sábado, 21 de novembro de 2015

Motivação extrínseca e trabalho duro



Estudar para trabalhar para ganhar dinheiro e para constituir família... sem pensamento crítico e engajamento logicamente consequente...

Quem critica demais, trabalha de menos, mas isso não é ruim...

Para ser um ''hard worker'', um ''trabalhador duro'' (duro só que não de dinheiro), precisa de ter uma motivação intrínseca/disposição natural, isto é, um potencial para que possa resultar na expressão/engajamento desta transcendência. Como eu sempre digo, quando o esforço é excessivo, não será natural, mas isso não significa que esta máxima será aplicável a tudo, porque se dará especialmente em relação a tudo aquilo que for (diretamente) geneticamente disposto. Portanto, isso acontecerá se você realizar uma atividade que o seu sistema corpo-mente repele, que necessitará de maior esforço, além daquele que você é capaz de suportar. É basicamente quando você estoura o seu limite de tolerância, como se estivesse trabalhando nos 120%, sendo que o limite máximo seria 100%, ;)  Mas isso não significa que o esforço per si se consista em uma inaturalidade, só  quando for baseado no atrito entre forças e fraquezas, por exemplo, se esforçar em demasia para aprender matemática sendo ruim nesta matéria, tentar melhorar uma de suas maiores fraquezas (e não duvide que serão muitas, principalmente ao nos compararmos com a perfeição comportamental/cognitiva, isto é, o teto de perfeição para determinada tarefa).

A motivação extrínseca é tudo que for baseado na busca de um objetivo que se encontra dentro das vantagens presentes nos ambientes de vivência, que não é aquilo que você gostaria de fazer, que lhe vem enquanto uma vontade profunda, interior e natural... desde estudar para a prova de um concurso público e ''até'' se engajar na caça de um animal que possa resultar no jantar da tribo. No entanto, é bom deixar claro que o ''trabalhador duro'' não será exatamente igual ou mesmo essencialmente semelhante ao ''caçador duro'', ou seja, não é apenas o ambiente que será o diferencial entre os dois, mas também as suas disposições cognitivas. 

Porém, toda motivação extrínseca necessitará de ter algo intrínseco para que possa ser executada. Na verdade, eu estou repensando parcialmente em seu conceito porque todos nós apresentamos as duas, o que diferencia é a que grau de predomínio uma está em relação a outra. Pessoas de personalidade forte, independente (e que terá profunda correlação com ''50 tons'' de autoconsciência) serão mais propensas a seguirem as motivações mais pessoais (intrínsecas) enquanto que aqueles com personalidade menos ''dominante'' (que também será multidimensional e/ou diversificada em sua expressão) serão mais propensos a ''seguir ordens'' pensando em possíveis vantagens, o famoso adestramento.

Alguns estudos parecem ter encontrado uma relação entre personalidade anti-social e diferenças significativas de qi performance e qi verbal ou qualquer outra diferença cognitiva que for significativa. Além de uma predisposição, eu também acredito que como o sistema burocrático não foi construído para favorecer aqueles de perfis mais discrepantes de capacidade cognitiva, então o ambiente desfavorável aumentará o risco para o engajamento em comportamentos anti-sociais, com certeza que não será para todos os casos, mas para uma possivelmente gorda fração deste grupo específico, psicométrica e psicologicamente identificados

Perfis altamente desequilibrados de cognição (e que reverberará na inteligência), por lógica intuitiva, também parecem estar relacionados com a ênfase vital/transcendental nas próprias motivações intrínsecas, em palavras fáceis, fazer aquilo que gosta e não aquilo que lhe disseram que seria bom fazer para obter vantagens a longo prazo. Motivações intrínsecas são constantes, motivações extrínsecas são neutralizações da vontade interior em prol de se adaptar de alguma forma ao sistema dominante. 

Metaforicamente falando, é como segurar o percurso natural de uma onda, por alguns minutos, horas ou dias, e depois soltá-la, já em forma de ''onda gigante'', ;)



O trabalho duro sempre será produzido por disposições anteriores ou pré-disposições (porque todo fenômeno dinâmico ou vida PRECISA de uma vontade interior para que possa se manifestar), e será mediado pela autoconsciência para que possa ser correta ou incorretamente trabalhado. Por exemplo, alguém que se dedique a estudar música sem ser talentoso neste campo, em relação àquele que for provido de grande inteligência técnica (psicométrica ou qi) geral e que se dedicar aos ''estudos'' (leia-se, decoreba) para fazer uma prova de concurso público (e passar). 

Portanto, os famosos ''hard workers'', aqueles que se dedicam a ''estudar'' muito, ou a qualquer outra atividade para ''vencer na vida'', apresentarão pré-disposições para tolerar o ''sacrifício'', por exemplo, de trabalhar noite e dia para ganhar mais dinheiro ou para sustentar a família. Algumas pessoas serão mais propensas a tolerarem/suportarem maiores ''sacrifícios'' (que serão sacrifícios especialmente mediante uma perspectiva de aprendiz de parasita sutil e cooperativo, como eu) do que outras porque todos os tipos de comportamentos humanos bem como de outros seres vivos apresentarão variações de intensidade, em qualidade e quantidade. Da mesma maneira que temos uma variação de capacidade criativa ou para suportar a dor, nós também teremos variação individual (e que reverberará a nível coletivo) para o ''trabalho duro'' que por sua vez será mediado por motivações que serão extrínsecas às suas necessidades mais interiores. O famoso teste da guloseima, em que as crianças mais cognitivamente inteligentes tendem a escolher o doce, multiplicado por dois, uma semana depois, a gratificação de longo prazo, é um excelente exemplo quanto ao modelo falho, limitado e tendencioso de ''inteligência'' que a ''comunidade'' hbd e boa parte da psicologia tem trabalhado, mas não em relação à mentalidade que é tolerante e recíproca ao ''trabalho duro'', à ''filosofia'' de que o trabalho ''liberta''. Eu não questiono a importância de se trabalhar, mas principalmente a ignorância em que boa parte dos trabalhadores estão submersos quanto aos seus direitos e necessidades cognitivas naturais.



O ''lindo'' capitalismo

A inovação proposta neste texto, que parece não ter sido muito feliz em deixar claro desde o primeiro ''parágrafo'' é a de que ao contrário de uma força totalmente forjada pelo ambiente, a disposição para trabalhar muito, visando ou não uma gratificação, se consiste uma disposição primordialmente intrínseca, aliás, como qualquer tipo de comportamento, e que resultará nas motivações extrínsecas contextuais das quais conhecemos e que são mutáveis de acordo com a bio-cognição (inteligência) do ser e da natureza do ambiente em que vive. A motivação extrínseca pode ser parcialmente traduzida enquanto um ''sobre-esforço'', mas o seu conceito mais puro e primordial será o de ''fazer algo que lhe for menos naturalmente disposto''. Ninguém nasce PARA trabalhar duro, mas nasce com uma tolerância e reciprocidade para fazê-lo se necessário e quase sempre será dentro de ''nossas'' ''sociedades de exploração''.

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