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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Especulando sobre a minha sensação de que "o meu cérebro trabalha por/pra mim"

O eu-reflexivo (e que também é analítico-crítico) quando está no comando, organiza e direciona o próprio cérebro, o domestica e o treina a produzir ideias podendo resultar na explosão intuitiva. 

O deslocamento do Eu do ego subconsciente para o ego consciente 

Com a dominância do ego subconsciente, agimos mais do que pensamos e quando pensamos, tendemos a fazê-lo consistentemente em relação à questões sócio-pessoais e raramente em relação à questões introspectivas. Estamos em primeira pessoa. Esta é uma tendência se não for mesmo uma característica marcante, do nível extrovertido, de consciência mais global da realidade, isto é, um nível subconscientemente auto-centrado, com perdão aos extrovertidos, só mais próximo do nível não-humano de consciência. 

Não refletimos, não ricocheteamos os nossos pensamentos e como resultado, agimos muito mais sem antes termos pensado em como fazê-lo. Em resumo auto-explicativo, apenas confiamos nos nossos instintos... ''deixamos a vida nos levar'', ou melhor, os nossos instintos nos levarem.

Quando passamos a pensar de maneira mais introspectiva, a atividade cerebral ''aumenta de tal maneira'' que pode nos passar a ideia de que o cérebro esteja agindo por conta própria. Apenas porque passamos a refletir, a olhar mais por dentro, que vamos percebendo ou tendo potencial para perceber que o cérebro tende a agir de maneira mais impulsiva, mais por conta própria, especialmente em um estado pré-introspectivo, e é a partir daí que tanto o autocontrole como a introspecção passam a se tornar possíveis, ainda que muitos daqueles que são melhores para se controlarem tendam a ser menos intensos ou impulsivos de qualquer maneira. É aquelas: é mais fácil controlar um fogo pequeno do que um fogaréu. Isso significa  que mesmo com grande autoconsciência continuará sendo mais difícil de controlar se o ''fogo'' já for muito intenso. 

Introspecção e criatividade 

Como já se sabe a introspecção é o pensar sobre si mesmo, sobre os próprios pensamentos e a criatividade se consiste na capacidade de conectar pontos remotos entre si produzindo insights. A criatividade é significativamente intuitiva, e falo por experiência própria. Parece que, quando focamos sempre no pensamento, o comportamento e especialmente o social, se torna mais manual, enquanto que, o pensamento passa a fluir mais rápido, mais automático (intuitivo e potencialmente criativo). Isto é, parece que, ou focamos totalmente em nosso comportamento social ou focamos em nossa introspecção. Se focamos no social a introspecção se torna manual, neste caso, no sentido de não vir naturalmente, de ser mais trabalhosa de ser efetuada, tal como a diferença entre uma marcha de carro manual e automática. Se focamos na introspecção, então esta que se tornará mais natural, intuitiva, rápida e dominante, enquanto que perderemos esta agilidade no comportamento social, que se tornará mais manual, mais artificial, difícil de ser fluida ou espontaneamente efetuado. 

É como se, ao darmos maior atenção a um dos lados, aquele que se torna o alvo passasse a nos monopolizar, tendo efeitos deletérios no lado que não fosse favorecido. 


Isso ao menos tem acontecido comigo. Eu, quando estou menos pensativo, fluo com maior naturalidade no departamento das interações interpessoais. Em compensação, quanto mais pensativo eu estou, menos natural eu me torno em relação ao meu comportamento, ao menos, ou, especialmente em relação às pessoas que são menos familiares. 

A introspecção também pode reduzir as nossas auto-ilusões assim como também a autoconfiança porque passamos a nos tornar muito mais auto-críticos ou auto-perfeccionistas em relação aos nossos pensamentos, e por contra partida, nos fazendo vacilar mais em situações sociais, mais lentos, mais titubeantes, mais manuais, sem a folga que instinto e intuição usualmente nos dão assim como também a menor precaução. E como eu já disse, um excesso de introspecção e uma falta de extrospecção, nós fará mais mentalmente narcisistas, paranoicos, etc.

Parece então que, para nos tornarmos mais criativos em relação à questões não-sociais, existe a necessidade de sacrificarmos os sucessos de nossas vidas sociais, especialmente quando for feito sem qualquer fator protetivo, por exemplo, a fama ou a riqueza que inevitavelmente tendem a atrair as pessoas. 

Como eu já falei, os nossos cérebros são os nossos empregados mas também os nossos patrões, e dependendo de nossos graus de passividade ou dominância aos nossos instintos, nós seremos mais os seus subalternos ou os seus comandantes.


Os mais socialmente instintivos seriam, de acordo com a proposta deste texto, mais como os seus subalternos, especialmente no que diz respeito ao aspecto interpessoal, enquanto que os mais introspectivos, ao passarem a acionar com grande frequência o ''segundo eu'', se tornariam os seus comandantes, ao menos em relação às suas capacidades intelectuais, especialmente as intelecto-divergentes.

Ou não, mais um texto sem eira nem beira... e possivelmente repetitivo... =((

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