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sexta-feira, 21 de abril de 2017

Traços de personalidade genuinamente intrínsecos versus traços de personalidade e/ou facetas de traços circunstanciais ou mais dependentes das relações

Agradabilidade versus abertura para a experiência 

Para que eu possa ser agradável com você é preciso que você seja agradável comigo 

E isso pode ou não acontecer a nível coletivo, isto é, você pode nascer tão diferente da maioria ou com forte disposição à singularidade que no final é provável que tudo conspire a favor deste caminho solitário. 

Por exemplo, ao nascer com maior disposição para a singularidade, por ser intrinsecamente excepcional e exótico, por ter nascido em um ambiente em que é raro, por ser mais voltado para os fatos, as suas chances para agir de modo desagradável com as outras pessoas serão muito maiores do que se apresenta as características opostas às exemplificadas.  

A agradabilidade depende mais das interações interpessoais ainda que todo traço de personalidade apresente uma base instintiva ou intrínseca. No entanto, por exemplo, a abertura para a experiência parece depender menos das interações interpessoais ainda que todo traço de personalidade seja dependente de suas condições ambientais e quanto maior é a pressão negativa ou de inibição ou positiva, de exposição ou vivência, respectivamente menores e maiores serão as suas expressões. Quando o ambiente puxa muito para um lado alguns traços podem ser mais demograficamente expandidos, isto é, abarcar mais indivíduos, os expressando de maneira mais intensa  do que em outros cenários. A abertura para a experiência (não-convencional) é novamente um bom exemplo porque tem se tornado mais comum ou ao menos MAIS EXPLÍCITA do que a 80 anos atrás.  


Apesar disso eu acho que, por se consistir em um traço mais intrapessoal (como que você se porta consigo mesmo, primeiramente) do que interpessoal, como é a agradabilidade (como que você se porta com os outros), a abertura para a experiência parece ser então mais intrínseca ou que independe dos outros para que possa se expressar e dependendo de qual faceta que estivermos falando. A curiosidade é um exemplo significativo, por sua natureza mais intrapessoal, que carregamos como se fosse os cascos da tartaruga, enquanto que a agradabilidade me parece ser mais dependente do outro para que possa se manifestar. 

Se eu estou mais ou menos agradável com os outros, dependerá das condições interpessoais [humor intrapessoal] e como eu falei acima, pessoas muito exóticas são naturalmente mais propensas a se tornarem menos agradáveis por nascerem em ambientes que geralmente ao invés de incentivarem o seu ótimo comportamental e emocional lhes forçam a se tornarem mais defensivas do que receptivas. Em ambientes de maior pressão psicológica negativa tenderemos a reagir de maneira mais defensiva por exemplo aumentando os valores de introversão e de neuroticismo ainda que os seus respectivos níveis de intrinsecabilidade também influenciarão em suas expressões, isto é, algumas pessoas, por já serem desde sempre mais neuróticas, em ambientes menos receptivos, serão muito mais propensas a super-expressarem esta tendência enquanto que, aquelas com valores intrinsecamente mais baixos, apesar de terem os mesmos aumentados por causa da qualidade ruim do ambiente interpessoal em que estão, ainda o farão de modo menos intenso que no primeiro grupo.


Portanto a ideia básica deste texto é a de que, alguns traços de personalidade são mais ''ambiente-dependentes'' do que outros, por necessitarem das interações interpessoais para que possam ser plenamente expressados enquanto que outros como algumas [ou muitas] facetas da abertura para a experiência, por se consistirem em ''ações primárias'', em manifestação primárias do comportamento, só que de maneira intrapessoal, necessariamente não dependem do ambiente para que possam se manifestar de maneira característica. Para ser curioso você não precisa que o ambiente esteja receptivo ou opressivo.

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