Re-ligar ao divino,
com palavras lindas,
versos que brotaram direto d'alma,
voltar ao útero da mãe,
regredir ainda mais,
repensar e explodir em beleza,
ou, geralmente numa bela tristeza,
a sina e o esplendor de ser humano,
de viver e de ter consciência,
desta uma eterna partida,
se espantar com o seu simples respirar,
donde tudo deveria regressar,
como a uma viagem de auto-descobrires,
de malas, roupas comuns,
subindo ao ônibus, um boné,
a serena certeza que uma pequena cidade o aguarda,
se prepara com o perfume de suas flores,
o cheiro do asfalto velho,
do orvalho molhado,
o suor de suas ruazinhas, de sua simplicidade,
voltar a ser concepção,
o pulsar de uma vida recém-criada,
voltar a ser poesia,
quem olha e sente, sem calcular sequer o presente,
a verdadeira religião,
não é um culto, ou arrepios por uma nação,
não é mentira, nem mesmo a mais pura moralidade,
é o compromisso consigo,
a cumplicidade profundamente introspectiva,
abraçar por dentro, com os braços de fora,
começar tudo de novo,
checar os próprios sentidos e usá-los,
cheirar, sentir, amar ou lamentar,
religar ao divino,
religar-se
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