terça-feira, 17 de maio de 2016
Os meus olhos
Do teu olhar
Eu tentei esconder
Eu tentei
Abaixava a cabeça
Encurvava
E torto
Mirava nos pés
Ou nas pernas que passavam
Meu mundo era o chão
Numa latitude antártica
Meu polo era o sul
A Eurásia eu não via
Do equador e pra baixo
Timidez, tudo zunindo,
Tão inseguro eu fui
Cada pessoa era um ''será que??''
Paranóia
Que paradoxo
Me via como um centro
Arrogância e baixa auto-estima
Queria ser aclamado
Mas queria medir
Analisar cada movimento das palmas
Sarcasmo ou
Admiração??
Queria os dois
Famoso e invisível
Eu olhava com as mãos
A sempre esconder o meu rosto
Eu era um rapaz assustado
E ainda sou
Depois de acordado
O que mais me assusta
É a imbecil humanidade
sua infinita capacidade
De ser uma piada,
esta uma crueldade
Pra si mesma
E sem piedade
condenar toda natureza
A vivenciar o seu delírio de grandeza
Pobres e malditos insanos
estes meus olhos,
estes humanos
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