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quarta-feira, 8 de março de 2017

Abertura para o aprendizado, sabedoria, compreensão factual e diferenças em relação à abertura para a experiência

Você é do tipo que sempre ou quase sempre  aprende a lição??

Aprendemos muitas coisas ao longo de nossas vidas mesmo quando recuamos e aceitamos que não nascemos ou/e que também não temos motivação suficiente para fazer certa atividade. Isso é sinal de autoconhecimento mesmo se/ainda que manifestado de modo bem particular. No entanto como sempre tem acontecido algumas pessoas serão mais abertas ou propensas do que outras a aprenderem mais, tirando mais conhecimento das lições, independente da magnitude, que a vida geralmente lhes prega. 

Eu então decidi nomear este "traço de personalidade e cognição" como "abertura para o aprendizado", que se consistiria em uma motivação intrínseca (como todo traço de personalidade) tanto para a compreensão factual via aprendizado quanto para a atualização do comportamento de acordo com o mesmo. A abertura para o aprendizado é essencial para a sabedoria e se manifestará desta maneira se for constante, qualitativa e hegemônica no comportamento do indivíduo. 

Nós temos aqueles que estão sempre aprendendo, o meio termo e aqueles que não estão sempre aprendendo, se tornando intelectual e mesmo moralmente obsoletos ou pior, problemáticos.

Tal como se tivéssemos tarefas para cumprir, alguns as resolverão com maior frequência ou constância e eficiência, outros serão mais medianos e por fim teremos aqueles que deixarão mais lições inacabadas do que terminadas. 

A abertura para o aprendizado evidente que está intimamente associada à resolução de problemas de maneira que teoricamente falando aquele que for mais constante, qualitativo e imperativo neste traço será mais propenso a sobreviver em situações de risco porque ele estará sempre detectando problemas e aprendendo com as suas experiências/ e com os seus erros, isto é adquirindo conhecimento prático, real e/ou extremamente útil. 

A criatividade também está intimamente atrelada à abertura para o aprendizado ainda que muitas vezes acabe causando mais problemas do que os solucionando, isto é, sendo menos sábia e mais irracional. Ainda que o sábio seja mais como um detector precoce de problemas que os prevê antes que se tornem reais e atuantes, ele também se mostrará um bom solucionador de problemas e pode-se dizer inclusive que no meio termo do espectro deste traço que está sendo proposto este tipo de disposição [de solucionador, ao invés de preventor) se fará mais comum.  Os mais sábios ou mais fortes em abertura para o aprendizado serão mais preventores teóricos de problemas, os que estão mais para o meio termo serão mais solucionadores de problemas enquanto que os menos fortes neste traço serão mais propensos a causarem e/ou acumularem problemas nunca aprendendo com as lições da vida. 

A abertura para o aprendizado bem que poderia ser compreendida como uma faceta do traço abertura para a experiência, por exemplo com o intelecto, que prediz curiosidade intelectual. No entanto o termo que estou propondo me parece ser mais restrito e portanto mais objetivo e preciso justamente por determinar logo por seu nome no que se consiste. Este diferencial entre conceitos restritos e amplo/potencialmente vagos que eu já falei parece ser fundamental para que se possa associar com precisão o termo à sua expressão. Enquanto que a abertura para a experiência reúne uma variedade de tipos distintos entre si a abertura para o aprendizado ainda que também apresente a sua variedade espectral o faz de modo muito mais restrito e portanto preciso reduzindo esta variação de tipos cabíveis e mutuamente conflitivos. 

Abertura para o aprendizado, compreensão factual e consciência estética

Para que se possa de fato aprender há de se ter excelente compreensão factual, isto é, de ter a capacidade de diferenciar fatos de factoides (correlação de causalidade, etc), do contrário não haverá aprendizado mas a apreensão de novas informações indiscriminadamente factuais ou não. A compreensão factual parece se consistir numa das técnicas mais importantes da abertura para o aprendizado. Em ambos o perfeccionismo se manifesta juntamente com a consciência estética intelectual/cognitiva e moral/emotiva ou psicológica, isto é, pela busca de uma ''beleza' subjacente que é inevitavelmente lógica, completa, justa, coesa e elucidativa.


Pressupõe-se que quanto maior for a capacidade de compreensão factual maior será a abertura para o aprendizado e quanto maior for esta segunda maior será a consciência estética. No entanto novamente há de se diferenciar aqueles que estarão mais para a sabedoria, isto é, que serão mais macrospectivamente inteligentes (que eu vou ''explicar'' em outro texto}, daqueles que serão mais microspectivamente inteligentes, isto é, mais para a ''inteligência' científica do que existencial (prático-moral). O sábio organiza o seu campo de visão e/ou de perspectiva existencial, aprendendo sobre as verdades mais profundas e ao mesmo tempo simples da vida, e tendo como consequência na hierarquização supra-lógica de sua realidade, via auto-conhecimento, conhecimento inter-pessoal, do seu/ou de outro espaço e tempo e por fim de toda essa dinâmica, claro que falo em ''conhecimento'' não no sentido conclusivo, porque se consistem em constantes estudos e descobertas, ainda que isso também signifique que haverão saltos qualitativos de compreensão e posterior atualização do comportamento.

Abertura/motivação intrínseca/vontade constante para aprender e melhorar = abertura para o aprendizado;

Compreensão factual = capacidade de discernir fatos de factoides;

Consciência estética = busca pela ''beleza'' ou harmonia/maximização altruísta ou do conforto alheio, e de si mesmo;

E por fim a sabedoria que além de sintetizar os 3 ''traços'' acima também busca pela proporcionalidade de ação e reação ou justiça.

Todos eles partem de ideais empáticos, para o melhor entendimento ''do outro'', ser [humano] ou não. 

A empatia a certo conhecimento ou reflectância e compreensão do mesmo, necessita de ideal estético (perfeccionismo) moral = universalmente certo/completude perceptiva; intelectual = universalmente factual, aquilo que é independente de nossas impressões subjetivas e existencial/filosófico = que no final de tudo isso, todas aquelas verdades profundas e impopulares inevitavelmente virão à tona, por exemplo, que a única certeza palatável que temos é que morreremos, mas especialmente, que a existência apesar de tudo o que temos, e de ser ''infinita'', não faz qualquer sentido emocional, apesar de que possa ter e é provável que tenha uma razão cognitiva/ não-emocional, de mecanismo. 

Por enquanto é isso, 

Se muito alto em abertura para o aprendizado, e não apenas no sentido de ser curioso [que se consistirá na abertura para a experiência], mas também ávido para aprender corretamente, independente da experiência, então é provável que será sábio [macroscópico] ou ao menos muito inteligente [microscópico/abstrato]. 

Neste caso, o termo aprendizado não se refere apenas ao de natureza escolástica, técnica ou científica, mas geral ou subjacente, isto é, abarcando outras realidades em que se possa ''aprender a lição''. Pode-se, de fato, aprender como se comportar em uma determinada situação, ainda que possam existir diferentes maneiras diversamente válidas de se fazê-lo; de como se faz certa tarefa, da escola ou da faculdade; ou também de se perceber 

E ''aprender a lição'' basicamente significa em sua internalização, de torná-la parte de nós, utilizável, disponível. 

Quem internaliza uma grande proporção de factoides ou que o faz em relação à espinha dorsal da macro-realidade, nunca percebe esses erros ou o faz muito lenta e debilmente apresentará baixa abertura para o aprendizado. 

Le fin, por enquanto é isso pessoal!! ;) 


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