terça-feira, 28 de março de 2023

A saudade

 É o desejo de viver o que já foi vivido 

De voltar naqueles momentos 
sempre que quisesse

E de perceber que é impossível 
Inacessível
Apenas a sensação do passado
Que nos aquece

São fragmentos de lembranças
de um mundo perdido 
Que nunca mais voltará 
Nem com sacrifícios ou preces

E junto à tristeza 
A alegria do indivíduo
E junto à alegria
É a impotência que prevalece

Porque a saudade é o sentimento do inatingível
Do inconcebível
É um breve descanso do incansável ritmo do Tempo 
que nunca nos esquece

Déficit de atenção??

 Ou uma questão de perspectiva??


Joãozinho não consegue prestar atenção na aula. Mas não porque ele não consegue se concentrar com nada. É que ele não consegue se concentrar ao que os outros pedem para ele prestar atenção. Na verdade, ele já dedica sua atenção aos seus próprios interesses, tal como os games, por exemplo. Então, ele não teria exatamente um déficit absoluto de atenção, mas um déficit parcial, de atenção extrinsecamente motivada...


II. Uma não, duas...

Pedro não consegue sempre prestar atenção a apenas um objeto ou objetivo, porque está sempre prestando atenção ao que acontece de imediato em seu espaço momentâneo de existência. Pois quando ele tenta se concentrar para 'estudar" ou, memorizar um conjunto de informações, é comum que acabe prestando atenção também aos estímulos sonoros e visuais que estão se manifestando perto dele. Então, Pedro não teria exatamente um déficit significativo ou absoluto de atenção, mas um déficit de atenção unifocal. Na verdade, ele parece ser demasiado atento... 

A diferença entre estudar//aprender e memorizar

 Para aprender é preciso estudar, ainda que também se possa aprender ou compreender algo, até a um certo nível, por observação ou análise imparcial e objetiva, sem chegar a ter acesso a um conteúdo específico.  


É verdade que a memorização é necessária e inevitável nos estudos. Mas memorizar é um meio para um fim, que é aprender. Memorizar por memorizar é o mesmo que "decoreba". O verdadeiro aprender não exige uma memorização "perfeita", de cada palavra ou fórmula, mas de um maior ou melhor entendimento sobre o que foi "estudado". Portanto, como conclusão, é possível afirmar que, estudar é o mesmo que se expor a certo "conhecimento' buscando, acima de tudo, compreendê-lo para, então, fixá-lo na mente. Ainda há de ressaltar que, não é sempre que um melhor entendimento leva à fixação, pois para que isso aconteça também é muito importante que exista pelo menos algum interesse genuíno sobre o tópico.

domingo, 26 de março de 2023

Breve diário de um melancólico

Eu acordei para mais um dia
para mais uma redundância de rotinas

Eu vou ao banheiro e escovo os dentes
Enquanto eu almoço, minha mãe agradece pelo prato de comida

Eu ando pela casa, pelas ruas e esquinas
da cidade pequena em que vivo, que amo e odeio tanto
Cheia de lembranças que só existem na minha mente

Eu percebo além da ação
Eu percebo um vazio depois de cada momento 
Que é o tempo 

Eu não tenho armadura, roupa espacial ou uma grande ilusão
Mesmo que continue a cultivar algumas daninhas
dentro da minha cabeça

É o tempo
Que passa como dias ensolarados, nublados, de perdas, constante, e ganhos, momentâneos

Eu não sou um rato que corre atrás de um queijo
Eu sou mais um obcecado pelo espelho
Pela única vida que eu tenho
 
Eu tento agradecer por todos os dias em que ainda estou aqui
Eu tento criar rituais e os seguir
Mas eu deveria esquecer do sofrimento
Da estupidez humana

Eu não consigo flutuar como as nuvens brancas 
Eu gostaria de estar em paz com a existência
Mas pesa muito nas minhas costas
E eu nem tenho nomes para disfarçar 

Eu sei que não caminho com o tempo
Eu sou arrastado

São muitos os que se enganam 
Conheço poucos que não estão programados
Que despertam

Eu sei mais do que posso aguentar
E eu continuo aguentando 
Por egoísmo, por amor próprio

Eu pensei em escrever um diário
mas todos os dias são iguais para um melancólico 

Um momento qualquer

 Eu vi aquela formiguinha no chão do quarto, vivendo em seu pequeno mundo, enquanto eu fazia uma prancha abdominal. Não sei se pisei nela depois, sem querer, tal como um pé gigante de Buda, em mais uma manhã úmida de verão. As nuvens baixas impediram o vislumbre do universo. De noite, a verdade será revelada, como sempre. Com ou sem estrelas. Sem o sonho azul dos dias. 


