segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Melancolia, à luta



Queres me pegar e colocar no colo,
queres assoprar as feridas mas mantendo-as pulsantes e rubras em meu peito,
queres cultivar um cadáver em tu'ação, fazer-me triste por inteiro,
mas eu luto, contra o luto,
eu, o melancólico, sou o conflito que brota entre a alegria e a lamúria,
lamento todos os dias e sorrio,
que brilha como a um sol tímido envolto por nuvens grossas,
resisto ao cansaço, ao fardo de ver muito e pouco fazer,
resisto a tudo e continuo a caminhar,
cada problema é um espinho, eu não me entrego ao chão vermelho de sangue,
eu caminho e subo montanhas anciãs, 
eu reajo, respondo, 
queres me dominar, mas eu luto e todo o dia venço, 
não sairá do meu coração até que eu tenha saído dele,
serás minha camisa de força que tenta conter meus movimentos,
mas eu não sou fácil, e ainda a uso para todo o tipo de ação,
minha dor é minha fonte, minha motivação, 
minhas lágrimas secas são minha razão na criação,
na hora de encher meu ego que também passará, porque tudo vai com o vento,
reajo insolente e divertido,
escolheu a pessoa errada, mas deu certo...

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