quinta-feira, 14 de abril de 2016
Experimentação e experiência e a contemplação da melancolia
A voz grave da responsabilidade,
vive de experiências,
A voz suave da infância, sem limites de idade,
vive de experimentações,
A voz serena da sabedoria,
vivem os dois, pois não é a morte da criança,
nem a sua pujança,
tem freios,
mas não os tem,
tem respeito,
mas depende, pra quem,
pode ter uma voz séria,
mas pode agir como um neném,
sabe ser de tudo um pouco,
d'astúcia,
evoluiu menos corrupta,
menos vil,
é o processo inteiro do aprender,
para saber,
e prosseguir,
experimenta,
e se torna experiente,
alguns apenas envelhecem,
e outros permanecem frescos e inconscientes,
alguns aprendem demais,
e se esquecem,
outros nunca aprendem,
estão sempre experimentando,
e se apenas experimentam,
então nunca vão comprar,
e se compram,
quando não se compra,
confundirão o experimentar com o aprender,
se não são a mesma coisa,
se primeiro vem o sentir,
e depois o ser,
em ideias, em percepções,
só assim que se pode de fato viver,
honesto consigo,
mas a maioria é ingrato com a própria alma,
relega à própria força essencial,
ao status de irrelevância,
de tão simples,
a tratam sem elegância,
sem o necessário carinho,
não tem cuidado com o próprio ninho,
A melancolia contempla a vida,
em sua constante e singela despedida,
experimenta o passar do tempo,
o sente, sempre tenso e consistente,
imparável e por seu extremo mistério,
promete à criança poesia,
que as suas lágrimas farão sentido,
que ela não está sozinha,
que faz bem ao segui-lo,
ao invés de se deixar levar,
lava o seu rosto todos os dias,
lava vulcão ou escadarias,
se enxuga com as suas lágrimas secas,
que teimam em não cair,
está em tão profundo contato com a vida,
que não sabe o que será quando partir,
como ao amante que não sabe respirar sem a sua donzela,
ou para o amor de qualquer outra aquarela,
Se aprende muito pelos próprios erros,
o passado, o presente e o futuro,
serão os seus zelos,
os temperos do sentir,
do sentido e do sensível,
o passado é a melancolia,
o amor à vida,
a tristeza necessária, no limite certo,
para que possam ser contempladas,
e usadas de maneira apropriada,
o presente é a alegria mas também é a crítica,
agradece a cada dia,
mas lamenta por cada humano,
sempre incompleto, nojento e insano,
o futuro é o desejo,
que dias melhores virão,
mas que apenas para si, se mantenham como estão,
sãos e esbeltos,
sentidos de perto,
amados ou mesmo odiados,
dos dias muito quentes aos muito frios,
e que a sabedoria continue companheira,
a lhe acariciar de mãos inteiras,
a lhe mostrar que esta ladeira,
terá um fim...
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