Os meus ouvidos, no momento em que escrevo, escutam Starálfur, lindíssima música de Sigur Rós, tão cálida e vinda de tão fria Islândia. As dimensões se confundem com os pensamentos. As realidades se tocam e se misturam. A minha gatinha idosa dorme ao lado em seu sono de beleza. Que durma tranquilamente. Um desejo para todos, mesmo para os inimigos da paz, que durmam muito, aliás ...

O "apelão" dos games é o mesmo dos debates

 Apelão é um termo dos games que não sei se continua em uso frequente mas que eu e meus irmãos usávamos bastante quando jogávamos vídeo games nos anos 90. Esse termo se refere àquele jogador que tem o costume de adotar a mesma estratégia de, especialmente se for em um jogo de luta, usar o mesmo poder para ganhar, ao invés de usar todos os golpes e poderes possíveis, visando vencer rápido e também por geralmente não ser muito hábil no jogo. Eu fui um jogador apelão de quando jogava games de luta, particularmente o Mortal Kombat e o Street Fighter. E acredito que se voltar a jogar usarei a mesma estratégia. 


Mas eu percebi que esse termo também pode ser usado no campo dos debates intelectuais, já que existem pessoas que "apelam" de maneira parecida, jogando "sujo", geralmente usando as mesmas falácias, tal como a da autoridade. Outra maneira de ser desleal em um debate, no sentido de ser um apelão, é pela tática de sempre mandar links de estudos ou trabalhos acadêmicos ao invés de também debater usando as próprias palavras, de mostrar o que realmente entende do assunto. Já, nesse caso, eu acredito que não sou tão apelão assim tal como eu sou nos games de luta.

O problema das narrativas normativas

 "Infância saudável é brincar na rua, ter (muitos) amigos, agir como uma criança normal ...'' 


Esse é um exemplo de uma narrativa normativa que visa impor uma norma ou padrão do que se considera como o mais certo, específico ao contexto da infância. No entanto, não existe exatamente um modelo de infância "saudável" porque, desprezando situações de abuso sistemático, tendemos a apresentar histórias diferentes desta época de nossas vidas que não são ou foram necessariamente "patológicas". Além disso, essa imposição de perspectiva ainda pode inculcar uma visão traumática ou excessivamente negativa do passado para os que não tiveram uma infância "típica", como eu, por exemplo.

Sobre o "narcisismo vulnerável" ...

 ... e mais um provável exemplo do quão limítrofe à (sua própria) ciência a psicologia tende a estar:


(Metade artigo, metade crônica)

''O narcisismo vulnerável é  --- amplamente --- definido em termos de hipersensibilidade à rejeição, afetividade negativa e isolamento social, mas também desconfiança dos outros e aumento dos níveis de raiva e hostilidade.''

...

 ''As pessoas com gelotofobia tendem a interpretar 'erroneamente" o riso como malicioso, o que desencadeia emoções de desconfiança e retraimento social.

A gelotofilia é o oposto da gelotofobia, a alegria de ser ridicularizado (????). É um sinal de apreço, conexão social e humor compartilhado (???).

Katagelasticismo refere-se à alegria de rir dos outros. Esses indivíduos obtêm imenso prazer em zombar das pessoas.

Para entender melhor a vida interior de um narcisista vulnerável (sic!), os pesquisadores recrutaram mais de 400 estudantes de graduação para preencher questionários medindo seus níveis de narcisismo vulnerável, bem como sua visão sobre situações envolvendo risos e provocações. Experiências de gelotofobia, gelotofilia e catagelasticismo foram exploradas em 'profundidade'. Eles descobriram que as pessoas com pontuação mais alta na medida do narcisismo vulnerável eram mais propensas a temer ser ridicularizadas e eram mais propensas a gostar de rir dos outros. Não surpreendentemente, a gelotofilia não estava relacionada ao narcisismo vulnerável. Simplificando, os narcisistas vulneráveis vivem com medo de serem ridicularizados e se divertem rindo dos outros.''


"Gelotofilia".....


Eu já comentei que, com alguma frequência, costumo sofrer hostilidades por pessoas que nunca vi na vida, em momentos aleatórios, especialmente quando estou na rua (sem falar das que me "conhecem'). Isso não acontece de agora, mas desde há um bom tempo. Pois eu tenho concluído que, em média, as pessoas no Brasil não costumam ser educadas, realmente simpáticas e empáticas, umas com as outras. Ainda mais se forem com tipos como eu, pertencente a uma minoria sexual e com idiossincrasias mentais. Como resultado, a partir desse histórico, frequência e expectativa de diferenças e atritos, eu acabei desenvolvendo estratégias intuitivas e preventivas de autodefesa, particularmente pelo isolamento social parcial e/ou busca por uma maior seletividade no convívio e também uma maior sensibilidade por antecipação à hostilidade potencial. 

