quarta-feira, 16 de março de 2016

O céu é um presente



Tantos deles a contemplar
Estrelas, nuvens, um belo colar 
Diamantes naturais acima dos olhos 
Pérolas, a linda Lua ou um cordão de puro branco,
O presente de aceitar,
Que a beleza é redentora
Neste altar, nesta manjedoura
O verdadeiro divino é natural
Não há nada mais metafísico que um céu estrelado
No desejo de alcançá-lo
Na segurança de se ama-lo
Daqui de longe
De perto do coração 
Alma chora o sereno da noite
Nesta profusão 
O presente de viver o agora
De ter este céu, este ar de um frio simplório, tímido 
E agradecer porque vale apena 
Ser poeta nesta doce quinzena
Tantos anos mais
O tempo não tira de mim 
Ao menos, este brilho a se repetir 
Que volte muitas vezes esta minha alegria pura
Mais e mais noites para sonhar acordado
Para se sentir contemplado 
E refletir calado este admirar
Este céu, que também está em mim
Se não um pequeno universo aprendendo a ser eterno
A ser gente, com ou sem fino terno, 
Sem ''e'' ou qualquer outra letra a enganar 
Se rima ou se é vida
Tenho-o para poder olhar

e é isso que mais importa
que sempre será

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