacável natureza da vida, sem maiores questionamentos, sem espelhos de reflexão, que continua a se perpetuar em seus ciclos de ignorâncias naturais, como as que predominam entre as demais formas de vida. Neste mundo implicitamente desesperador que todos nós nos encontramos mesmo os mais sábios ainda não conseguirão se desvencilhar das ilusões humanas porque continuarão sob as mesmas macro-forças que os mantém conectados a toda esta balbúrdia sofisticada que a mente humana adora se confortar, se é na confusão que o pensamento se esconde da verdade, da angústia existencial mais profunda, que faz soluçar o coração, ao invés da boca do estômago.

Ainda ''precisamos'' de culturas, ideologias ou religiões, enquanto pacientes, a esperar e a sangrar, por desprezarmos ideais, que inevitavelmente nos apontará para o destino da sabedoria. Queremos a sabedoria, mas apenas o sábio sabe como chegar até ela, apenas o sábio sabe que no final, todos nós a queremos, a desejamos, e justamente por ele ser, ao mesmo tempo, o mais simples e o mais completo dos seres humanos, dos mais autoconscientes. Sem todos esses rituais culturais de passagem, se todas essas ilusões de segurança, de que faça sentido, de que tudo na sociedade faça qualquer sentido, e que na verdade a única razão, a mais profunda razão de tudo isso existir e de ser constantemente forçado a todos nós, é porque se consiste na única barreira que nos separa da hiper-realidade, em que ao invés de toda esta segurança, nos encontraremos muito mais perdidos e mesmo alucinados do que geralmente fazemos nesta ''alucinação induzida de sentido, em larga escala'', que se consistem as culturas (ideologias, religiões) humanas.


Somos todos Martha??

Martha é a protagonista doce e frágil do filme alemão de mesmo nome, de Rainer Werner Fassbinder ... e que conta a história de uma solteirona de família abastada que finalmente encontra o seu príncipe encantado. No entanto o seu casamento se transforma em um pesadelo ao começar a perceber o caráter predatório de seu marido, bem apessoado e de bom status social. Sadista e frio, ele começa a lhe impor um regime de terror psicológico e físico. Ele a engana, a manipula emocionalmente e sem qualquer pudor, lhe infringe dor proposital na hora do sexo. Usa e abusa do intelecto inocente de sua pobre mulher.

Este filme me impressionou logo na primeira vez que o vi. E recentemente eu me perguntei se não poderia relacioná-lo com o mundo em que vivemos e talvez com toda a ''história'' humana. 

Assim como Marta somos dependentes de uma elite sadista que nos engana, nos manipula de todas as maneiras possíveis, desde sempre, desde que nos casamos com ''nossas'' elites e assinamos o seu contrato social de obediência e 'proteção', na alegria e na tristeza, na saúde e na doença...


Prometem o céu, algumas vezes, em vãs esperanças, acreditamos que sairemos do purgatório, e muito comumente terminamos dando de cara com o inferno.

Somos todos Martha?


Extroversão e política: Corrupção


Por que precisamos destruir a tola necessidade da popularidade na política?? Porque não precisamos de "populares" mas de pessoas competentes e honestas.

A política mais parece se consistir em uma extensão do ''mundinho cretino das celebridades''. Os políticos se comportam como celebridades, são entendidos como celebridades por seus eleitores, os critérios para  se ser eleito geralmente estão parcial a predominantemente atrelados aos critérios para  se ser popular ou uma ''celebridade''...

Deve ser por isso que a maioria dos políticos especialmente em terrenos baldios como o Brasil não costumam ter bom caráter ou integridade moral e adoram bons holofotes...

A Skynet milenar = ''civilização'' ou seria melhor, SERVILização

Ou domamos a "civilização" ou ela nos destruirá, tal como acontece na série de filmes ''O Exterminador do Futuro'', com a diferença de que são os indivíduos que são transformados em ''Exterminadores do Presente'', e consequentemente do futuro, presos em casulos pré-sociais, até ''desabrocharem'' como vistosas e venenosas borboletas, espalhando o seu mel infectado por todo espaço e tempo, condenando mais uma geração à essas prisões mentais a céu aberto.

O ser humano precisa aprender a pensar por si próprio e de modo definitivamente inteligente ou se possível ser selecionado para este propósito, acaso não for possível de aplicar a primeira possibilidade, porque por agora tendemos a colocar as palavras ou correntes de pensamento ideológico ou cultural a frente de nós mesmos, nos transformando em seus escravos, em que o agente se torna preso à  ('sua') informação. 

Uma espécie de Skynet de datação milenar só que sem tecnologia avançada. E eu já falei sobre isso antes, enfim...

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