Mas, de acordo com esse link acima, da Psychology Today, nada disso importa porque, segundo ele, eu devo ser basicamente um "narcisista vulnerável" por apresentar a maioria dos "sintomas" relacionados a essa suposta condição. Por exemplo, quando eu vou à rua e me deparo com pessoas rindo, especialmente se forem adolescentes e se estiverem rindo alto, eu tendo a ficar receoso de que estejam rindo e debochando de mim ou de que possam "me pegar pra Cristo". Pois mesmo que essa reação ou interpretação não seja a mais adequada, ainda não dá para dizer que eu seja um "narcisista vulnerável", também pelo meu histórico e atualidade de atritos não-provocados em minhas interações. Como eu já comentei em outros textos, sobre esse tópico, não dá para concluir que minhas reações sejam absolutamente ilógicas, no sentido de patológicas. E eu não acredito que seja um 'caso' isolado.

Outro suposto sintoma de um narcisista (vulnerável) seria uma tendência para ter pensamentos depreciativos em relação à outras pessoas, que pode ser diagnosticado como sintoma de auto-grandeza. Por exemplo, o que eu tenho concluído, que a maioria dos seres humanos está mais para irracional do que racional... isto é, mais propensos a endossar seus próprios preconceitos e fanatismos do que aprender a sempre buscar pela verdade objetiva e imparcial.

Mas, primeiramente, existe alguma inverdade nessa conclusão?? 

Segundo que, se não é um exagero ou mentira, e mesmo se fosse, ainda não seria possível me classificar como narcisista apenas por esse comportamento específico, porque ter uma opinião mais negativa, pessimista ou... realista sobre a "humanidade" não nos torna imediatamente mais narcisistas.

Outro detalhe é que, é possível tecer opiniões não muito simpáticas sobre as pessoas, de maneira geral ou, em média, sem ter que se colocar como absolutamente superior a elas...

Então, o principal achado nesse estudo foi de que "narcisistas vulneráveis estão mais propensos a ter medo de serem ridicularizados, mas que, por outro lado, também gostam de rir dos outros". 

Mas me digam uma coisa. Por acaso a maioria dos seres humanos não é mais ou menos assim???

A maioria dos seres humanos, então, seriam de ''narcisistas vulneráveis''??

Essa é uma análise que não leva em consideração as nuances existentes nas interações sociais, tal como eu exemplifiquei, por mim mesmo, por se basear apenas na perspectiva de um observador "neutro", desprezando as perspectivas dos indivíduos em destaque, suas motivações para agir assim, seus contextos individuais...

Sim. Tal como a grande maioria dos seres humanos, eu acho graça quando um ser humano age de uma maneira que eu considero engraçada ou ridícula. Mas não significa que esteja sempre buscando por situações ridículas praticadas por outros para rir deles ou que sempre sinta um prazer sádico nisso ...

Sim. Tal como a maioria dos de nossa espécie, eu definitivamente não gosto de ser ou sentir que estou sendo ridicularizado, ainda mais se for por pessoas que nunca vi na vida ou que percebo uma maior animosidade irracional para comigo. E isso não me faz um narcisista, alguém que está muito autocentrado (quem me dera, eu "sofreria" menos). 

"Narcisistas vulneráveis têm 'hipersensibilidade' à rejeição, afetividade negativa e isolamento social"

Primeiro e, novamente, quem é que não tem medo de rejeição???

A maioria dos seres humanos tem, ainda mais se for por aqueles que mais prezam. 

Quem é que gosta de sofrer hostilidades?? Quem é que curte um isolamento social involuntário?? 

A maioria com certeza não. 

Segundo, o uso de uma palavra superlativa "hipersensibilidade". 

Mas isso depende do contexto...

Novamente a tendência da psicologia de desprezar a diversidade de situações individuais que torna mais complexo fixar um diagnóstico para um tipo específico de reação. Eu até poderia concluir que, muitos diagnósticos potenciais ou oficiais de transtornos de personalidade são, na verdade, fenótipos de adaptação a contextos de hostilidade.

Adaptação, aqui, em seu potencial múltiplo, sem determinar qual seria a mais adequada ou ideal.

Pois se para um "observador neutro" pode parecer uma sensibilidade extrema ou exagerada, pode fazer total sentido para aquele que tende a expressá-la mais. Eu, por exemplo, que sinto uma facilidade para me apegar às pessoas por ter uma mentalidade essencialista: existencialista, mais lógica ou sistematicamente coerente e simples, mas também por notar que a maioria delas (principalmente com as que tenho convivido ou que já passaram na minha vida) tem uma mentalidade oposta à minha e isso me causar uma grande inadequação já que não consigo compreender por que ou como podem ser tão frias//convenientes, segundo a minha perspectiva... 

Ou será que tudo isso não passa de "narcisismo vulnerável"???

"A gelotofilia é o oposto da gelotofobia, a alegria de ser ridicularizado. É um sinal de apreço, conexão social e humor compartilhado"

Me pergunto quem são essas pessoas que realmente gostam de ser, de fato, ridicularizadas, no sentido mais puro e, portanto, problemático dessa ação?? 

