quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Qi?? Pensamento basal lógico, objetivo, crítico e/ou neurótico para explicar algumas diferenças qualitativas de inteligência

Minha família é um laboratório interessante. Pois bem, os meus pais são muito inteligentes em termos cognitivos ou especificamente laborais, que eu já falei antes. Eles exibem uma constelação de características psico-cognitivas que se complementam harmoniosamente para os seus respectivos fins cognitivos/laborais e apenas o fator Brasil que os impossibilita de realizações e reconhecimento merecidos à altura de seus talentos e capacidades cognitivas. Presume-se então que pontuarão mais alto em testes cognitivos. Eu tenho apostado que a minha mãe pontuaria mais alto em especial em testes de qi verbal e que apresentaria a maior média geral. Tenho previsto ou imaginado logicamente que o meu pai pontuaria alto em capacidades não-verbais e que apresentaria um perfil relativo a predominantemente oposto ao de minha mãe. Minha mãe é fraca porém remediável em matemática e pelo que parece especialmente em geometria. O meu pai é o oposto. Também tenho pensado que os meus irmãos mais velhos pontuariam mais  alto em testes cognitivos do que eu. O meu irmão mais velho eu presumi que pontuaria mais alto tanto no quesito verbal quanto no quesito não-verbal. Ficaria páreo a páreo com a minha mãe em qi performance e acho, é o que tudo indica, seria menos cognitivamente inteligente no quesito puramente verbal, o relativo oposto de minha mãe, e se daria melhor naquilo que ela é mais fraca, matemática e geometria. O meu irmão do meio também pontuaria mais alto do que eu, em especial ''no'' 'qi performance'. 

Existe uma análise interessante que pode nos ajudar a entender o porquê de eu ser novamente um outlier ''também'' neste quesito e dentro da 'minha' própria família direta. Meus dois irmãos gostam e jogam jogos de vídeo game complexos. Eu não. Existe claro uma mistura de nostalgia pelos velhos jogos nomeadamente do Super Nintendo mas também uma incapacidade natural para acompanhar a dificuldade dos jogos mais realistas. O único jogo que não é 2D que consegui jogar muito bem foi o super Mario 64. Talvez por falta de prática ou motivação...

 Eu também percebo em mim que costumo aprender com a prática, errando e ao longo do caminho sanando os erros já cometidos. Seria bobo pensar que aprender com os erros fosse uma característica rara e presente especialmente em mim, novamente exaltando de modo proto-megalomaníaco as minhas idiossincrasias, mas em um mundo, onde de fato, as pessoas não parecem aprender com os seus erros e em especial de modo minimamente racional, até que faz algum sentido pensar nesta possibilidade e sem ser de maneira debochada ou super-pedante. 

Voltando.


 Eu que sou o caçula é provável de ''ter'' a média de qi mais baixa da família apesar de acreditar que me sairia muito melhor na parte de qi verbal puro (vocabulário, compreensão verbal, etc). O mundo é mais complexo do que uma rígida curva de sino e é muito comum que a mesma despreze os valores qualitativos. 

Em um mundo em que a moralidade é relativa, todo mundo tem a sua própria opinião sobre tudo, enfim, em um mundo muito niilista, seria difícil a priore compreender essas diferenças de qualidade intelectual. Só que basta jogar no lixo este véu ideológico e contextualizar opiniões pessoais com lógica e se possível racionalidade para perceber que não é tão difícil assim. E na verdade é até muito mais lógico porque testes cognitivos tendem a avaliar a capacidade cognitiva pura sem contextos reais intimamente relacionados com a sobrevivência enquanto que a inteligência, de fato, assim como a vida, não existe sem cenário e não vivemos ou ''temos'' inteligência apenas para nos sairmos bem na escola ou para ganharmos mais dinheiro ou para passarmos na faculdade.

 A vida e a inteligência não é só isso. Ainda que possa existir uma sobreposição entre nível de qi e inteligência real que eu também gosto de chamar de espectro da racionalidade e da sabedoria, ainda não significa que serão causais ou intrínsecos um em relação ao outro. E de fato o meu exemplo autobiográfico aqui irá nos mostrar o porquê de não ser.

De acordo com a teoria hierárquica da curva de sino eu deveria ser o menos inteligente na minha família. Com um qi médio entre 105-120, no máximo, extremamente ruim em matemática, que eu já comentei, idade mental cognitiva de 12 anos, também era pra ser o mais irracional. 


Todo racional é inteligente. Mas nem todo "alto qi" (''inteligente'') que será racional ( na verdade...). Se qi é uma prova superficialmente correta de capacidade "quantitativa" ( horizontalmente acumulativa) de cognição então em termos puramente cognitivos todo aquele que pontuar alto nos testes será nesta perspectiva inteligente. Mas nem todos e na verdade pelo que parece uma importante proporção deles não será qualitativamente inteligente ou racional. 

Dentro da minha família, assim como também acontece com todas as outras, existe uma distribuição de características diversas que compõe nossos corpos e mentes... e as características separadas abaixo evidenciarão o que tenho para dizer aqui...

Meu irmão mais velho e eu somos mais lógicos, ideacionalmente objetivos, críticos e neuróticos do que em relação aos meus pais e ao meu irmão do meio. Nós pensamos de modo mais lógico (e eu ainda sou bem mais racional), isto é, apresentamos mais semelhanças na maneira de pensar. Mas o lógico se consiste em um ''proto-racional precoce ou racional abortado'', porque não pesa a sua análise fria e mais superficial dos fatos e caminha para se tornar menos sábio e nisso nós dois nos diferenciamos de modo significativo, porque ele é bem mais lógico do que eu, que sou bem mais racional e sábio, e novamente, sem ter qualquer ou remota motivação de auto-engrandecimento ou auto-elogio. 

