sábado, 23 de janeiro de 2016
Sotaque e inteligência verbal entre paulistas, paulistanos, mineiros e cariocas e a consciência estética como fator diferencial para a composição de sotaques individuais neutros ou mesmo a mudança consciente
" vc sabia que o seu sotaque é muito feio"???
Não, muitas pessoas não sabem que tem modos de falar esteticamente desagradáveis e pra falar a verdade nem ligam para a qualidade da sonoridade estética dos seus sotaques.
A comunicação, em relação a qualquer língua ou idioma, apresenta duas possibilidades esteticamente agradáveis: Uma constância ou apreço vigilante a norma culta e enfatizando a clareza de comunicação ou o uso de recursos verbais poéticos ou metafóricos que possam embelezar a prosa habitual.
Mas a maioria não liga e termina por misturar o pragmatismo de uma certa eficiência na comunicação com a sujeição subconsciente aos caprichos verbais regionais.
O diferencial de indivíduos excepcionais em relação aos comuns é justamente a consciência e posterior tomada de ações expressivamente complementares. Em palavras menos formais, os excepcionais sempre ligam profundamente/qualitativamente para algum ou mais de um aspecto da vida. Os normais raramente o fazem de uma maneira verdadeiramente altruísta, egocentricamente desprendida e/ou que tenha como ênfase na macro resolução precisa dos problemas ou entendimento profundamente qualitativo.
Ter consciência estética, uma maneira mais especifica de se denominar o perfeccionismo, se relaciona diretamente com ter ou desenvolver apropriado conhecimento/consciência da natureza universal de um ou mais aspectos da fenomenologia, dentre eles a linguagem humana, sua multitude de formas e os parâmetros de qualidade, tanto na forma como no conteúdo.
O sotaque é claramente uma herança ambiental onde que o lugar será um fator muito influente (porém, sem ser exclusivo) para determina-lo e quanto maior for a inconsciência da natureza fenomenológica da vida e especificamente da vida humana maior será a submersão/aceitação da realidade compartilhada ou senso comum bem como da necessidade subsequente de legitima-la por intermédio de sistemas de pensamento positivo.
Ainda que a natureza ambiental do sotaque seja um fator obviamente notável, isso não significa que seja completamente obra das circunstancias, porque percebam que muitas pessoas apresentam desde cedo sotaques neutros. Eu sou uma delas. E além de não ter desenvolvido um sotaque típico da região onde cresci, ainda sou capaz de imitar com certa qualidade o jeito de falar de muitas outras regiões.
O seu sotaque é feio
"não, não é!!"
Negar algumas obviedades é um hábito humano por excelência.
Novamente a minha ideia da existência de um espectro de personalidades mais resistentes ao abraço do ambiente em seu molde e em comparação àquelas que estão mais contextualmente suscetíveis de serem mais influenciadas.
A maioria das pessoas nascem e aprendem a falar de acordo com o sotaque predominante das regiões onde estão.
Poucos são aqueles que desenvolvem uma grande consciência sobre a natureza deles, e se perguntam de onde vieram, obtendo por si mesmos ou por meio de procuras intelectualmente sábias, bem direcionadas, pelas respostas mais corretas que se tem disponível.
A consciência estética, de valor ou das diferenças qualitativas, me parece ser um importante quesito na realidade dos sotaques visto que enquanto que a maioria das pessoas serão embebidas principalmente na infância via convivência familiar e/ou de grupo por esta influencia ambiental, e se " tornarão" inconscientes em relação às diferenças qualitativas mas não em relação às obvias diferenças de natureza como diferenciar um sotaque de quem mora em Salvador na Bahia (que dizem as más línguas estar bem próximo da ilha da rainha da morte, isto é, na boca do inferno) em relação ao sotaque de quem vive em São Paulo.
A maioria das pessoas não mudam de sotaque, será??
É o que parece.
Pode vir também da necessidade. Pra que mudar o sotaque??
Apenas estudos avaliando esta capacidade que poderão prover melhores considerações sobre este assunto em particular.