Eu até consigo aceitar que alguém que é muito íntimo possa rir de mim e comigo. Mas mesmo se não aceitasse, isso ainda não seria sinal de narcisismo e/ou de "vulnerabilidade". 

Então o que seria?? 

De um apreço mais arraigado ao respeito nas interações?? 

2. "A pessoa hipersensível, altamente sintonizada com os estímulos externos, pode se convencer de sua própria superioridade sobre os outros.

...

Novas pesquisas estabelecem a constelação de traços que conectam a hipersensibilidade como um traço geral à forma vulnerável de narcisismo.''

Também tem um outro artigo no mesmo site que afirma que, pessoas altamente sensíveis, às quais eu sinto me encaixar, estão mais propensas a ser de narcisistas vulneráveis. Então, novamente, temos o básico problema de confundir uma autoconsciência mais expressiva com um auto-centrismo exagerado ou narcisista.

(Não que um indivíduo altamente sensível não possa ser ou se tornar narcisista, mas que a própria condição esteja diretamente relacionada, tal como um agente causador desse suposto tipo de narcisismo). 

Eu separei esse trecho para mais uma vez mostrar que, o que está sendo definido como patológico e particular a um grupo, na verdade, parece ser comum: de se sentir superior aos outros em relação a, pelo menos, uma característica, se de maneira declarada ou não, se por uma conclusão mais precisa ou não ...

Agora, isso virou um pecado ou sinal inequívoco de narcisismo??

Bem, então, a grande maioria das pessoas são narcisistas (na verdade, é possível dizer que a maioria seja, de um tipo mais moderado ou não-maligno, especialmente nos dias atuais, deste início de século XXI, em que o individualismo se tornou a regra em muitos países). 


Psicologia: uma fábrica de rótulos inúteis??


Eu sei que certas categorizações psiquiátricas, como transtorno bipolar e esquizofrenia, são reais e totalmente necessárias. Mas, especialmente em relação aos transtornos de personalidade, parece que tem havido uma constante invenção de termos ou rótulos sem real correspondência com a realidade ou que buscam, de maneira pedante, destacar uma perspectiva tão estreita que, em termos mais pragmáticos ou práticos, não valeria a pena fazê-lo. Esse pode ser o caso do narcisismo vulnerável bem como dos outros termos no trecho selecionado: gelotofilia, gelotofobia e katagelasticismo.... termos equivocados ou inúteis que não farão nenhuma falta se caírem em completo desuso ou se jamais forem usados com frequência.

Voltando à preocupação excessiva com as opiniões das outras pessoas, esse é um traço característico à timidez. Porque não faz sentido que um verdadeiro narcisista dê tanta atenção à opinião alheia se o que mais define o narcisismo é justamente um excesso de atenção à própria opinião, especialmente sobre si mesmo.

Pois se eu fosse realmente narcisista, eu não me preocuparia tanto assim com a opinião alheia já que estaria muito ocupado comigo mesmo, com a minha própria opinião sobre mim mesmo, e que nesses casos costumam ser exageradamente positivas.

Talvez o maior problema nesse primeiro estudo seja a confusão que está fazendo entre uma necessidade de agradar com uma de ser admirado, a primeira, típica de pessoas mais tímidas e a segunda de narcisistas.

É verdade que um narcisista típico costuma sentir uma grande necessidade de ser admirado pelos outros, mas essa necessidade nunca é maior que a sua própria auto-admiração, excessiva e distorcida. Ele, geralmente, busca a admiração alheia apenas para confirmar o que sente sobre si mesmo, além de dar atenção ou selecionar apenas as opiniões positivas. Já uma pessoa que tem uma grande sensibilidade à opinião alheia geralmente ou, é porque não tem uma autoestima elevada e, como resultado, é pouco provável que seja mais narcisista que a média. Ela está mais preocupada em agradar os outros mesmo que reconheça sua auto negligência e dificuldade de mudar de atitude, do que desejar ou procurar que os outros a agradem, especialmente por elogios, tal como os típicos narcisistas tendem a fazer.

Na minha opinião, a única possibilidade de existência para o narcisismo vulnerável, com base no que foi comentado é se, ao invés do narcisismo, outro termo, mais condizente, fosse adotado, por exemplo, o de "ego bipolar" ou "instável". Faz mais sentido do que categorizar um indivíduo com autoestima baixa ou volúvel, muito sensível à opinião alheia, como um tipo de narcisista..



