segunda-feira, 20 de junho de 2016

Ela é uma formigofrênica

Ela tem vencido, 
tem sim!!!
tem nos vencido,
dias e noites
meses e anos
séculos, a se esbarrarem na linha do tempo
no limite do juízo
a estupidez tem nome
tem parecer
tem quadro clínico
é um tipo humano,
que cultua,
e ela é assim
a maçã da fantasia
ela crê,
e confunde com:
 ''eu sei'',
ela não sabe,
mas não quer saber,
quer ser formiga,
pra sempre
acredita no sempre
é uma formigofrênica,
operária, constante,
gosta de ser mandada,
lhe prometa o céu
encontre a sua zona de conforto
e faça dela o seu puteiro
escrava da própria afetação
ela acredita em milagres
que pode ressuscitar 
que o caos é o certo
ou melhor,
pode ser...
sempre numa confusão
numa esperança infinita
o céu está logo ali
''veja!!''
se sente segura
quer muitos espelhos
é covarde
a verdade lhe dói muito
ela é formigofrênica
se reduz a um objeto
de-lhe alegrias infantis
ela abrirá as pernas
neste gozo 
nesta loucura
de ser puta sem saber
talvez saiba
e talvez não ligue
mas é tão fajuta...
não quer que a identifiquemos
quer escorrer pelas dobradiças
quer sair pela tangente
quer boina 
quer Paris
e saindo assim, à francesa
quer parecer, aparentar,
se só sabe de seus achismos,
cultua a loucura
é um rabisco de si
operária e dividida,
luta por classes,
mas não luta,
não tem muque,
neurônios em greve,
se cegou
ou 
jamais conseguiu [se] ver
mente pequena, muito estreita,
a razão lhe rarefeita 
rasa, um brinco, um enfeite
um deleite de surto
surta, sem perceber
continua uma criança
como uma cabra-cega 
se esbarra sem ver
faz, sem associar
não vê causa ou efeito
eterna criança,
eterna estúpida
esta formigofrênica ...
as suas anteninhas
a maquinar a mesma loucura


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