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sexta-feira, 23 de junho de 2017

''Atenção abstrata 'geral' '': aquilo que os testes cognitivos fundamentalmente analisam, mensuram e comparam







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Teve uma vez que eu estava tentando ensinar a uma aluna daqui da aula particular um pouco sobre a história recente da Alemanha e por tabela do mundo. Falei sobre Berlim, Alemanha, muro de Berlim, comunismo, capitalismo, globalização, mundo bipolar... Enfim falei sobre abstrações que não estão em nosso imediato concreto. Como ela é uma garota de habilidades cognitivas modestas nem prestou atenção no que mostrei. Logo perguntei-lhe sobre os conceitos de capitalismo e comunismo e ela não soube me explicar. Internalizar este tipo de informação primeiro prestando atenção à mesma e antes de tudo se interessando por ela, exige ATENÇÃO ABSTRATA, isto é, à (essas) informações abstratas.

Hoje eu fiz um teste de 'inteligência' na internet, dito ser um bom teste online. Então eu resolvi me observar, e consequentemente o meu ''comportamento cognitivo''. Primeiro de tudo eu consegui prestar atenção, invariavelmente falando, às questões, todas elas de natureza ''abstrata'', que não estão imediatamente relacionadas com o imediato e ESPECIALMENTE, com o pessoal/social ou mesmo com o ''ritmo instintivo''. Para pontuar bem nesses testes é necessário ter acima de tudo uma motivação ou uma reciprocidade. No entanto essa reciprocidade ou facilidade só pode ser possível com base em uma ''atenção abstrata'', isto é, de se interessar em relação àquilo que não está imediatamente relacionado a você e ao seu [nano] meio social. 

Portanto nós temos esta minha ''aluna'', que não se interessa por história ou mesmo por geografia, ''apenas' ou especialmente pelos acontecimentos em sua vida. Nós temos o verborrágico que vos escreve, que tem maior interesse pelo mesmo assunto, e nós também temos por fim aquele que se interessará por geometria ou por genética, e não apenas em sua base teórica verbalizada. De uma pessoa que apresenta baixa ''atenção abstrata'' e portanto baixa capacidade de internalização/'aprendizado' de informações abstratas de qualquer natureza, passando por mim que sou intermediário nessa perspectiva, porque tenho maior ''atenção abstrata'', especificamente em relação às abstrações ''mais verbais'' e mais sociais, que ainda estão relacionadas com a minha pessoa, e por fim, nós temos aquele que vai ainda mais longe no mundo abstrato, internalizando [com facilidade] informações profundamente ''não-relacionadas'' com ele mesmo, que o autor deste texto não é capaz de ter ''atenção'' e consequentemente de internalizá-las. Isso se reflete em relação às pontuações de QI e também parece desembocar em um espectro ''relativamente imperfeito'' entre mentalismo [pensar em si mesmo, de maneira mais autoconsciente ou não, e nas outras pessoas] e o mecanicismo [pensar/se engajar ideacionalmente em informações 'impessoais' ou 'mais científicas']. Os testes de QI nesse sentido parecem ser fortemente direcionados para o ''mecanicismo'' do que para o ''mentalismo''. Maior é seu potencial para prestar atenção ao abstrato, de, de fato entendê-lo e se possível internalizá-lo, maior deverá ser as suas pontuações em testes cognitivos, especialmente o ''QI geral''. 

A ''atenção abstrata'' pode ser considerada como medida para o acúmulo evolutivo cultural-[psico]cognitivo humano, desde aquele com potencial de acúmulo abstrato muito raso até àquele com ''muito da evolução do conhecimento humano'' manifestada em suas capacidades cognitivas, mas, a priore, também de maneira mais superficial. Tal como a linguagem, nós temos desde aqueles com o vocabulário básico e cheio de erros instintivados até àquele com um vocabulário amplo, mais limpo e diverso. ''Produtos evolutivos'' [seletivos] dos primórdios até ao auge das civilizações.

Nos transformamos ou somos como ''enciclopédias ambulantes e transferíveis'', e claro que algumas enciclopédias serão mais densas do que outras.

A atenção abstrata é ou seria anterior à motivação intrínseca, para se interessar em abstrações, e se manifestaria como uma disposição cognitiva, que antevem [ou não] à psicológica ou emocional. Como eu já especulei, primeiro reconhecemos padrões e depois os julgamos de modo emocional. Primeiro temos a atenção cognitiva, pura e simplesmente, aí então temos a atenção abstrata, que é uma ''evolução' da primeira, e por fim temos a motivação intrínseca/psicológica para ''prosseguir pelo caminho traçado''. Se entendemos, tenderemos a gostar. 

A atenção abstrata ou reciprocidade [positiva} à abstração é revelada quando conseguimos acompanhar, na primeira vez em que somos expostos a certo conhecimento [abstrato, verbal ou não-verbal], ou quando já temos certa intimidade. O professor ou você mesmo está lendo, e você não está perdido, pedindo pra se livrar deste ''castigo'. Aquilo que é falado você consegue seguir e até mesmo entender muito bem. 

Maior capacidade abstrata = maior capacidade de se desligar do mundo imediato, basal ou diretamente instintivo PARA internalizar parte do mundo de fatos [e de factoides] que o conhecimento humano é capaz de prover e também o próprio alcance individual de cristalizado/expansão do instinto. A minha ''aluna'' prefere fazer outra coisa, como escutar música ou conversar com as amigas pelo smartphone do que se imaginar em um país distante, em uma época distante, se vendo ao lado de macro-termos como a globalização ou o mundo bipolar. Ela só quer viver a vida dela, assim como todos nós. Seguindo este espectro, a minha gata, que é uma gracinha, se preocupa ainda menos com aquilo que esta minha ''aluna'' costuma ter como prioridade, ainda que isso não a desmereça, aliás, nenhuma das duas. Interessante que as pessoas como ela tendem a preferir por ''músicas do momento'' ou ''da moda'', enquanto que pessoas como eu tem uma maior ''independência'' para procurar por músicas que estão além do presente, do ''agora''. Além da ideia de ''conformidade'' versus ''qualidade'', nós também podemos pensar na ideia de ''imediato compartilhado'' e de ''abstrato procurado''.  

Esta minha ''aluna'' pode ser boa para encontrar padrões em suas áreas de prioridade [existencial] mas quando o mundo começa a se tornar mais abstrato, menos imediato, menos social, essa sua capacidade tenderá a recuar e por que* Porque a sua ''atenção abstrata'' não está em um nível que a torne verdadeiramente interessada, por exemplo, na queda do muro de Berlim.

A atenção ou concentração positivamente recíproca para lidar com as abstrações [no mundo real ou em testes cognitivos]: aquilo que os testes de QI fundamentalmente analisam, mensuram e comparam, que está subjacente além do reconhecimento de padrões. 

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