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domingo, 12 de novembro de 2017

Novamente para entender o conceito de inteligência é preciso primeiramente entender o conceito de comportamento já que a mesma consiste em um produto consideravelmente recorrente ou resultante do mesmo

Primeiro: o que é o comportamento?

O comportamento é a expressão (movimento) geralmente estereotípica/esperada ou aleatória de um agente [ou coletivamente falando], biológico, físico ou químico.

Segundo: o que é o auto-comportamento?

A expressão ativa ou voluntária, que parte do agente e/ou que não é apenas causada por terceiros, isto é, que não é apenas [física/quimicamente] reativa. Todos os seres vivos apresentam como aspecto central de suas existências o auto-comportamento, seja ele explicitamente evidente ou que se centraliza mais na sua sustentação, do que em seu deslocamento ou locomoção (exemplo planta).

Terceiro: o que tem levado o auto-comportamento a resultar na inteligência??

Todos os seres vivos, desde os primórdios da vida, e mesmo de uma logicamente possível proto ou pré-vida, precisam se adaptar aos ambientes em que estão, do contrário não encontrarão meios sustentáveis para continuarem a existir enquanto indivíduos e a se perpetuarem mantendo as suas coletividades, isto é, extraindo as suas fontes de energia e mantendo os seus ciclos de vida particulares. A adaptação, mesmo para a forma mais primitiva ou simples de vida, tem se dado portanto com base no espelhamento perfeccionista de suas formas e expressões sobre os seus ambientes de sobrevivência, entendendo-os organicamente, espelhando-os e tendo como finalidade o perpétuo estabelecimento de uma relação vantajosa para si. Adaptar é espelhar o ambiente e modificar o corpo tendo-o como referência primordial. Poder-se-ia dizer que, quando um ser vivo adapta-se a certo ambiente ele passa a entende-lo já que parte do mesmo será refletido em suas próprias adaptações corporais. Esta capacidade tem evoluído em direção à redução maximizada da intimidade desta relação, ser e ambiente, desembocando na inteligência humana. Primeiro o auto- comportamento tem centralizado diretamente na relação ser e ambiente, e ao longo da evolução tem se deslocado mais para o ser, mais especificamente em relação à parte do seu corpo que tem como função as suas faculdades intelectuais ou comportamentalmente mais decisivas, e tendo como resultado o aparecimento e sofisticação da autoconsciência. O nível de percepção dos seres mais primitivos sobre o ambiente em que estão, parece fazer com que se confundam com o mesmo, como se vissem a si mesmos como extensão do ambiente em que se adaptam, por terem autoconsciências mais fracas ou menos sofisticadas, do que por exemplo, a dos seres humanos. Portanto a capacidade ou necessidade de sobreviver via espelhamento do organismo ou ser sobre o seu ambiente, inevitavelmente falando, o tem tornado inteligente pelo menos a partir de um conceito mais amplo e simples//primário porém essencial do termo. 

Quarto: o que é a inteligência?

Como dito acima a inteligência é o auto comportamento, voluntário ou do ser, que se espelha ao ambiente e especialmente, na maioria das espécies não humanas, absorve o conhecimento de parte do mesmo, para si próprio, via adaptações fisiológicas (biológicas/psicológicas ou sensitivas), enquanto que nas espécies mais cognitivamente avançadas como a humana, este processo de transferência do entendimento do ambiente tem se dado centralmente no cérebro e/ou sistemas atrelados, poupando parcialmente o resto do corpo ou centralizando as adaptações mais no sistema nervoso especialmente o central. 


Quinto: como que tem se desdobrado?

Tem se desdobrado de acordo com o nível de diversificação das espécies e de diversidade dos ambientes em que tem se adaptado, mantendo os seus aspectos mais centrais, obviamente, mas mesclando a sua estrutura às necessidades de cada tipo de dinâmica.

Sexto: o que é inteligência humana?

Consiste na evolução da inteligência da vida em que os seus aspectos mais intrínsecos tem sido mais selecionados e sofisticados do que necessariamente uma adaptação conjunta do corpo e da mente, a regra nas demais espécies. Este provável processo de centralização da seleção, no cérebro/sistemas perceptivos, do que conjuntamente com o corpo, tem contribuído subsequentemente no maior desenvolvimento [mais assimétrico] dessas áreas. Então ao invés de adaptar todo o corpo a um ambiente, seleciona mais pelo aumento quantitativo e qualitativo dos órgãos mais diretamente atrelados com o raciocínio, aumentando o poder perceptivo e de retenção dessas percepções e como maneira de compensar a relativa redução do fitness (força ou destreza) do organismo mas também podendo maximizar o poder de prevenção, compreensão factual e ação efetiva/inteligente, tendo como fundamental intuito sanar as necessidades mais imperiosas, que para qualquer espécie é a sua sobrevivência e a sua continuidade pelo cenário da existência. Todas as espécies não humanas são consistentemente mais paliativas do que preventivas. A espécie humana é a que mais tem investido na estratégia de prevenção entendendo ou buscando entender o ambiente antes ou durante a sua interação com o mesmo. 

Sétimo: como que tem se desdobrado?

Principiado a partir da inteligência em suas múltiplas especializações/metamorfoses entre as demais formas de vida, a humanidade tem sido a primeira delas em que a capacidade perceptiva//sensorial tem adquirido feições mais holísticas do que hiper-especializadas, talvez por causa desta possível maior centralização da adaptação/inteligência no cérebro e correlacionados, do que ser fundamentalmente equilibrado com o resto do corpo. Possivelmente o sistema sensorial muito mais equilibrado, se comparado com o das outras espécies, tenha tido ou tenha um papel primordial para a inteligência humana, alargando os nossos alcances perceptivos, e até mesmo, além de nossas próprias esferas-de-sobrevivência.

O aumento da autoconsciência parece que inevitavelmente resultará no aumento da racionalidade especialmente se for de modo equilibrado entre a percepção cognitiva/dos padrões e a percepção emocional/julgamento estético dos padrões, visando o equilíbrio, a essência de qualquer fato, de toda a realidade. E talvez, se possível, ter sempre a sabedoria como ponto de partida e e de chegada, que talvez eu possa inclusive denominar de ciência existencialista ou hiper-realista, tal como a sua representante [idealmente], a filosofia, deve ser.

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