Somos mais ideacionalmente lógicos, nuance que tende a aderir com naturalidade ao pensar lógico se a lógica sempre é espectralmente exata e portanto objetiva. 

Por sermos mais neuróticos do que os nossos pais e nosso irmão do meio, nós criticamos com maior frequência e qualidade o ambiente em que estamos, enfim, o estado de coisas em que estamos. Por isso tendemos a desenvolver mapas lógicos da realidade e quando a mesma não se encaixa com aquilo que deveria ser, idealmente falando, tendemos a nos tornar mais ácidos, críticos. Somos menos "bovinos" neste sentido ainda que me considere e de fato eu sou ainda mais afastado da mundanidade costumeira do ser humano do que ele.


A consciência estética e sobreposição com elitismo 


Também somos mais esteticamente conscientes ainda que por causa de um maior gradiente de racionalidade por minha parte isto tenda a nos direcionar para caminhos distintos porque eu completo o meu pensar com toda forma de beleza enquanto que ele tende a aterrissar no nível superficial da mesma, novamente comprovando a sua natureza primordial e epicentricamente lógica.

Eu sou muito mais ''capaz'' em inteligência verbal e estilo psico-cognitivo mentalista (entender as pessoas, os seres e seu emaranhado de inter-relações, do que entender as ''coisas'', ainda que também extrapole para essa área) do que ele. Sou muito mais emocionalmente inteligente do que ele. Naquilo que ele é bom eu sou abaixo da média a péssimo, por exemplo, em matemática e vice-versa, mas este padrão não é generalizado, se não não teríamos qualquer semelhança.

Além de apresentarmos essas semelhanças, em relação à lógica (que se evidencia extrapolada em sabedoria/supra-racionalidade no meu caso), objetivismo inquisidor ou compreensão factual (saber de fato) e neuroticismo/inconformidade, também nos assemelhamos àquilo que chamo de ''desinibição moral ideacional'', isto é, enquanto que ele, ao ver o mundo de modo lógico (o mesmo nome mas com significado distinto, empatia cognitiva= reconhecer a realidade, colocando-se subconscientemente em ''seu'' lugar, o ''verdadeiro conhecer'', aceitar, internalizar e compreender, encontrar qualquer utilidade daquilo pra si), despreza a moralidade subjetiva/religião, ideologia, cultura ... eu, faço o mesmo só que não me estagnar dentro do ''nível lógico/naturalista'' de entendimento da realidade, resultando em grandes diferenças de conclusões e julgamentos, em especial, os de natureza moral, entre nós.

Ao principiar-se e ao finalizar-se no pensar lógico, o meu irmão mais velho tende a entender o mundo de maneira fria e portanto pouco afetivamente empática, julgando a moralidade como uma farsa, e claro, confundindo toda sorte de moralidades subjetivas que o ser humano já foi capaz de criar, com aquela que de fato é. Isto é, o lógico, bem exemplificado pelo meu irmão, tende a ser lógico em relação a tudo, mas quando chega em áreas que exigem a empatia afetiva, ele continua a processar aquilo que está interpretando de modo calculista/naturalista/lógico. Ou, o lógico apresentaria uma lógica seletiva em que nas áreas que exigem de empatia afetiva, a sua capacidade para encontrar padrões lógicos seria instantaneamente desligada. Como eu já falei, não sei onde, a empatia É lógica. Pode não ter sempre como resultado produtos ou comportamentos lógicos, mas parte do mesmo princípio em que a lógica encontra-se estacionada, o reconhecimento de padrões. Se colocar no lugar do outro, sentir a sua dor, acaso for necessário, enfim, a reciprocidade comportamental, não é apenas lógica, mas racional. Portanto, faz mais sentido pensar que a lógica do tipo que eu defini como ''lógico'', em contraposição ao ''racional'', seja seletiva e quando é necessário a empatia afetiva, ele desliga o seu faro por padrões e age de modo irracional ou ''logicamente inapropriado''. Talvez as duas possibilidades estejam corretas, cada uma com os seus acertos.

E muitas vezes, aquilo que funciona, superficial porém eficientemente, não será sempre aquilo que apenas é. 

Se fôssemos depender apenas de ''qi'' ou mesmo de ''comparações de tipos de personalidades'', talvez não teríamos chegado a esta análise que considero como bem mais correta, e por que**

Apenas porque eu a estou contextualizando, isto é, ao determinar que o meu irmão mais velho seja mais lógico do que o meu irmão do meio, eu o faço por comparação com o mundo real e tirando disto o melhor julgamento analítico-crítico possível.

Testes de qi estão parcialmente desenraizados de contexto ainda que sejam produtos culturais do estágio atual da sociedade, em especial, das sociedades mais tecnologicamente avançadas da Eurásia.

Para entender as diferenças qualitativas entre as pessoas há de se jogar fora ou neutralizar todos esses véus de ideologia, cultura ou religião, porque estaremos lidando basicamente com a minha hierarquia racional de inteligência: intrapessoal ou autoconhecimento -- emocional, naturalista ou lógica, interpessoal, verbal, lógico-matemática...

Como conclusão, apesar de termos ''qi's'' bem distintos, perfis psico-cognitivos bastante diferenciados, algumas semelhanças no estilo de pensamento fazem o meu irmão mais velho e eu muito mais próximos do que em comparação aos meus pais e também ao meu irmão do meio, claro que, mediante algumas perspectivas. 

Qi não é suficiente pra mensurar diferenças e semelhanças intelectualmente qualitativas entre indivíduos e extrapolavelmente entre diferentes tipos de grupos (subgrupos, grupos grandes, quermeces, etc)... isso já sabíamos. Agora eu busquei com base neste breve e quase-sempre recorrente auto-relato ou autobiografia.

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