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sábado, 8 de julho de 2017

Causalidade ou correlação? Universalismo ou famílias internamente assimétricas?

Eu sou mais universalista porque eu nasci assim mesmo e apenas expresso a minha natureza mais aguda?? Ou o fato de ter nascido em uma família comportamentalmente diversa e intensa tenha me direcionado mais amistosamente para fora da mesma??

A maioria dos esquerdistas ocidentais são denominados de "universalistas" ao invés de tribais ainda que demonstrem-se deste jeito em termos não-racialmente ou não-tradicionalmente culturais.


 Por exemplo, um russo tribalista e aficionado por ginástica artística tratará a sua seleção nacional como mais talentosa do que as outras independente dos resultados. Se duas ginastas, uma russa e uma não-russa, tiverem tirado a mesma nota em uma competição e que apenas uma delas que ganhará esse desempate, o russo tribalista irá sempre ou quase sempre escolher/torcer por sua/uma compatriota. Um russo mais universalista é mais provável de buscar pela verdade desses fatos antes de escolher a ginasta que ele acha que mereceu.

 O universalista também é muito mais propenso a escolher um não-compatriota (ou não-co-racial) e por que?? Porque ele está mais direcionado, de maneira geral ou pontual, correta ou nem tanto, pela qualidade ainda que possa ser mais de curto prazo ou lógica primária. Tribalistas podem ser raciais. Eu por exemplo posso aceitar o colosso de talento da ginasta afro americana Simone Biles, mas eu não vou com a cara dela. Por que ela é negra e eu sou branco, para padrões/patrões latinos?? Não apenas por isso mas também porque como dizem: "o santo não bateu". As suas expressões faciais ou mesmo a sua conformação facial não me agradam. Algo no olhar?? Eu também não vou com a cara da Gabby Douglas, só que tem uma garota aqui na cidade onde vivo, negra e que não é muito diferente em aparência que ela, talvez um pouquinho mais clara. No mais, ela tem uma expressão doce no olhar. Coisa que nem Biles nem "Gabby" apresentam. No entanto um tribalista racial típico tenderá a julgar quase que indiscriminadamente pela raça. Já um tribalista nacional típico, talvez um tipo menos primário de tribalista, será mais propenso a louvar de maneira potencialmente indiscriminada pelas pessoas do seu grupo nacional, isto é, não apenas aos co-raciais mas também aos co-cooperativos.

Quanto mais discrepante do grupo ou de um dos grupos/identidades em que nasceu mais propenso a ser ao menos parcialmente universalista ou pontualmente tribalista. Como você pode ser tribal ou fiel ao seu grupo inicial de pertença se não se encaixa/nunca se encaixou nele??

É ou parece ser por isso que um número desproporcional de esquerdistas ocidentais são muito menos propensos a serem nacionalistas e/ou racialmente fieis. Mas também porque vendo-se mais livres de formas mais antigas de tribalismo passam a buscar pela/por sua qualidade ainda que buscar não seja o mesmo que encontrar e em especial sem ser a partir de uma compreensão factual holística significativa. Como a maioria deles dispensa as bases culturais que são quase sempre conservadoras então terminam sem referência ou raiz e acabam aderindo a neo cultos como o (((esquerdismo))), sem falar que este parece demasiadamente personalizado para certos perfis, assim como qualquer outro culto também tende a ser, invariavelmente falando.

No mais também parece haver uma relação tendenciosa entre: nível de assimetria familiar em termos de personalidade/valores possivelmente causada por uma maior carga de desordens mentais e orgânicas OU maior diversidade dentro da família direta e um menor nepotismo, do que em relação às famílias onde os mais conservadores predominam e consequentemente uma maior tendência para a conformidade primária/racial ou secundária /nacional tribal. Mas aí cabe a pergunta: correlação ou causalidade?? 

Bem eu já comentei em vários textos que venho de uma família direta diversa em termos de personalidade/valores e que eu mesmo poderia servir como exemplo disso se eu sou uma espécie de outlier também em relação à ela. Já falei que, não coincidentemente, parece que os meus irmãos e eu somos portadores invariáveis de "genes saltadores" ou que predispõem a uma maior carga de mutações especialmente as de natureza mental, se em termos de personalidade/valores já nos diferenciamos de maneira relativamente significativa. 


Partindo da lógica que: onde existe diversidade tenderá a existir maior possibilidade de conflitos, então ao invés de entender a relação "universalismo x assimetria familiar em personalidade" como causal, talvez eu possa vê-la mais como uma correlação, porque onde um está o outro também tende a estar. 