O espelho quebrou

 Azar para os outros

Pra mim foi sorte 

Significa menos vaidade
Menos tempo me olhando,
Me enganando
E mais tempo pra viver
com simplicidade

O espelho apenas trincou 
3 anos e meio então??
Pra mim foi sorte 

Significa menos instabilidade
Menos tempo temendo e imaginando
no que os outros irão ver
E mais tempo pra ser
com autenticidade

O espelho não sou eu
Mas já não funciona 

Se eu vejo dois 
E eu deveria estar vendo apenas um
'ma miragem
Mais uma sombra

Mas pra mim foi sorte

Menos tempo cozinhando os detalhes 
do meu corpo, as minhas vergonhas
Mais tempo pra existir de verdade
sem o reflexo do meu rosto na minha história

quarta-feira, 22 de março de 2023

Poeta renegado

Não irei aparecer na lista dos dez ou vinte "maiores" poetas do Brasil 

Muito menos nas listas dos "maiores" poetas do mundo, se os anglófonos escolhem quem entra

Não entrarei no grupo seleto dos poetas mais celebrados

Se for lembrado, será como uma "figura controversa", que teve a audácia de ser um pensador independente em um país de "deslumbrados"

Se for lembrado, será como um poeta "depressivo", de mente inquieta, alguém que superou a quinta e também a oitava série

Será como aquele poeta que preferia rimar do que fazer sentido 

Se for lembrado, porque eu acho que serei mais um poeta esquecido, como a maioria 

Sem ter suas poesias como exercício de vestibular 

Como alguém que, um dia, escreveu como terapia 

Como alguém, que um dia, escreveu para não se esquecer 

Pra se sentir importante pra si mesmo 

Pra preencher o seu (o nosso) constante vazio 

Por ter medo do silêncio

Mas eu sei que serei mais um poeta renegado 

Um poetinha proletário que bate de porta em porta

Que usa gravata e óculos 

Ou que só fica em casa conversando com as estrelas e reclamando das pessoas

Como separar uma crítica ao ativismo radical trans da transfobia??

 Muito simples. Primeiro, aceite que a disforia de gênero é real, que existem pessoas que se identificam mais com o sexo oposto do que com o de nascimento, diga-se, de maneira profunda. Pois só de você aceitar a existência dessas pessoas já é um grande passo para rejeitar a transfobia. Segundo, reconheça que pessoas trans são, acima de tudo, trans. Isso significa que, por exemplo, mulheres trans são mulheres trans e não mulheres cis e nem homens cis, pois se fossem, então, não seriam trans... uma lógica que parece bem óbvia. Terceiro, reconheça que a regra para a identificação sexual acontece pela biologia, pelo sexo de nascimento, em outras palavras, que pessoas trans são a exceção, até para evitar a falácia de falsa equivalência de se acreditar que, a regra de uma minoria vale para ou é a mesma para uma maioria. Assim, você irá evitar o endosso integral de narrativas radicais do ativismo trans que, de maneira geral, almejam impor que pessoas trans são como as cis. Quarto, aproveitando que falei sobre exceção e regra, digo que, se para toda regra existem exceções, então, o mesmo se aplica para os direitos trans. Por exemplo, de que essas pessoas têm o direito de se reconhecerem como quiserem, de serem respeitadas, mas também precisam ter deveres e, um deles, é o de respeitarem espaços alheios, especialmente das mulheres cis. Como resultado, eu acho bastante complicado que atletas trans possam participar normalmente de competições com atletas cis. Acho que o ideal seria criar uma categoria particular ou mista em que atletas trans possam competir uns com os outros e mesmo com atletas cis que queiram participar. E, por enquanto, acho que essa também é a solução mais plausível quanto à discussão sobre o banheiro público que podem usar. Enfim, não parece ser difícil separar uma coisa da outra...

A sina do sonhador

 O sonhador nunca sabe 

se continua alimentando a sua imaginação 
Ou se esvazia a sua mente

Se interrompe a cadência da ilusão 
Ou se continua com os mesmos devaneios conscientes

Se sai pra rua, decisivo e prático, pra ação
Ou se continua evitando o mundo dos inconsequentes

Se desce ao chão frio e se mistura à multidão
Ou se permanece no alto das nuvens 
Contando os segundos como gotas de versos transparentes

Se coloca uma gravata e um nariz de palhaço
E se torna mais um pião 
Ou se continua sua rebelião contra as correntes

Se fica em paz em sua confusa abstração
Ou se silencia a sua paixão ardente 
pela vida 
pra sempre

(Algumas vezes, ele sabe) 

segunda-feira, 20 de março de 2023

Eu ainda

Eu ainda vou me lembrar de você como um passado distante e um presente ausente Antes, um espírito sufocante, depois, um vazio persistente Antes, um inimigo não-declarado, depois, um nome sem importância Antes, uma fonte de conflitos, depois, sem a sua ignorância Antes, uma ameaça de violência, depois, uma desagradável lembrança Antes, um abuso normalizado, depois, uma justa calmaria Eu ainda vou lembrar de você como se não tivesse existido na minha vida Como se não tivesse me enganado com a sua falsa amizade/irmandade, por tanto tempo Invadido o meu espaço e me causado feridas Como se não tivesse me convencido, em tenra idade, de que não era digno de respeito/empatia De que jamais me livraria de sua estúpida hipocrisia De verdade, saiba que eu ainda irei...

