sexta-feira, 22 de julho de 2016

Bessarabia é sábia e uma rapa...

Em terra estrangeira
Sem o canto do sabiá
N'aldeia, no tempo parado 
À fogueira o calor se dissipa 
E no escuro da alma 
O frio grita 
Nas sensações sem fronteiras 
Na fronteira das sensações vive a loucura 
Sem lugares apropriados
As emoções se misturam
De uma nação 
Que agora Moldávia
Jaz o encontro o borbulhar de algos 
De perguntas em seus colares
Ciganas bailam e afrontam 
O silencio da Lua
Contemplam desnudas
Num não lugar, numa ponte corcunda
As pedras falam 
Cantores abundam
Cantam felizes as dores da vida 
A Bessarabia é sábia
Por mais não ser 
Como aos sábios 
Que também deixaram de crer
Veem seus egos de antemão

São zonas habitáveis da razão
n'aqui, n'acolá
bailam sofrido este mundo de partir


Estrelas, a casca do primeiro ovo dourado


O ovo primevo,
dourado e uno,
brilhante, nascido da inércia,
que cansou de ser preguiça,
transtornou-se, e num dia de fúria,
quebrou-se, em gema, clara e cascas,
colonizou nadas supremos,
e as estrelas, pequeninos ovos,
e as galáxias, cores da primeira febre,
a pincelarem um novo quadro,
forças que brotaram misteriosas,
pequenas faíscas que incendeiam toda floresta,
o nada que nada nunca foi,
a nano-vibração que de uma breve gota,
gotejou demais, até cair como chuva 
e chorou em minha face
o martírio de ser vida
e de saber muito que esta ida
é nas escuras
o maior risco de todos
que é viver

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