Mas neste caso, talvez também tenhamos que pensar se aqueles que forem mais instintivos e portanto mais concretos, mais perceptivamente imediatistas, poderão se tornar  mais universalistas a partir das experiências [ainda que inevitavelmente exibirão pré-disposições] enquanto que aquele que é mais perceptivamente abstrato ou deliberado/racional, independente do tipo de experiências, inevitavelmente acabará abraçando de maneira mais ou menos perfeita os valores morais ou de julgamento do universalismo, a famosa regra de ouro. 

É aquelas: psicopatas serão sempre psicopatas independente do ambiente em que estiverem. Será que o mais racional também não seria uma espécie de "fenótipo forte" ou intenso que faz com que o seu portador praticamente nasça condicionado a este caminho?? 

Esta seria a diferença ou a famosa dobradinha que já comentei, ao usar o exemplo do diabetes tipo 1 e do tipo 2, a diferença entre "herança'/condição e disposição, e/ou neste caso, vulnerabilidade. O mesmo pode ser pensado sobre a psicopatia/ou a sociopatia e uma vulnerabilidade ou suscetibilidade para a prática de crimes. E também entre nascer e ser predisposto ao universalismo


Será que este "modelo de dobradinha" pode ser generalizadamente extrapolável? 

O universalista (parcial e/ou imperfeito) por experiência, se existir, se consistiria num tipo mais típico, mais comum, instintivo, que apreende literalmente com as experiências mas geralmente de modo passivo, esperando subconscientemente que aconteçam para que possa então reagir a elas.

Desordens de qualquer tipo tendem a reduzir a vontade do indivíduo de se engajar em formas de tribalismo tradicionais e em especial porque quase todos eles tendem a se relacionar com vícios/ciclos culturais que enfatizam pela saúde física e mental, e neste caso entendemos a segunda como conformidade e convencionalidade à norma típica humana por exemplo, heterossexual ao invés de homossexual; religioso ao invés de ideólogo ou mesmo ateu/agnóstico, ainda que valores morais subjetivos tendam a ser consideravelmente volúveis. Em outras palavras, aquele que é rejeitado ou que vai sendo rejeitado por seu grupo /identidades primárias de pertença, é possível que acabe se tornando mais universalista


Muitas vezes, no entanto, ao invés de uma causalidade que força para uma nova estratégia de vida, é muito provável que também haverão aqueles que não apenas nascem aquém ou acima (ou os dois) das expectativas do ambiente bio-social em que, a priore, pertencem, porque já exibem um tipo de personalidade mais naturalmente voltada para o universalismo e neste caso será esperado a manifestação mais predominante do mesmo, ainda que, sem certezas quanto à sua qualidade. 

Aquele que nasceu com uma mentalidade mais normie mas que foi rejeitado, de maneira direta ou sutil, por seus grupos primários, e que acaba encontrando em outros grupos aquilo que não encontrou no seu ''próprio', por exemplo um relacionamento amoroso, até aquele que já está mais propenso ao universalismo, e que pode vir a apresentar características igualmente polêmicas em qualidade contextual (ao contexto ou conjuntura dos grupos primários de pertença), isto é, quando temos correlação e causalidade agindo em conjunto para maximizar trajetórias. 

Mas e quando temos uma combinação "campeã" de características intrínsecas MAS uma mente mais racional??

 Pode ser possível pensar se o indivíduo hipotético será mais propenso a tentar conjugar essas duas perspectivas existenciais ou intersecções de perspectivas, que até se assemelha um pouco ao personagem principal de Admirável Mundo Novo, Bernard Marx, um alfa atípico? 

Lembrando as diferenças entre racionalidade e lógica. O racional seria um "lógico generalista", também em relação à questões afetivas ou emocionais, enquanto que o lógico poderia ser entendido como um racional incompleto ou que aplica a razão apenas em relação à questões impessoais tornando-se mais [a bem mais] ilógico em relação às questões afetivas/pessoais.

No mais é isso, famílias geneticamente diversas, em especial em termos de diversidade comportamental/psico-cognitiva, podem ser um fator importante para predispor algumas pessoas ao universalismo, que se consiste basicamente na racionalidade só que primariamente aplicada e portanto passível de erros, diga-se, desde os mais sutis ou perdoáveis até aos mais crassos. 


Famílias desajustadas tendem a produzir indivíduos mais individuais ou, ainda que possam servir como desculpas para certo comportamento, é justamente esta maior carga de conflitos que tende a ser o resultado de personalidades diferentes e mutuamente conflitivas convivendo no mesmo teto ou no mesmo ciclo social nuclear/família direta. Ai percebam que não basta a diversidade intra familiar em psico-cognição para causar conflitos mas também que essas personalidades sejam mutuamente conflitivas. 

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