São os estadunidenses do sul, em média, mais 'agradáveis' ???

 Aqueles que moram no sul dos EUA, em média, "pontuaram" mais alto no traço "agradabilidade", em pesquisas comparativas de geografia e tendências de comportamento e com base no modelo de personalidade do "cinco grande", considerado o mais cientificamente válido. 


Pois vejamos como que esse traço está caracterizado:

"As pessoas que são “agradáveis” visam a harmonia social, sendo gentis e atenciosas, e estão dispostas a fazer concessões em seus objetivos. As pessoas “desagradáveis” têm uma visão menos otimista e menos cooperativa dos outros, dando precedência ao interesse próprio. São mais competitivos e argumentativos..."

Agora, vejamos, rapidamente, onde que esse traço parece ser mais comum por lá, segundo as pesquisas:

"A presença de amabilidade/agradabilidade é mais pronunciada no Sul (Louisiana à Carolina do Norte, com zonas mais quentes e mais frias em Arkansas, Kentucky, Tennessee e Flórida). Um segundo aglomerado importante foi encontrado em Minnesota e nas Dakotas. O azul escuro do desagrado paira mais pesado sobre os estados ocidentais, de Montana ao Novo México e de Nevada às metades ocidentais do Kansas e Oklahoma. Há um epicentro de rabugice adicional na Nova Inglaterra."





Então, faz sentido que a região dos EUA com a maior porcentagem de "indivíduos mais agradáveis" ou "mais amáveis" seja também a região com a maior porcentagem de "conservadores tradicionais", isto é, de pessoas que tendem a ser classicamente racistas, homofóbicas, misóginas, do tipo que adora capitalismo, armas e bíblia??? E o oposto para algumas das regiões mais politicamente progressistas (como a Nova Inglaterra)???

É importante ressaltar que, segundo um outro estudo, conservadores tradicionais tendem a pontuar mais alto, especificamente, em um componente desse traço da agradabilidade, que é a "educação" ou "polidez"... ok... 

Mas, nesse mesmo estudo, indivíduos autodeclarados progressistas pontuaram mais alto em outro componente deste traço, a compaixão, e que, na minha opinião, é mais central ao traço em si, além de ser até fácil de perceber tanto pelas diferenças nas políticas defendidas por esquerdas e direitas quanto pelos comportamentos médios de progressistas e conservadores em que, se percebe uma desproporção de indivíduos muito egoístas no segundo grupo.


Mas, será que esses estudos de personalidade se baseiam mais em como que as pessoas se identificam ou respondem questionários do que como elas realmente são??? 

Será que as pessoas realmente agradáveis são menos propensas a se pensar como mais agradáveis que os outros?? 

Bem, um país em que parecem existir muitas delas, o Japão, existe um hábito cultural ou enraizado de se evitar auto elogios, preferindo até pela auto depreciação ...

Ainda sobre um dos estudos citados, de que autodeclarados "conservadores tradicionais" pontuaram mais alto em "educação" ou polidez, um dos componentes da agradabilidade..

Mas de que tipo de "educação" estamos falando aqui?? Porque existe a educação no sentido de discrição e etiqueta e aquela que se centraliza justamente no respeito e na empatia ao outro e, consequentemente, na compaixão. 

(O mesmo questionamento sobre auto definição e realidade também deve ser feito em relação aos autodeclarados progressistas. Afinal, são mesmo, em média, mais empáticos na prática ou apenas no discurso sobre si mesmos??)

Um "finlandês" no meio do Brasil

 Eu sou tão honesto quanto um habitante de Helsinki. Eu acredito, eu confio na palavra das pessoas, mesmo desconfiando. Mas eu vivo em um purgatório chamado Brasil, terra da  malandragem e da falta de compromisso. Da falta de respeito e do egoísmo com um sorriso no rosto e samba no pé. 


Eu sou como um escandinavo que caiu de paraquedas no meio de um país tropical, abençoado por deus e bonito por natureza. Só não especificaram qual Deus. O diabo era um anjo, mas faltou pouco para subir de categoria.

Eu só sei que o meu temperamento é mais parecido com o de um norueguês, e penso se culpo o meu sangue português. Ou se foram as minhas mutações maternas que deram o toque final na minha receita atípica. Se eu "tenho" algum ismo ou se é só uma intolerância com a mulambice brazuca. 

Eu só sei que quando ando nas ruas me sinto um eterno estrangeiro, um astronauta que não consegue respirar a mesma atmosfera que os locais, que estranha os seus comportamentos, que não entende a língua que falam ...

Eu só sei que os finlandeses não gostam de esbanjar e de esbanjadores, assim como eu. Que gostam de privacidade e igualdade, assim como eu. Que gostam da natureza, do silêncio, que são mais melancólicos... Só faltou eu ter olhos azuis e cabelos loiros.