No mais eu acredito e já falei sobre isso em alguns textos no velho blogue, que quem é bom para imitar outros sotaques também poderá ser bom para modificar o próprio quando quiser e que talvez isso pudesse indicar uma tendência a la Freud de construção incompleta da personalidade, em que ao invés de termos pessoas conclusivamente conscientes de si mesmas e portanto sempre numa panaceia de abordagens identitarias habituais em suas interações nós vamos ter aqueles com personalidades "incompletas" ou mesmo que estão mescladas com mais de uma identidade potencialmente perceptível, uma quase desordem de múltiplas personalidades que neste caso não serão "múltiplas" (ou não...). Parece lógico concluir que quem tem consciência estética ou de valor em relação às diferentes formas de se expressar também poderão faze-lo em relação a si próprios, inclusive com certa liberdade de escolha enquanto que ou o interesse será escasso em relação a quem não gosta de perder tempo consigo mesmo, ;) , ou realmente não só não tem consciência e interesse como também não são cognitivamente plásticos para realizar esta tarefa de auto manipulação.
Consciência estética
Por que a maioria dos paulistanos parecem ser tão claros e esteticamente corretos em suas formas de falar enquanto que mineiros e cariocas, por exemplo, deixam, em média, a desejar ou parecem verbalmente desleixados??
Anos e anos vendo telejornais e percebo uma superioridade do sotaque paulistano, isto é, falado especialmente na cidade de São Paulo, em quase todos os aspectos que são necessários para uma comunicação clara, convergente, precisa e fluidamente coerente.
Sem o jeito cantado do sotaque nordestino em geral e especialmente do sotaque baiano, sem o jeito consistentemente desleixado do mineiro, onde que falar na norma informal se consiste em sua essência linguística, sem o jeito malandro, igualmente arrastado, do carioca, o sotaque da cidade mais populosa e rica do Brasil, mesmo falado por pessoas comuns, se ouve mais claro, preciso e coerente, especialmente quando existe a necessidade de se explicar alguma coisa, o comum nas reportagens com entrevistas.
Desprezando os extremos das classes mais baixas e em conluio com extroversão, receita ideal para a internalização de gírias e expressões coloquiais, o carioca e o mineiro médio soam menos eloquentes do que o paulistano médio. Eu não tenho muitas dúvidas quanto a isso. Mesmo aqueles que trabalham em profissões mais cognitivamente exigentes, seja em Minas Gerais, no Rio de Janeiro ou no Nordeste, poderão em maior proporção transparecer menor eloquência do que quando ouvimos paulistanos. Pode ser apenas uma impressão equivocada, o que duvido um bocado, pode não ser tão generalizada como eu estou deixando a entender. Mas minhas impressões ou observações não foram retidas de devaneios de quando estava acordado, mas em precisas cadeias de padrões que como sempre são, recorrentes e interessantes.
Maior inteligencia verbal?
Uma possível complementaridade óbvia para esta situação pode ser uma maior média de inteligencia verbal dos paulistanos em relação as outras populações mencionadas, de mineiros e fluminenses (do estado do Rio de Janeiro) e também do Nordeste, visto que pela lógica, a cidade mais populosa e rica do país é muito provável de atrair uma grande leva de pessoas que sejam mais inteligentes, de uma maneira geral, produzindo nichos reprodutivos favoráveis para o aumento de pessoas dotadas de maiores capacidade cognitivas.
Também é interessante comparar o sotaque da cidade de São Paulo bem como também a sua estrutura de fluidez comunicativa em relação aos que são falados no sul do país.
O que eu tenho observado é que os ''paulistanos'', em média, também parecem se sobrepor em qualidade em relação aos sulistas brasileiros, mas não tanto
Uma cultura mais técnica** Maior proporção de introvertidos**
Muito provável que sim especialmente para a segunda proposta.
Obs= qualquer sotaque será, na minha opinião, feio, se a comunicação não for bem estruturada. Em termos de eficiencia na comunicação e estética, que se assemelha analogamente a limpeza de um vestuário elegante, na moda, por exemplo, eu encontrei que ''os'' paulistanos em média, parecem melhores para cumprir com essas metas do que os outros grupos culturais brasileiros como ''os'' mineiros, os cariocas (e os fluminenses, obviamente) e os demais ''povos brasileiros'' que vivem nas regiões de climas intertropicais, enquanto que uma potencialmente possível pequena porém consistente superioridade (relativa, que se baseia nos parametros apressadamente estabelecidos) será encontrada em relação aos brasileiros sulistas.
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