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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Incongruências da língua portuguesa: puderam ou pudérão*

Em minhas ajudas nas aulas particulares aqui de casa eu tenho sido exposto à mentes distintas da minha bem como também em como que processam, interagem e entendem a realidade, especificamente os conhecimentos que estão sendo ensinados (melhor dizendo, re-passados, pois se consistem em aulas de reforço). Me parece claro o torpor, o desinteresse forçadamente interessado e a dificuldade para compreender elementos abstratos básicos por parte de muitas dessas mentes. Claro, além da idade (em sua maioria de adolescentes), essas mentes também tendem a ser menos espertas, em termos cognitivos. No entanto eu tenho percebido a partir delas algumas incongruências e que não emanam diretamente de si mesmas, ainda que se consistam em ''erros subjetivos''. E a que me impactou e que meu cérebro decidiu lançar de novo em minha ''área de interesse'' se relaciona justamente com a subjetividade da língua ou do vocabulário.

Um padrão comum tem sido o erro em relação a esta classe de palavras: puderam, fizeram, olharam, escovaram, puxaram...

Ao dizermos essas palavras de maneira absolutamente correta, isto é, obedecendo à verdadeira combinação de sons, os resultados serão:

puderAM, olhaRAM, escovaRAM, puxaRAM.

No entanto por CONVENÇÃO o jeito ''correto'' de se dizê-las e escrito de maneira literalmente correto, como que se convencionou a dizer, se faz assim:

puDÉRÃO, OlhÁRÃO, escovÁRÃO, puxÁRÃO.

Escrevemos de um jeito (puderam) e falamos de outro (pudérão).

Mais de dois estudantes que ''fazem aula particular'' aqui em casa, que eu lembre, cometeram esses ''erros'' escrevendo ''puderão'', quando deveriam ter escrito ''puderam''.

Eu constatei comigo mesmo que eles não estão errados. De fato, eles estão apenas colocando no papel a maneira com que dizem(os) essa classe de palavras. E tenho quase certeza que essas incongruências não se limitam apenas a este exemplo, mas que encontra-se presente por todo vocabulário da língua portuguesa.

No final, como breve ou rápida conclusão, eu acredito que o ideal, neste caso, seria o de escrever de acordo com o que se fala. Alguns podem pensar nesta minha proposta como um exagero em relação a uma particularidade inútil, e eu estou vendo a mesma enquanto uma maneira de reduzir esta pseudo-subjetividade, pois de fato, falamos de um jeito e escrevemos, errado, de outro jeito, e muitas pessoas com menores capacidades ''verbais'' (mais especificamente, de vocabulário) de fato escrevem de acordo com que falam...

e ''surpresa'', elas não estão erradas. Menos convenções estúpidas, por favor.




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