Por que eu comecei a escrever? Por que eu escrevo?

 Porque eu sentia uma grande necessidade de me expressar, de ser ouvido, de mostrar às pessoas o que eu tinha para dizer, que eu acreditava que não era um "mais do mesmo", que era inovador e muito importante ou necessário. Então, veio o medo da decepção, da condenação e da incompreensão. E a posterior confirmação das minhas suspeitas.


Hoje, eu escrevo pelas mesmas razões que do início. Mas hoje eu também percebo que escrever alimenta a minha inquietude e o meu orgulho de quando eu consigo compreender melhor um tópico, apresentar uma nova maneira de pensar e de mostrar minhas poesias ao mundo. 

Hoje eu escrevo pensando em deixar um legado, independente se só interessar a mim mesmo. Eu escrevo e isso me dá uma sensação de dever cumprido. De estar conseguindo materializar meus pensamentos, minhas ideias, observações e experiências emotivas. 

sábado, 18 de março de 2023

O lado bom

 Era pra ser só mais uma caminhada, como tantas outras. O fim de tarde estava quente e um pouco desagradável. Então, eu comecei a andar pelo mesmo caminho, de árvores e morros. E junto, comigo, os mesmos pensamentos negativos: de tristeza, decepção e falta de perspectiva que a minha vida tomou. Esperei as cinco horas passarem e o céu revelou as últimas cores do dia. Um lindo pôr do sol, que prendeu a minha atenção sem que pudesse fazer mais nada, apenas testemunhá-lo, agradecendo por aquele momento tão sereno e mágico. Foi a partir desses poucos minutos de contemplação que eu interrompi o meu ciclo vicioso de neuroses e, com muita clareza, reconheci o lado bom da minha vida. De saber dos amigos verdadeiros, dessas vivências de profunda conexão, das alegrias que já vivi e das novas que virão. Das "pequenas coisas" que são sempre as mais importantes. Eu percebi que não está tudo acabado pra mim. 

Eu terei uns 60 e tantos

 Se o planeta continuar girando

Se eu continuar em cima de sua superfície
E não debaixo da terra

Se eu aguentar a piora da minha melancolia
Com o acúmulo de perdas eternas

Se eu encontrar um jeito de sobreviver
e ser mais feliz do que triste

Se eu encontrar um jeito de me distrair
tanto quanto de saber o que é a vida

Todo dia

Se o cometa Halley vai passar de novo

Eu só sei que ele passou quando eu nem era gente
Quando eu era apenas alma, um eterno nada na borda de lugar nenhum
Pairando na abstração da inexistência
 
Eu terei uns 60 e tantos
Se eu continuar respirando

Se a minha natureza frágil se tornar mais resistente
Que seria um caso interessante

Se eu continuar gostando de Chaves e Chapolim
Se a minha infância continuar influente, esquentando o meu pequeno coração

Se a minha esperança continuar constante
Como a de um sonhador
E com a certeza de que continuarei o mesmo
Essencialmente o mesmo
Um essencialista, com amor, e sem conserto algum

terça-feira, 14 de março de 2023

À deriva

 Eu não sigo em frente ou volto atrás

Se a essência não tem lugar 
Eu não vou correr ou me esconder mais
Se não tem como escapar

Eu estou à deriva no meio do mar 
Que é o tempo de viver
Que é o tempo de sonhar
Enquanto as águas me levam sem cais
Me lavam e me secam como o ar

Enquanto eu os vejo se distraindo
Com a vaidade de atuar
Como se não estivessem mentindo
Eu os vejo apenas nadar

Mas não nadam para frente ou para trás
Se a essência não tem lugar

Chamam de ilusão a vida
E viver de brincar 

Como se não fosse muito séria
Nossa única maneira de estar

E enquanto estamos
À deriva nadando sem andar
Lutando uma guerra perdida
Para nunca se afogar 
Mas nunca é o pra sempre
E que um dia chegará 

Amanhã

 Eu continuarei sem ter controle de quem eu sou 

De quais memórias serão depositadas 
No lugar das que terei esquecido

Continuarei sem ter controle sobre o que virá
Sobre o caminho que o mundo toma
O que as minhas costas carregam comigo 

Não sei se a lua nos abandonará 
Ou se o sol se tornará mais nocivo

Não sei como será o futuro depois de eu ter existido 
Se os romanos serão pré-históricos 
E a minha era será mais um depósito 
de lembranças dos que, um dia, foram vivos

Hoje eu vou dormir outra vez

 Para acordar em algum sonho obscuro

Ou perder a consciência em um transe profundo
Imitando o antes e o depois da vida

Hoje eu vou dormir outra vez
Pra me desligar do constante absoluto
E das lembranças de um tempo distante e oculto
 
Pra me esquecer que o amanhã é o futuro
E despertar em uma manhã igual à todas as outras
 
Para renovar meu coração imaturo
Com as velhas esperanças
E os mesmos pedidos impossíveis

E fingir que o ódio nunca floresce, fecundo
E que a ganância nunca germina

E hoje eu vou dormir outra vez
E amanhã
E depois de amanhã
Até onde ou quando
Eu não sei

A vida

 A vida é uma tempestade por dentro 

É um redemoinho interno 
Uma combustão interior

É a captura de um movimento 
A consciência do universo
De sua agitação e de seu torpor 

A vida é uma lembrança da Terra antiga
Que evolui, caminha e se multiplica 
O mesmo vento e o mesmo calor

A vida é um aprisionamento
Da própria liberdade 

A liberdade não existe sem a sua (prisão) cíclica
A liberdade não existe sem (o prazer e a dor)

Sobre o que querem que acreditemos e o que realmente acontece: sobre imigração e multiculturalismo

 O que querem que acreditemos:


Que são desdobramentos espontâneos e/ou inevitáveis da globalização e da "pós-modernidade". E de que, pensar o contrário, é uma "teoria de conspiração".

O que são: 

Políticas arbitrárias e radicais, não há qualquer obrigação que um país afrouxe suas fronteiras ou adote um modelo multicultural de sociedade. 

Pois, de fato, se consiste em uma "teoria de conspiração" legítima, isto é, em uma teoria ou hipótese comprovada de um plano político não-declarado que, radicalmente, almeja impor um modelo de sociedade multicultural* (culturalmente americanizado**), primária e especialmente em países ocidentais. 

* Nem sou totalmente contra o multiculturalismo, mas sempre a favor da ponderação (da razão) e, portanto, na moderação, o oposto dessas políticas.

** É importante não confundir valores universais, como a bondade e a tolerância, com valores "estadunidenses" que eu já comentei nesse texto: "Sobre valores (morais) ocidentais e universais". 

Proposta de uma nova falácia: condição de autonomia como estado não-opressivo

 Somos sempre autossuficientes?? 


Não.

Porque, para sermos, precisaríamos ser todos seguramente racionais (se nem mesmo os mais racionais são sempre sensatos).

Portanto, não é sempre que a autonomia individual expressa uma situação positiva, de bem-estar, segurança... aliás, é possível concluir que, é muito comum que as pessoas não consigam usufruir de suas liberdades sem cometer equívocos, inclusive em relação à si mesmas. Então, é conclusivamente possível a auto-opressão, geralmente inconsciente, quando o desejo e/ou a prática de autonomia não é acompanhado por um bom discernimento.

sábado, 11 de março de 2023

Curtos e uns nem tanto

 Depois de muito conjeturar e refletir, eu cheguei à profunda conclusão de que, sou praticamente um gato no cio, porque só penso em comer, dormir, trepar e tretar.


Sobre a própria consciência:

Tudo o que podemos sentir e perceber se deve primordialmente ao fato de a vida ter surgido de uma combinação de elementos químicos terrestres, de ser um espelho do planeta de onde surgiu e mais especificamente do ambiente em que surgiu

Não sei se seria equivocado dizer que a vida é um aprisionamento daquela combustão química dos primórdios da Terra que a gerou.

"Espíritos de porco" sempre comemoram vitórias falsas ou imerecidas como se fossem vitórias verdadeiras.

Homens "fortes" fazem péssimos governantes, mas se saem melhores como desbravadores (desde quem bem encoleirados).

Novamente sobre o paradoxo da racionalidade: 

Se a racionalidade é o viés do anti-viés, então, também é a parcialidade da imparcialidade.

Fidelidade não é o mesmo que monogamia: 

Se ser infiel é mentir ou enganar, porque em um relacionamento aberto ter uma relação com outra pessoa não é infidelidade. 

A inteligência, especialmente a humana, é mais sobre compreender contextos do que estocar informações. A memorização, ainda que muito importante, é mais como um suporte para o pensamento e a decisão, se não basta acumular informações se não for para usá-las em algum proveito, sem saber do que se tratam e de como usá-las.

O problema não é a dependência de uma pessoa em relação à outra, mas o abuso que essa relação pode resultar.

Um novo conceito: existencialidade

Capacidade (unicamente humana) de refletir sobre a própria existência. 

A personalidade é um conjunto de padrões reativos de comportamento:

Pode até ser denominada de ''reatividade comportamental''.

"A inteligência é a capacidade de adaptação.”

Para muitos dos seres humanos mais inteligentes, a inteligência é principalmente a capacidade de compreender/saber e que ainda pode ajudá-los a maximizar suas capacidades adaptativas.

Se a sociedade fosse controlada por cientistas, seria completamente diferente destas sociedades em que vivemos, que estão sob o domínio do dinheiro e da burocracia, e que também não seria idêntica se tivesse como elite principal uma junta seleta de filósofos 

O animal tem consciência do que precisa fazer. Mas não tem consciência do que está fazendo